Bairro: Apesar da boa infra-estrutura, Cidade Jardim cobra melhorias

O bairro Cidade Jardim é um dos mais antigos e maiores de Penápolis. Os moradores do local contam com uma bem montada infra-estrutura de serviços básicos como saneamento, saúde e educação, como também na área comercial. 

O bairro tem aproximadamente 50 anos de existência e o loteamento foi formado por famílias que imigraram do nordeste brasileiro ou mesmo por moradores da zona rural que se mudaram para a cidade. Devido ao matagal que tomava conta dos lotes e dos arranha-gatos (árvore rasteira cheia de espinhos), até hoje a Cidade Jardim é apelidada como o “bairro dos arranha-gatos”.

O companheirismo entre os moradores colabora para que o bairro seja um local agradável para se fixar residência. As famílias são muito conhecidas e em alguns casos o convívio já perdura por três gerações. Com isto, todas as crianças que nasceram nos últimos anos cresceram juntas e se tornaram amigas. Mas, apesar da calmaria, o representante da Associação de Moradores, Nelson Santana da Rocha, o “Nelson Cabeção”, aponta alguns problemas e pede mais atenção por parte da Administração Municipal. Com o crescimento do bairro, incluindo a implantação do loteamento Jardim do Lago, alguns problemas surgiram. “Enquanto o bairro cresceu e sua população aumentou, a infra-estrutura não acompanhou da forma como deveria. O que tem acontecido em São Paulo é verificado em menor escala no bairro”, afirmou o morador. Como exemplo ele relata os problemas causados pela pavimentação asfáltica implantada há vários anos. Sem meio rápido para escoar a enxurrada ela acaba por formar verdadeiros rios em alguns pontos de encontro de ruas.

O problema é mais acentuado na rua Sargento Moura paralela a estrada de ferro. “Ou os órgãos públicos constroem galerias pluviais, ou mesmo reforçar o aterro da linha férrea e até canalização das águas, ou então teremos graves problemas naquela região da cidade”, previu o representante do bairro. As ruas, a exemplo do restante da cidade, estão com inúmeros buracos. “Antes da época das chuvas eles já existiam, mas agora pioraram”, reclamou o entrevistado.

Cálculos mostram que aproximadamente quatro mil pessoas residem naquela região da cidade. “Com a chegada do novo loteamento o número pode superar os cinco mil habitantes. “A população é idêntica a algumas pequenas cidades da própria comarca”, lembrou Cabeção.

Também a mudança do sistema de varrição de ruas trouxe descontentamento aos moradores. “Antes funcionava muito bem com as três garis que diariamente trabalhavam no bairro, mas, o sistema de rodízio trouxe prejuízos. Já nos reunimos e reclamamos, porém não tivemos retorno”, reclamou.

O atendimento médico também foi alvo de reclamação.  “O médico não atende a uma semana e para piorar a situação eles não avisam com antecedência sobre a interrupção do atendimento”, disse.

Cabeção pede uma ronda mais ostensiva da Polícia Militar, já que a exemplo de outros bairros da cidade, alguns pontos de venda de drogas estão surgindo. “Tenho receio que a tranqüilidade um dia possa dar lugar a violência”, concluiu.

Lago Azul é o cartão postal do bairro

A Cidade Jardim tem o privilégio de contar com um dos melhores clubes sociais da região, o Lago Azul. “Antes da criação do clube muitas das moradoras utilizavam o córrego que forma sua represa para lavar roupa”, lembrou Cabeção.

Além do clube, o bairro conta com duas escolas públicas, posto de saúde municipal, creche e escola de educação infantil. A infra-estrutura comercial também é satisfatória. “Temos dois supermercados, açougue, padaria, bares e lojas. Somente não somos servidos por farmácia”, destacou Cabeção.

Quando ocorre a necessidade da aquisição de algum medicamento a solução é fazer o pedido por telefone ou mesmo se deslocar até o centro comercial. O bairro conta ainda com igrejas evangélicas e a igreja católica São José.

Isolamento retardou crescimento

Durante muitos anos o bairro Cidade Jardim esteve isolado do restante da cidade em função da via de acesso sargento Luciano Arnaldo Covolan, que dividia a cidade ao meio. Isto retardou o progresso daquela área.

O problema foi amenizado com a construção de uma passagem subterrânea e mais recentemente com a construção de um trevo. As melhorias impulsionou o bairro e a valorizou os imóveis do local.  Segundo Cabeção, o preço médio de um lote no bairro gira em torno de R$ 10 mil, dependendo de sua localização. O bairro já contou com um excelente campo de futebol pertencente a municipalidade, mas, devido a falta de investimento está em completamente abandonado. Além do Campeonato Amador, o campo já serviu de palco para partidas de futebol dos Jogos Regionais. “É triste ver como uma importante área como aquela está jogada fora, a exemplo das praças públicas que estão carentes de um melhor cuidado. Antes havia um responsável para cuidar, o que já não ocorre mais”, finalizou o representante do bairro.

Moradores destacam a tranqüilidade

Uma das virtudes do bairro, de acordo com moradores entrevistados, está na tranqüilidade. “É claro que existem problemas, como as praças que estão praticamente abandonadas e os buracos nas ruas. Mas estes problemas ocorrem nos demais bairros”, comentou a moradora Solange Pereira Diniz.

Para ela, o fato de não haver uma farmácia no bairro é o único inconveniente. Já outra moradora, Adinéia dos Santos Francisco, que reside no bairro há oito meses, aponta o sossego como principal virtude do local. “Os vizinhos também são bastante unidos”, ressaltou a moradora. (SRF)