Bancários mantêm greve e sem previsão de retorno

DA REPORTAGEM

Já dura 24 dias a greve dos bancários em Penápolis e o movimento, que já entra em sua 4ª semana, ainda não tem previsão de terminar. Isso porque Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban) ainda não entraram em um acordo em relação aos salários e benefícios dos funcionários. Esta greve já é mais longa do que a realizada pela categoria no ano passado, quando o movimento durou pouco mais de 20 dias. Uma reunião entre as duas entidades foi promovida na última quarta-feira (28). A Fenaban (que representa os bancos) ampliou nesta quarta-feira (28) a oferta de abono para R$ 3,5 mil, com mais 7% de reajuste, extensivo aos benefícios.
Também propôs que a convenção coletiva dure dois anos, com garantia, para 2017, de reajuste pela inflação acumulada e mais 0,5% de aumento real. Os sindicatos alegaram que a oferta não cobria a inflação do período e representa uma perda de 2,39% para o bolso de cada bancário. Eles querem reposição da inflação do período mais 5% de aumento real, valorização do piso salarial - no valor do salário mínimo calculado pelo Dieese (R$ 3.940,24 em junho) -, PLR de três salários mais R$ 8.317,90, além de outras reivindicações, como melhores condições de trabalho.

Bradesco
De acordo com o secretário do sindicato, Agnaldo Rodrigues Alves, apenas a agência do Bradesco está realizando, de forma parcial, seus atendimentos. Segundo ele, o banco abre suas portas às 13h00 e permanece com os atendimentos até as 16h00. Além disso, a reportagem apurou que, mesmo de portas abertas, o atendimento está sendo feito através de uma triagem. Os clientes, antes de entrarem na agência, passam por uma averiguação feita por funcionários e, em alguns casos, estão sendo orientados a procurarem os correspondentes bancários. “Já as demais agências permanecem fechadas, apenas com o autoatendimento funcionando de forma normal, o que se torna a opção para as pessoas que precisam realizar movimentações nestas agências.”, comentou Alves. Ele explicou ainda que não há previsão de retorno das atividades. “Estamos acompanhando as negociações em São Paulo e, durante a semana, nos reunindo com alguns dos bancários para colocá-los em dia com a situação. Somente depois que houver alguma definição é que poderemos definir por aqui também se haverá ou não retorno”, explicou.

Atendimento
Em nota, a Federação Brasileira de Bancos (Febraban) lembra que os clientes podem usar os caixas eletrônicos para agendamento e pagamento de contas (desde que não vencidas), saques, depósitos, emissão de folhas de cheques, transferências e saques de benefícios sociais.
Nos correspondentes bancários (postos dos Correios, casas lotéricas e supermercados), é possível também pagar contas e faturas de concessionárias de serviços públicos, sacar dinheiro e benefícios e fazer depósitos, entre outros serviços.

(Rafael Machi)