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CIDADE & REGIÃO

30/10/2007

Acorda Penápolis

* José Carlos Altimari

 

Na qualidade de empresário, ex-vereador, vice-presidente da Associação Comercial e Empresarial e, principalmente, como cidadão penapolense que ama seu torrão natal e aqui criou raízes profundas, não posso deixar de manifestar, na forma de um sincero desabafo público, a tristeza por ver minha cidade marcando passo, perdendo oportunidades e deixando passar o bonde da história.

Penápolis é quase centenária, tem valiosos recursos humanos e materiais que, aliados ao nosso posicionamento estratégico no cruzamento de duas importantes rodovias e à margem da hidrovia Tietê-Paraná, poderiam ser fatores mais que suficientes para impulsionar nosso crescimento sócio-econômico.

Estamos no centro de uma das mais importantes regiões produtoras de álcool e açúcar do Estado. Temos a ferrovia, temos um aeroporto com pista de 1.500 metros asfaltada, mas, infelizmente, nada acontece. Parece que estamos dormindo e esquecemos de acordar.

Com uma certa dose de inveja, vejo as cidades da nossa região crescerem e se expandirem e aqui, não conseguimos sair da faixa de 50 mil habitantes, ou seja, temos uma taxa de quase zero de crescimento vegetativo porque os jovens vão embora em busca de oportunidades de emprego e estudo – oportunidade que, infelizmente, não existem aqui.

Nós, da Associação Comercial e Empresarial, temos tentado com muita insistência, marcar uma audiência com o governador José Serra, que foi muito bem votado por aqui, para mostrar para ele este potencial e convencer o Estado a fazer aqui os investimentos necessários a fim de alavancarmos nosso processo de desenvolvimento. Mas, para surpresa nossa, não conseguimos passar da sala de espera do governador – o máximo que nos ofereceram foi uma conversa com o vice. Se tivéssemos a chance de conversar com o governador José Serra iríamos solicitar, entre outras medidas, a instalação de uma faculdade de Tecnologia em nossa cidade. O governo do Estado está abrindo FATECs em várias regiões, mas nós somos esquecidos mais uma vez.Por outro lado, os deputados que foram bem votados aqui não ajudam em nada, mostrando mais uma vez que antes da eleição a conversa é uma, e depois, outra. Vivemos em uma cidade que parece ter perdido seu entusiasmo e capacidade de gerar iniciativas inovadoras.Temos, por exemplo, o Colégio Técnico Agrícola – fruto de uma iniciativa inovadora tomada por um grupo de penapolenses no final da década de 60 e inicio dos anos 70.Mas, atualmente, o CTA, que tem uma área considerável de 100 alqueires, também está com seu potencial sub-explorado. Em tempo de aquecimento global, a escola poderia, por exemplo, se tornar um centro de estudos e recuperação ambiental e ainda ser um foco gerador de novas tecnologias que facilitassem ao pequeno e médio produtor diversificar sua produção, adquirir novos conhecimentos, aumentar seus níveis de produtividade e renda.

Mas, até o acesso para o Colégio Agrícola está comprometido á quase três anos. Também aqui perdemos uma grande oportunidade, quando uma empreiteira que realizava obras de duplicação na rodovia Assis Chateaubriand instalou um canteiro de obras, com uma usina de asfalto em frente ao ponto onde fica a área desapropriada pelo então prefeito Dirceu Peters, na década de 70, para abertura de uma estrada ligando a rodovia ao CTA. Segundo me informou meu saudoso amigo Walter Makasshian, a empreiteira dispunha de recursos para pavimentar aquela estrada até a porta do Colégio Agrícola, bastava que se fizesse gestões para que um termo aditivo fosse incluído no convênio da obra da Assis Chateaubriand. Nada se fez e mais uma oportunidade foi perdida.

Não temos até hoje uma política de atração e incentivo para instalação de novas empresas, como muitas cidades já criaram e, agora, ostentam parques industriais pujantes e ativos. Nosso Parque Industrial continua lá, esperando pelo restante da pavimentação, enquanto as empresas que ali se instalaram têm equipamentos e computadores constantemente prejudicados pela poeira. Sem falar na lama que, quando chove, dificulta o acesso. Desculpem o tom meio amargo do meu desabafo. Os que conhecem sabem que não sou assim, prefiro agir do que falar e foi desta forma que conduzi minha vida profissional e foi assim que, na qualidade de vereador por varias legislaturas, pude dar minha contribuição para esta cidade que tanto prezo. E é com este espírito empreendedor que sempre me guiou e que também norteia a recém criada Associação Comercial e Empresarial, que lanço aqui este grito: “ACORDA PENÁPOLIS!”.

O mundo está mudando muito rapidamente neste tempo de economia globalizada, aquecimento global e surgimento de novos paradigmas e desafios nunca antes apresentados ao ser humano. É hora de pensar grande e agir rápido ou vamos ser superados de vez pela nova dinâmica dos acontecimentos.

Estamos todos no mesmo barco. Todos temos responsabilidade pelo sucesso ou fracasso de nossa cidade. Não vou fugir de minhas responsabilidades e estou pronto a dar total contribuição a um movimento amplo, liderado pelas forças mais expressivas do município – políticas e empresariais – para que nossa querida e centenária Penápolis possam dar o seu salto quântico de qualidade e crescimento, e que as celebrações de seus 100 anos de vida sejam marco inicial da superação desta nossa fase crônica de crise e desânimo, que geram a estagnação.

Quero lembrar que crises, como dizem os chineses, representam perigos e oportunidades. Alguns crescem nas crises, outros se afundam. Todos temos o livre arbítrio para decidir onde queremos chegar e encerro estas minhas humildes considerações com uma metáfora que ilustra bem o que quis transmitir aqui.

 

Crises e Oportunidades

Um homem vivia na beira da estrada e vendia cachorros-quentes. Não tinha radio nem Tv e, por deficiência de visão, não podia ler jornais. Em compensação, vendia bons cachorros-quentes. Colocou um cartaz na beira da estrada, anunciando a mercadoria e, ficou por ali gritando quando alguém passava: “Olha o cachorro-quente especial!”. E as pessoas compravam. Com isso, aumentou os pedidos de pão e salsicha, e acabou construindo uma mercearia. Então, ao telefonar para o filho que morava em outra cidade e contar as novidades, o filho disse:

-“Pai, o senhor não tem ouvido radio? Não tem visto TV? Não tem lido os jornais? Há uma crise muito séria e a situação internacional é perigosíssima!”

Diante disso, o pai pensou:

-“Meu filho estuda na universidade! Ouve radio,vê TV e lê jornais... portanto, deve saber oque está dizendo!”

Então reduziu os pedidos de pão e salsichas, tirou o cartaz da beira da estrada, e não ficou por ali apregoando seus cachorros-quentes. As vendas caíram do dia para a noite e ele disse ao filho:

-“Você tinha razão, meu filho, a crise é muito séria!”

(autor desconhecido)

 

*José Carlos Altimari, é empresário e vice-presidente da Associação Comercial e Empresarial, teletusa2@terra.com.br

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