Aeronaves e passageiros: Aeroporto de Penápolis tem queda de movimentação

DA REPORTAGEM

Apesar da intenção do Governo de São Paulo em privatizar o Aeroporto Ramalho Franco, de Penápolis, como parte de um pacote de privatizações previsto para ocorrer em todo o Estado junto ao Departamento Aeroviário de São Paulo (Daesp), o aeroporto de Penápolis tem obtido queda de movimento nos últimos meses tanto de aeronaves como de passageiros. Apesar de não ter voos comerciais, ele recebe diversas aeronaves executivas, sejam particulares ou de táxis aéreos. 
De acordo com o levantamento feito pelo próprio Daesp, neste mês de junho, o local recebeu 126 voos não regulares, enquanto que no acumulado do semestre, este total foi de 968. O número representa pelo menos cinco pousos ou decolagens por dia realizadas no aeroporto local neste semestre.
Entretanto, em comparação ao mesmo período do ano passado, houve queda nos números, isso porque em junho de 2018, foram registrados 178 voos regulares. Já no primeiro semestre do ano passado foram 1.205 voos. Desta forma foi um pouso ou decolagem a mais por dia realizado no primeiro semestre de 2018.
O mesmo tem ocorrido com relação ao número de passageiros que têm circulado pelo aeroporto local. Ainda de acordo com o levantamento feito pelo Daesp, 59 passageiros embarcaram ou desembarcaram em voos não regulares somente no mês de junho. Um destes passageiros estava em conexão de voo. No acumulado de janeiro a junho deste ano foram 191 passageiros registrados, ou um por dia.
Se comparados estes dados com o mesmo período de 2018, também há queda nos registros. Somente em junho do ano passado foram 73 passageiros, sendo um em trânsito. Passageiro em trânsito é definido como aquele que permanece a bordo da aeronave ou que desembarca em aeroporto intermediário para reembarcar na mesma aeronave. Em junho de 2017, esta movimentação chegou 133 passageiros, segundo o Daesp. 
Já no acumulado de todo o primeiro semestre de 2018, o total de passageiros chegou a 358, ou pelo menos dois passageiros por dia em embarque ou desembarque.

Privatização
A chamada “privatização” já havia sido noticiada pelo DIÁRIO em janeiro deste ano, quando o governador de São Paulo, João Dória (PSDB), anunciou que o aeroporto de Penápolis estava entre os que devem passar por este processo.
Em junho deste ano, Dois técnicos de uma empresa de consultoria internacional estiveram no local para a primeira etapa do estudo técnico para a desestatização do aeroporto.
Na oportunidade, eles conheceram e fotografaram a estrutura física do aeroporto, e percorreram com um veículo os 1.500 metros da pista e também a área de taxiamento de aeronaves.  O estudo também objetiva avaliar as informações gerais sobre a cidade e sua população, além do potencial econômico e turístico.
Inaugurado em 1986, o Aeroporto Ramalho Franco, de Penápolis, possui demanda de voos de empresas de diversos ramos, como irrigação, turismo, açúcar, construção e manutenção de aeronaves. Em 2012, o Daesp investiu R$ 1,15 milhão com recursos do governo do Estado em reformas do aeroporto.
Entre estas obras está à implantação de infraestrutura para operação de voos VFR- Noturno, possibilitando a iluminação da área de embarque e desembarque de passageiros, além da visualização aérea pelos pilotos da pista central durante a noite. Foram instalados diversos novos equipamentos, como torre com refletores rotativos que serve para orientação de pilotos que estão voando e as torres com refletores voltados para o pátio destinado ao embarque e desembarque de passageiros, possibilitando o trabalho de funcionários para conduzir as aeronaves aos seus respectivos locais de parada. 
Também foram instalados ao redor da pista, sinalizadores de solo para o balizamento noturno. Este equipamento é fundamental para que o piloto ao se aproximar do aeroporto se oriente sobre a localização exata da pista, permitindo fazer um pouso seguro. Com a implantação do sistema de operação noturna o aeroporto de Penápolis passou a ter possibilidades de receber voos comerciais, já que a estrutura física da pista é considerada com boas condições. Mas para que isso ocorra é necessário haver o interesse das companhias aéreas e uma autorização da ANAC. 
O aeroporto Ramalho Franco possui uma pista de 1,5 mil metros de extensão por 30 metros de largura. Ela tem capacidade para receber, por exemplo, aviões como o ATR-72 turbo hélice, com capacidade para até 68 passageiros. Este modelo é muito utilizado pela Azul Linhas Aéreas.

(Rafael Machi)