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CIDADE & REGIÃO

14/08/2011

Amor sem distinção para pai biológico ou adotivo

Arquivo/Diário
Detalhes Notícia
Família reunida: Larissa, Carmem, Nathan e Herinton

DA REPORTAGEM

Que homem nunca sonhou em ter um filho e ser chamado de pai.  Esta é uma realidade em todo o mundo. Hoje é muito difícil encontrar um casal que não tenha filhos, ou que não planeje tê-los. Porém, há os que por algum impedimento biológico, não conseguem gerar um filho. Uma opção que vem sendo bem aceita no Brasil é a inseminação artificial, um método que exige do casal persistência e que denota um custo nem sempre ao alcance da maioria que deseja ter um filho.
A outra opção, a que vamos nos deter nesta matéria, é a adoção de crianças, porém, ainda é preciso vencer muitas barreiras. Esta ação tem ganhado a preferência daqueles que não têm filhos e até mesmo daqueles que já possuem filhos biológicos.  Hoje, Dia dos Pais tem um “sabor” especial para o comerciante Herinton Buzzetti, 43 anos, casado com a também comerciante Carmem Rodrigues Buzzetti, 41, proprietários da Cinderela Calçados. Eles tiveram uma filha biológica, a jovem Larissa Rodrigues Buzzetti, 17.  O pequeno Nathan Rodrigues Buzzetti, 4 anos, também faz parte da família desde outubro de 2009.  Herington explica que conheceu Nathan através de um ato solidário. Ele e a família tinham o costume de visitar crianças que viviam em uma casa abrigo na cidade de Promissão. “Íamos todos os fins de semana, quando conhecemos o Nathan e que, aos poucos, foi chamando nossa atenção, fazendo com que tivéssemos um carinho muito grande por ele”, comentou. No começo ele e a esposa tinham um certo receio de que a adoção não fosse ser aceita pela filha biológica, mas aos poucos este sentimento foi vencido. “Sempre comentávamos sobre nosso interesse em adotar uma criança, mas não sabíamos qual seria a reação da Larissa, por isso sempre conversávamos com ela, procurávamos uma maneira de explicar nossa vontade, porém,  respeitando-a, e se ela não entendesse a nossa intenção, não a forçaríamos a aceitar nossa vontade”, ressaltou. A idéia foi sendo desenvolvida pela família até que Larissa compreendeu, e eles puderam concretizar o sonho de ter mais um filho através da adoção. “No início nem imaginávamos que iríamos adotar o Nathan, mas ele começou a nos cativar durante as visitas ao abrigo e chamou nossa atenção”, disse. Segundo Herinton, para que Nathan pudesse ter uma nova família, foi preciso muita paciência e orientação dos órgãos competentes, a fim de que tudo fosse realizado conforme a legislação. Hoje o casal possui a guarda definitiva da criança e espera a finalização do processo para que se concretize definitivamente a adoção.
 
Amor de pai é igual para ambos os filhos
Herinton faz questão de ressaltar que seu amor por Larissa e Nathan não tem diferença, além de não lembrar-se de que o filho foi adotado. “Não existe motivo para isso, ele é nosso filho e pronto. Temos um convívio muito bom, e isto faz que nosso amor pelo Nathan cresça cada vez mais”, enfatizou. Ele diz também que seu filho sabe da adoção e sempre tratou isso com muito carinho com ele. “Sempre tentamos fazer, na medida do possível devido sua idade, que ele saiba sobre sua adoção, por isso sempre dizemos que ele é o nosso filho do coração, que o amor que temos por ele vem do coração”, comentou emocionado. Quando Nathan chegou à casa de Herington, ele o chamava de “tio”, sendo que ao longo do tempo e com a convivência, passou a reconhecê-lo como pai. “Ficamos muito felizes por isso, afinal, mostra que o amor recíproco de pai e filho tem crescido cada vez mais”. Herinton aproveitou para dar algumas dicas aos pais. “A adoção é algo maravilhoso, mas em primeiro lugar, é preciso ter este desejo, cultivar o amor e respeito pelas crianças”, disse. Para aqueles que desejam adotar um filho, ele lembra que é importante deixar o amor nascer dentro de si. “Infelizmente existem muitos pais que exigem determinadas características da criança, mas não sabem o quanto é bom conviver com elas e deixar o amor nascer no coração, e quando se faz isso o sentimento é ainda maior, e a adoção acontece com muito mais  alegria e prazer”, lembrou. Herington também destacou o convívio que os pais devem ter com os filhos. “Temos que curtir ao máximo os bons momentos que passamos juntos. O tempo de convivência  gera a  educação e respeito dos filhos, além de aumentar cada vez mais o amor entre pais e filhos, assim acontece entre eu, e meus filhos Larissa e Nathan”, finalizou muito emocionado. (Rafael Machi)
 

Estatísticas mostram que adoção no Brasil ainda é vista com “preconceito”
 
De acordo com o Cadastro Nacional de Adoção (CNA), no Brasil existem 26.138 pretendentes aptos para adotar, enquanto que 4.364 crianças e adolescentes estão disponíveis – seja porque foram destituídos do convívio familiar, seja por terem sido entregue pelos pais ou, ainda, por serem órfãos. Mas a realidade das 600 instituições no País mostra que há ainda um número alto de jovens a espera de um lar. Em muitos casos, a demora para adotar se reflete no perfil exigido de quem fez essa opção. Talvez, por preconceito ou por hábito, a maioria ainda deseja crianças brancas, do sexo feminino e idade de até 18 meses, ao contrário da realidade que se encontra nos abrigos: crianças pardas, maiores de dois anos, muitas vezes com irmãos. Outro ponto que dificulta a adoção é que muitas das crianças que vivem em entidades assistenciais não estão livres para serem encaminhadas a uma nova família. Segundo pesquisa da Associação dos Magistrados Brasileiros (AMB) apenas 10% das crianças nos abrigos podem ser adotadas, pois a maioria continua a ter algum tipo de vínculo familiar. A maioria deles foram vítimas de maus tratos, negligência ou porque seus parentes não tinham condições materiais de criá-los. (RM)
 
Números sobre adoção:

Filhos
47% dos filhos adotivos não têm nenhuma informação sobre sua origem;
37% receberam poucas e vagas informações: de que cidade vieram, se seus pais biológicos estão vivos ou não;
62% não têm informações de seus pais biológicos;
58% não conhecem ou não gostariam de conhecê-los;
10% nutrem um sentimento positivo sobre a família biológica;
35% conheceram ou gostariam de conhecer pessoalmente seus pais biológicos;
60% são meninas;
69% eram recém-nascidos na época da adoção;
69% sempre souberam que eram adotivos.
 
Pais
91% estavam casados na época da adoção;
55% não podiam ter filhos;
45% já tinham filhos biológicos;
40% têm curso superior completo;
50% recebem mais de 1.500 reais por mês.

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