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CIDADE & REGIÃO

13/05/2018

Amor e dedicação: Mãe deixa tudo para vencer barreiras com o filho

Imagem/Arquivo Pessoal
Detalhes Notícia
Família se dedica integralmente em oferecer amor e cuidados ao pequeno Pietro

DA REPORTAGEM

Conciliar vida pessoal com a profissional é uma tarefa que exige sacrifícios de qualquer um, mas quando se trata de mulheres que se tornaram mães, o esforço é ainda maior. É o que comprova uma pesquisa que apontou que 30% das mães já abriram mão do emprego após a chegada dos filhos, enquanto entre os pais o número é de apenas 7%.
Esta dedicação se torna ainda maior com a chegada de um filho especial. É o que aconteceu com a pedagoga Patrícia Oliveira da Silva Camilo, que, aos 32 anos, se dedica a cuidar dos dois filhos, Pietro, de cinco anos, e  Pierre, de dois. Pietro nasceu com uma síndrome chamada de deleção do cromossomo 18, que ocorre através de uma desordem rara na qual uma parte do material genético, dentre os 46 cromossomos do corpo, está em falta. A ausência desta parte do material genético pode causar o atraso no desenvolvimento da criança, seja físico ou intelectual. Esta é a batalha que Patrícia e seu marido, o inspetor de alunos Arnor Quintino Camilo, vêm vencendo a cada dia. 
Pietro nasceu prematuro e precisou ficar 26 dias na Unidade de Terapia Intensiva (UTI). Foi neste período que o os médicos desconfiaram que ele apresentava algo diferente que não havia percebido até então. A constatação da síndrome chocou a mãe de Pietro num primeiro momento. “Morreu um sonho. Quando você descobre que está grávida, começa a fazer planos, sonhos, a querer tudo do bom e do melhor para seu filho. Quando eu soube desta síndrome, passei por momentos muito difíceis, chorei muito”, revelou. Entretanto, seu amor de mãe falou mais alto. Com o apoio do marido, Patrícia percebeu a missão difícil que teria pela frente, mas aceitou o desafio pelo amor de seu filho. Bastante ocupada por conta do trabalho e da faculdade de pedagogia, Patrícia viu no marido a possibilidade de continuar suas atividades. “O Pietro sempre precisou de muitos cuidados. Como meu marido pegou licença no trabalho por conta de um acidente, ele passou a me ajudar muito enquanto eu trabalhava e estudava”, comentou. As coisas para Patrícia começaram a ficar mais difíceis quando Pietro necessitou de acompanhamento médico em outras cidades. “Eu o acompanhei em muitas viagens e largava tudo para estar com ele. Eu trabalhava na APAE, que muito me apoiou neste momento difícil de minha vida, sempre em reconhecimento ao amor que tinha em cuidar do meu filho”, destacou. 
Mesmo com as dificuldades em conciliar suas atividades, Patrícia conseguiu terminar a faculdade, mas optou em deixar o emprego para se dedicar integralmente ao filho.

Planos
Pietro, apesar do atraso em seu desenvolvimento, sempre foi considerado uma criança bastante ativa. Ele faz acompanhamento na APAE e estuda em uma creche regular, o que tem ajudado muito em seu desenvolvimento. Além disso, ele recebe a ajuda desta creche, que é mantida por uma fundação, para praticar aulas de ecoterapia - atividades desenvolvidas com cavalos e que ajudam no desenvolvimento mental e físico da criança. 
Para se dedicar mais, Patrícia iniciou recentemente seu curso de pós-graduação em deficiência intelectual a fim de buscar meios de ajudar no desenvolvimento do filho. “Hoje nosso foco é o Pietro. Ele frequenta a creche e outras atividades, sempre com nosso cuidado. Hoje tenho muita vontade de trabalhar, mas penso que o Pietro precisa muito mais de mim. Isso tem tido resultados muito positivos, já que, nos últimos anos, ele tem apresentado um desenvolvimento que tem nos surpreendido”, destacou a mãe.

2º filho
Ter um irmão, ou irmã, para brincar e estarem sempre juntos, é o desejo de muitos pais. Foi justamente pensando neste desenvolvimento do Pietro, que chegou ao mundo o Pierre, hoje com dois anos. Entretanto, para ter o segundo filho Patrícia teve que vencer medos e até mesmo preconceitos. “Muitas pessoas me diziam que eu não deveria ter o segundo filho, que eu corria o risco dele também nascer com esta mesma ou outra síndrome. Isso me deixou bastante assustada e preocupada, pois sabia que poderia acontecer”, comentou. Mas deixando seu amor de mãe novamente falar mais alto, ela procurou ajuda médica, o que a deixou muito entusiasmada. “Quando procurei o médico, fui bastante motivada a ter o segundo filho, pois eu estava fazendo todo um acompanhamento para que tudo pudesse ocorrer como o planejado. Foi aí que nasceu o Pierre”, revelou.
O irmão de Pietro surpreendeu a todos. Apesar da pouca idade, já demonstra um carinho muito grande pelo irmão. “Eles estão sempre juntos, brincando. O amor que demonstram um pelo outro é incrível. O Pietro tem suas limitações, mas não são impedimentos para que brinquem como irmãos”, ressaltou. Como parte deste amor, Patrícia já pensa, inclusive, num terceiro filho.

Amor
Toda esta dedicação rendeu um amor imensurável de Patrícia. A emoção sempre toma conta da mãe quando lembra das dificuldades e das vitórias que teve com o filho. “Venci muitos preconceitos e hoje tenho a certeza do bom trabalho que estamos fazendo com nossos filhos, nos dando a certeza de que continuaremos sempre com esta dedicação. Sei que o Pietro tem suas limitações. Sei que ele não vai ser um doutor, mas faço tudo o que for possível para que ele tenha qualidade de vida”, afirmou.
Mesmo não podendo se expressar de forma clara, ela sente o amor que seu filho também tem por ela. “Ele é muito carinhoso comigo. Sinto todo este amor no seu olhar, num simples gesto de carinho quando ele aproxima sua cabeça para ficar mais perto de mim. Em momentos como este, tenho certeza de que tudo isso está valendo à pena, pois é o amor de mãe”, finalizou emocionada.

(Rafael Machi)

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