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CIDADE & REGIÃO

14/07/2011

Alicielen: Polícia investiga se houve negligência na morte de garota

Reprodução
Detalhes Notícia
Alicielen morreu no dia 06 de julho, a causa da morte é desconhecida

DA REPORTAGEM

A Polícia Civil de Penápolis, através da delegada Maria Salete Cavestré Tondatto, abrirá inquérito para apurar a causa da morte de Alicielen Rodrigues de Oliveira, 13 anos, ocorrida no dia 06 de julho após ficar internada por quase 30 dias na UTI (Unidade de Tratamento Intensivo) de Penápolis. Ainda é um mistério para os médicos a patologia que levou a menina a óbito, sendo que há uma suspeita que ela teria uma doença rara denominada Síndrome da Angústia Respiratória do Adulto – Sara, que clinicamente se apresenta com intensa falta de ar (dispnéia) e diminuição da oxigenação (troca gasosa), necessitando de intervenção imediata com equipamentos ventilatórios.
A família de Alicielen procurou a reportagem do Diário para realizar uma denúncia de possível negligência no atendimento médico da Santa Casa de Misericórdia de Penápolis. Em entrevista coletiva, a mãe da garota, Vilma Maria Rodrigues, 46 anos, disse que está muito triste com a morte da filha, e acredita que ela poderia ter sobrevivido se os médicos tivessem dado um atendimento melhor para Alicielen. Vilma explica que o problema da filha iniciou em março, quando ela apresentou problemas de falta de ar e inchaço nas mãos, pernas e rosto. A mãe alega que procurou atendimento no posto de saúde e que a médica solicitou vários exames, porém não foi constatada a causa da doença.
Após os primeiros exames, Alicielen teria se queixado de dores no estômago, sendo levada até o Pronto Socorro Municipal, onde foi solicitada sua internação, o que aconteceu no dia 08 de junho. Assim que deu entrada na Santa Casa, ela foi encaminhada para a UTI do hospital, devido à gravidade de seu estado de saúde. “Quando a internaram fui para a minha casa e retornei somente no dia seguinte para visitá-la, e a encontrei no isolamento e entubada”, comentou a mãe, afirmando que foi informada que naquela noite, a filha havia sofrido uma parada cardíaca, havendo a necessidade daquele tratamento, inclusive com o uso de sedativos. A paciente ficou 28 dias internada na UTI, dos quais apenas três teria permanecido acordada e lúcida. “Durante estes dias, ela aparentava estar melhor, ficamos muito felizes, e sempre ao seu lado dizia o quanto eu a amava”, afirmou. Mas, novamente piorou o seu estado de saúde.

Vários Diagnósticos
Segundo Vilma, os médicos trabalharam com várias hipóteses de diagnósticos, como Tuberculose, Sara, Leucemia e Gripe Suína, sendo que para esta última, eles teriam começado um tratamento preventivo, mesmo não tendo o resultado definitivo.  Com a enfermidade da menina se agravando e sem saber a verdadeira causa, chegaram a cogitar a possibilidade de sua transferência, porém, os médicos temiam que ela não resistisse. Diversas tentativas foram feitas para conseguir vaga em uma unidade com recursos mais eficientes, o que aconteceu no Hospital de Base de São José do Rio Preto. Alicielen chegou a ser colocada na UTI móvel para a transferência, mas, no momento em que a ambulância saiu, a garota teria tido complicações, então os médicos optaram pelo retorno. Durante a entrevista, Vilma mostrou-se revoltada por não ter conseguido a transferência da filha, que segundo ela até um helicóptero havia sido disponibilizado. Segundo ela nenhum médico queria se responsabilizar pela transferência, “eles diziam a todo o momento que minha filha não agüentaria a viagem, pois não estava estabilizada”, explicou. Vilma reclama que foram feitos cerca de 10 exames em sua filha no período em que esteve internada.  “Até hoje eu não sei o que apareceu nestes exames, aliás, ainda não sei o que ocasionou a morte da minha filha”, afirmou. Alicielen morreu às 22h00 do dia 06 de julho, constando na Certidão de óbito falência múltipla de órgãos.

Santa Casa
A reportagem do Diário conversou com o administrador do hospital, Roberto Bastos, e o diretor do Conselho Hospitalar, Antônio Crozatti. Eles disseram que não poderiam comentar sobre as questões médicas, mas afirmaram que toda a assistência necessária foi feita por parte da Santa Casa. “Conseguimos a vaga que era necessária, mas os médicos que acompanhavam a menina desde o começo do tratamento, afirmaram que era muito arriscado a paciente sair da UTI, já que ela não agüentaria a viagem, isso foi feito para o bem dela”, comentou Crozatti. Ele ressaltou que o hospital gastou cerca de R$ 50 mil durante o tratamento de Alicielen. “Estivemos muito empenhados para que ela melhorasse, mas infelizmente não foi possível”, afirmou. “Quando ela chegou aqui, foi internada direto na UTI. Em um primeiro exame, constatamos que o pulmão estava tomado em 20% de sangue. Quatro horas depois já estava em 80%, mostrando a gravidade de sua doença”, disse. Roberto Bastos disse que a transferência por helicóptero não existiu. “Estivemos em reunião com o prefeito João Luis e o secretário de Saúde, Sidney, onde afirmaram que estariam dispostos a ajudar, inclusive se fosse possível intervir para uma transferência feita pela aeronave, mas jamais afirmamos que isso seria feito e que estaria tudo certo”, afirmou. “Temos certeza que nos empenhamos, assim como em outros casos onde pudemos salvar vidas de pessoas que estavam em estado grave, infelizmente a medicina não explica e resolve tudo, foi uma fatalidade que ainda não sabemos explicar a causa da doença que a levou a morte, fato que causou comoção em todos nós”, finalizou. Todos os exames pedidos na Santa Casa constaram resultados negativos.

Inquérito
Segundo a delegada Maria Salete, as investigações serão feitas e o prontuário médico deve ser pedido nos próximos dias. “A família foi ouvida quando veio fazer a denúncia e pretendemos também ouvir os médicos do caso”, comentou. O boletim de ocorrência foi registrado como “morte suspeita” e o objetivo do trabalho da polícia é saber se ouve negligência médica ou se a morte da garota não passou de uma fatalidade. “Investigaremos o caso com todo o cuidado para concluirmos este inquérito de forma correta”, finalizou. (Rafael Machi)

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