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CIDADE & REGIÃO

22/08/2008

Assistência: SOS e Sasc atuam pelo atendimento a moradores de rua

O SOS (Serviço de Obras Sociais) e a Sasc (Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania de Penápolis) atuam conjuntamente na cidade para proporcionar o devido atendimento às pessoas em situação de moradores de rua. Apesar do trabalho desenvolvido, a permanência destas pessoas em praças e outros locais públicos tem gerado reclamação da comunidade principalmente pela resistência que apresentam ao serem encaminhados para atendimento.
Conforme explicou a assistente social do SOS, Paula Renata Ronconi, a entidade desenvolve o programa "Novos Caminhos - Programa de Atendimento à População de Rua/ Casa de Estar/ Migrante", do qual é coordenadora. O mesmo funciona com a ajuda de subvenção municipal e estadual, além de recursos próprios.
Ainda segundo Paula, atuam neste trabalho uma equipe técnica formada por assistente social, psicóloga e terapeuta ocupacional, além de outros profissionais como atendentes, motoristas e cozinheiro, que integram uma equipe de apoio ao serviço. A equipe técnica realiza de segunda a sexta-feira uma ronda pelos locais de maior concentração das pessoas em situação de rua; nesta tarefa in loco é feito um trabalho psicossocial, com orientações, conversas e encaminhamentos para as necessidades destas pessoas. "Providenciamos para que sejam tirados documentos, encaminhamos para atendimento médico, entre outras necessidades. Nesta fase do nosso trabalho, aqueles que aceitam nos acompanhar e seguir um tratamento para os vícios que a maioria carrega, vão para o SOS onde encontram um local adequado para tomarem banho, se alimentarem e para poder pernoitar", detalhou a assistente social.

Negativa
No relato da assistente social ela conta que o principal obstáculo para o total sucesso do programa é a negativa dos moradores de rua em aceitar o tratamento. Um agravante ainda maior é que, de acordo com levantamento feito pela própria entidade, quase 80% deste público é da própria cidade e tem casa e família.
"Essas são pessoas que escolheram viver assim. Apresentam vícios e preferem viver nas ruas sem as cobranças familiares, resistindo ao tratamento e sem a vontade de retornar ao convívio familiar. Na rua eles bebem e consomem drogas e conseguem comida de graça, sem cobranças ou compromissos, e isso prejudica a possibilidade de voltarem a ter uma vida digna, objetivo pelo qual estamos lutando há tanto tempo".

Casa de Estar
Paula Renata relatou que o tratamento dos que concordam em ser ajudados, de acordo com o encaminhamento médico, é feito no Hospital Espírita João Marchese ou na Casa de Estar, uma estrutura ligada ao SOS onde os atendidos passam a morar por tempo indeterminado. "O tempo de permanência na Casa de Estar varia de acordo com a recuperação de cada um. Hoje temos 20 moradores homens com mais de 18 anos ocupando aquele espaço, representando a totalidade de vagas, porém quando alguma destas pessoas concorda em passar pelo período de recuperação e não temos vagas na cidade fazemos o encaminhamento dela para cidades da nossa região", conta ela. "Além desta prestação de serviço o SOS também fornece passagens de ônibus para os migrantes que desembarcam na cidade. São em média 130 passagens por mês. Um atendente da entidade permanece no terminal rodoviário de segunda a sexta-feira para providenciar que estas pessoas sigam viagem sem a necessidade de ficarem pelas ruas pedindo o dinheiro para comprar passagens ou mesmo se estabelecendo de vez em algum logradouro público".

Resultados
Segundo levantamento referente ao atendimento da Casa de Estar no ano de 2007, houve 16 altas/desligamentos, sendo que 8 se recuperaram e passaram a viver independentemente, inclusive arrumando um emprego; 1 aceitou voltar ao convívio familiar; 1 óbito; e 6 desistiram por não se adequarem às regras que necessitam obedecer para o sucesso do tratamento. "Se analisarmos bem, podemos ver que 50% das pessoas desligadas da Casa de Estar no ano passado conseguiram se reerguer, recuperar a auto-estima e arrumar uma forma digna de sobreviver, trabalhando e progredindo por si só", comemorou Paula.

Longo Prazo
A assistente social finalizou observando que a realidade das pessoas em situação de rua é bastante complicada. "Não é nada fácil para eles. O alcoolismo é uma doença que tem tratamento de longo prazo. As famílias muitas vezes se cansam dos problemas ocasionados pela bebida e passa a encarar a pessoa como um vagabundo. Daí surge o abandono, a separação conjugal, o desemprego, a depressão", observa. "Por isso sabemos que o nosso trabalho não é de resultado imediato. Essas pessoas precisam de confiança, estabelecer vínculos para aceitar uma realidade diferente e aceitar um tratamento para voltar à vida em sociedade. Às vezes notamos que a depressão deles é tanta que acham boa a vida do jeito que está. Não vai ser de um dia para o outro que a história mudará". Secom - PMP

Parceria com o CRAS deve reforçar atendimento

A Secretaria Municipal de Assistência Social e Cidadania de Penápolis quer firmar parceria com o SOS para oferecer maior suporte à recuperação das pessoas em situação de rua que aceitam o tratamento para recuperação. Desta forma, realiza no próximo dia 28 uma reunião com técnicos e usuários do SOS para estudar um trabalho em conjunto com o CRAS (Centro de Referência da Assistência Social).
Segundo explicou a assistente social do CRAS, Marli Aparecida Escardovelli Alcântara, a idéia de trabalhar em conjunto surgiu da análise dos dados levantados pelo SOS e que apontaram que 80% dos atendidos que são de Penápolis, vêm da região onde se situa o serviço. "O CRAS atende as comunidades da Vila Planalto, Vila Aparecida, Jardim Pevi, São Francisco e outros bairros próximos. Acreditamos que estando perto de suas origens eles possam se familiarizar mais, passando a serem mais suscetíveis ao tratamento", ponderou Marli. "Lá pretendemos reforçar o trabalho de acolhimento, sensibilização, resgate da auto estima e até mesmo oferecer atividades produtivas futuramente, como cursos, oficinas, palestras, entre outras ações do tipo. Temos também o apoio de uma equipe técnica com psicóloga que pode dar maior suporte às ações". Ela revelou que os serviços de saúde do município, como Unidade de Saúde mental, Centro de Atenção Psicossocial devem integrar o projeto, colaborando para a obtenção de resultados. O CRAS, também conhecido como Casa da Família, desenvolve atendimento junto que visa o fortalecimento dos vínculos familiares e a geração de renda entre seus integrantes para melhorar a qualidade de vida. O mesmo é realizado através do convênio entre a Prefeitura Municipal de Penápolis com o Ministério do Desenvolvimento Social. Secom - PMP

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