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CIDADE & REGIÃO

06/05/2007

Avanhandava: Comerciante dedica-se ao conserto de bonecas velhas e sucateadas

O trabalho de reformar bonecas tem trazido além de alguns reais a mais no orçamento, muita satisfação para a comerciante Cida Vital, 51 anos, de Avanhandava. Iniciada em outubro de 2006, a ocupação começou timidamente e hoje já envolve 4 pessoas, sendo cada uma responsável por uma etapa do trabalho. As bonecas chegam para ela detonadas e em muitas vezes em situação de sucata, com defeitos e sem partes do corpo. Um pouco de dedicação de dona Cida e de sua assistente Sonia Aparecida Lima e em pouco tempo as bonecas se transformam em objetos admirados pelos proprietários e outros que o cercam. Na verdade são poucas as semi-novas que ela pega para reformar.

Com a propaganda de boca em boca, dona Caída fez com que a partir do final de 2006 o serviço tivesse significativo aumento. A reforma é para bonecas de todo tipo e tamanho. De algumas são aproveitados somente algumas partes. Parte do trabalho de separação das bonecas é feito pelo esposo de dona Cida, João Vital. Para a reforma só vai o que pode ser aproveitado. O resto é mandado para o material reciclável.

O primeiro passo é a desmontagem das partes de cada boneca, seguido do processo de descontaminação. Depois vem o banho, em seguida o trabalho de reforma e por último a confecção das roupas. As bonecas são vestidas com casaquinho e macacão de recém nascidos, que geralmente são comprados com antecedência.  Por semana chegam em média três bonecas de colecionadores para serem reformadas.

Prontas, as bonecas vão para um vitrine na loja de dona Cida, no centro da cidade.  O preço varia de R$ 5,00 até R$ 40,00. Todo o trabalho leva em média dois dias. “As bonecas reformadas tem tido boa saída, o que faz vende”, explica a comerciante. No caso das bonecas totalmente reformadas, elas ganham inclusive um novo nome, escolhido por dona Cida ou por sua assistente Sônia. 

Dona Cida conta que pessoas de outros estados também já aprovaram o trabalho dela, citando a reforma feita para uma cliente de Mato Grosso. Pessoas de Araçatuba e Marília que por algum motivo tinham as bonecas encostadas, também a procuraram.

A reforma de uma boneca tipo dorminhoca de quase 40 anos e que estava com o corpo todo estragado foi um caso que a deixou bastante satisfeita. “Conseguimos conservar o mesmo rosto e tivemos de trocar o corpo, pois era uma boneca de estimação que pertencia a uma pessoa de outra cidade”, relata.  

 

Cooperativa

A servidora municipal Angelita Ribeiro é uma das clientes de dona Cida. Recentemente ela mandou 5 bonecas da filha para a reforma. Todas estavam encostadas e após serem reformadas agora decoram o quarto da pequena Adelita. “O aspecto de algumas bonecas também foi mudado com a colocação de um novo cabelo e gostei do trabalho que foi feito”, disse Angelita.

Dona Cida entende que se a idéia fosse encampada pelo poder público poderia ser desenvolvida em uma oficina com a participação de várias mulheres no sistema de cooperativa, as quais poderiam ser inclusive remuneradas com a venda das bonecas. Ou então pelas igrejas da cidade como trabalho de terapia ocupacional. Ela, no entanto, não vê essa possibilidade para o presente ou para o futuro. “No fundo da minha loja há até espaço para isso, mas falta incentivo”, ressalta.  

Mineuza, filha de dona Cida, está iniciando um trabalho que tem por objetivo tornar bonecas novas em bonecas com todas as características de um “bebê”, cuja venda é direcionada a pessoas adultas, principalmente senhoras que apreciam bastante esse tipo de boneca.  Filha de família humilde, a infância de dona Cida foi difícil. Ela relata que as bonecas com as quais brincava eram ganhas de suas primas, pois não tinha condições de comprar. Ela costurava as roupinhas das bonecas das primas e em troca recebia de presente algumas das bonecas que iam ficando velhas. “Na infância eu tive poucas bonecas, mas sempre fiquei satisfeita com as que possuía, por isso aprendi a dar valor em muitas coisas”, falou a comerciante. (OV)
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