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CIDADE & REGIÃO

28/05/2017

Aves no Santa Leonor viram discussão entre autoridades

Imagem/Rafael Machi
Detalhes Notícia
Os patos existentes no local são tratados por um dos moradores próximo, que lamenta a possível retirada das aves

DA REPORTAGEM

Um assunto abordado pela vereadora Ester Mioto (PSD) na Câmara Municipal de Penápolis nas últimas semanas tem gerado grande repercussão em redes sociais na internet. Ela pede cuidados e até a retirada de patos e gansos do Parque Santa Leonor visando evitar problemas com moradores próximos e também com as diversas pessoas que passam pelo diariamente pelo local. O parque é ponto de referência para aqueles que buscam um espaço para a prática de atividades físicas, como a caminhada, principalmente depois que moradores locais adotaram uma parte do parque, para oferecer cuidados especiais com a jardinagem. De acordo com a vereadora, além dos riscos de transmissão de doenças e o perigo de se causar acidentes, há uma lei municipal que proíbe a criação de animais em locais públicos. “Eu entendo que os patos no local se tornaram uma atração para muitas pessoas, mas é preciso entender que há um descumprimento da lei. O município não permite este tipo de criação. Conheço pessoas que tiveram que retirar galinhas de seus quintais por determinação da prefeitura. Agora, se a lei é aplicada para uns porque não pode ser aplicada para outros?”, indagou. A lei citada pela vereadora é referente aos artigos 43 e 44 da seção IV das Medidas Referentes aos Animais constados no Código de Postura do Município, que cita a proibição de criação na zona urbana de aves e outros animais, como bovinos e suínos; além da proibição da permanência de animais soltos nas vias públicas ou locais de livre acesso ao público, como ocorre no Parque Santa Leonor. “Desta forma estamos apenas fazendo prevalecer o Código de Postura do Município. A política é feita para a coletividade e não apenas para um ou outro”, ressaltou. “Se querem tanto a permanência dos patos no parque, solicitem ao prefeito para que seja feita a mudança do Código de Postura. A partir do momento em que a mudança for feita e isso for permitido, vou respeitar. Mas se a lei diz o contrário, ela tem que ser cobrada”, enfatizou. 

Doenças
A reportagem esteve no local e constatou o grande número de pombos que convivem com as demais aves. Até mesmo galinhas estão sendo encontradas na região. Isso se deve, principalmente, à alimentação que é ofertada aos patos – seja pela disponibilidade de milho ou outros alimentos muitas vezes jogadas pela população – e que acabam atraindo outras aves para também se alimentarem. De acordo com o médico veterinário e chefe do serviço de Vigilância Epidemiológica e Sanitária de Penápolis, Vlademir Marangoni Filho, aves e outros tipo de animais podem favorecer a proliferação do inseto flebótomo, transmissor da Leishmaniose. “Estes flebómotos podem ser encontrados em locais sombreados e com matéria orgânica que é o ambiente que temos no local, por isso, é importante manter a atenção, justamente para que não haja a proliferação do flebótomo”, explicou. Maragoni alertou ainda para o risco que os pombos no local oferecem. “Existem muitos deles que vão ao parque para aproveitar os alimentos que são jogados para os patos. Isso pode representar um perigo para as pessoas, já que os pombos são grandes transmissores de muitas doenças.”, disse. O contato com pombos de rua deve sempre ser evitado porque as doenças causadas por eles incluem cegueira, infecções no cérebro, dos pulmões e dos intestinos. A forma mais comum de infecções causadas pelos pombos é feita pelas vias respiratórias, através da inalação das fezes secas depositadas nos mais variados lugares. Porém, outro modo de contaminação é através do piolho dos pombos que podem cair sobre as pessoas quando eles voam. Entretanto, Maragoni afirmou também que é necessário um estudo no local para saber a real situação em relação aos riscos de doenças. “É preciso ser feita uma avaliação mais específica para identificarmos se há algum problema ligado as doenças”, finalizou.  Apesar disso, as aves, principalmente as galinhas existentes no parque, se tornam predadores naturais de pequenos animais peçonhentos, como cobras e escorpiões.

Manifestações
Quem acompanha as redes sociais percebe as diferentes opiniões sobre o assunto. Existem diversas pessoas que são favoráveis à permanência das aves no local. Entre os principais argumentos está o embelezamento e o fato de que os patos e gansos terem se tornado “atrações turísticas”. Outros opinam pela criação de um método com que o contato das aves com as pessoas seja restringido, como a criação de uma cerca, impedindo que as aves caminhem pelas ruas próximas, evitando-se acidentes. Por outro lado, existem as pessoas que se manifestam nas redes sociais pedindo a retirada das aves. Elas também alegam preocupação com a transmissão de doenças e o risco que oferecem ao trânsito, além das próprias pessoas que se utilizam do espaço. Entre os munícipes que defendem a permanência das aves está o aposentado José de Oliveira Cangussu. Ele foi quem começou a levar os patos para o local, há cerca de 12 anos. Para ele, as aves representam diversão e atração para as pessoas. “Depois que os próprios moradores próximos começaram a cuidar do ambiente, as pessoas começaram a vir ao parque para passear e fazer piqueniques. Com os patos muitos vem ao local para vê-los, tirar fotos. Se tornaram atração do local, trouxeram ainda mais vida ao espaço, por isso defendo a permanência deles”, disse. Para ele, é uma pena que exista uma movimentação contra as aves. “Não somente eu, mas muitas pessoas ficam contentes ao ver os patos andando livremente por aqui. Cuido muito bem deles, alimento-os todos os dias, o que possibilita que se tornem aves bonitas e saudáveis. Não entendo qual mal podem causar. Se eles forem tirados daqui o parque deixará de ter vida como tem hoje”, finalizou.

(Rafael Machi)

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