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CIDADE & REGIÃO

09/08/2009

A Guerra Esfriou

A crise financeira amenizou a disputa por talentos e mudou o perfil que as empresas desejam. Saiba como você pode tirar vantagem desse movimento

Por FERNANDA BOTTONI

Nos últimos anos, as empresas do mundo todo passaram por um ciclo acelerado de expansão e internacionalização. Esse crescimento acirrou a disputa por profissionais a um ponto que não era raro encontrar jovens com menos de 35 anos ganhando salários anuais na casa dos seis dígitos. Esse período acabou. Para a americana Mary Fontaine, diretora de serviços globais de talento e liderança da consultoria de gestão humana do Hay Group, a crise amenizou a disputa por talentos nos Estados Unidos e deve transformar o perfil dos profissionais de alto potencial por aqui também. “As organizações procurarão funcionários preocupados com o bem maior, que tenham uma visão do conjunto e, ao mesmo tempo, estejam preocupados com sua performance individual”, diz Mary, em entrevista exclusiva a VOCÊ S/A.
A crise amenizou a guerra por talentos, que era intensa até meados de 2008?
Nos Estados Unidos, a guerra está bem mais amena. Antes da recessão, havia muita preocupação com a aposentadoria dos baby boomers [a geração que nasceu depois da Segunda Guerra Mundial]. Eles deixariam milhões de posições de trabalho desocupadas, que não poderiam ser preenchidas apenas pelos profissionais jovens, que não são tão numerosos. Com o colapso das bolsas, a geração de baby boomers, que contava com o dinheiro do fundo de pensão para se aposentar, viu seus investimentos caírem entre 30% e 40%. Por isso eles devem continuar no mercado de trabalho ainda por algum tempo.
As companhias americanas deixaram de se preocupar com a atração e retenção de profissionais de alto potencial?
Não acredito nisso. Acho que as organizações que possuem uma reserva de caixa e ainda podem contratar veem a situação como uma boa oportunidade. Não estamos vendo empresas cortarem ações para o desenvolvimento de profissionais de alto potencial. Acho que as companhias aprenderam que, quando o crescimento é retomado, as que não foram boas para seus melhores prof ssionais são as primeiras a perdê-los.

Então, que tipo de profissional tem mais chances de crescer neste momento?
O conhecimento financeiro será mais valorizado. Também acredito que pessoas que tenham expertise em meio ambiente serão demandadas. Com a continuidade da globalização, competências multiculturais e conhecimento de idiomas também continuarão valorizados. Eu espero ainda que a ética nos negócios possa ser aprimorada. vão procurar cada vez mais funcionários preocupados com um bem maior, que tenham uma visão do conjunto e, ao mesmo tempo, uma atitude mais agressiva e preocupada com sua performance individual.
O que você recomenda aos brasileiros que trabalham em companhias globais e buscam grandes oportunidades?
Antes de tudo, capacidade de falar outros idiomas, particularmente o inglês, que é a língua mundial dos negócios. Depois, disposição para mudar, considerando principalmente a possibilidade de ir morar na Ásia. Além disso, recomendo que busquem conhecimentos de tecnologia e desenvolvam habilidades interpessoais e sensibilidade cultural. É recomendável também ter uma boa visão global dos negócios para entender a estratégia das empresas. Vale também compreender como as forças geopolíticas agem na economia. Por fim, minha dica é buscar criatividade e capacidade de inovar. Em muitos brasileiros observo uma grande dificuldade de confrontar opiniões. Vocês sempre querem estar bem com todo mundo e, quando evitam esse confronto, acabam perdendo as maiores oportunidades de inovar.
Já que a guerra por talentos está agora menos intensa nos Estados Unidos, há alguma boa notícia para os profissionais brasileiros no mercado global?
Há, sim, uma boa notícia, mas ela não é exclusividade dos brasileiros. Acredito que profisionais competentes, com bom conhecimento de idiomas e disposição para mudar de cidade, país ou continente e que tenham curiosidade intelectual e sensibilidade cultural sempre estarão em alta numa economia globalizada. Mesmo com a crise.
Quando o crescimento da economia for retomado, a guerra por talentos deve voltar a ser tão intensa quanto foi no passado?
Acredito que sim, que existirá uma guerra por talentos novamente. No entanto, acho que o perfil do profissional chamado de alto potencial deve mudar. Imagino que as organizações vão procurar cada vez mais funcionários preocupados com um bem maior, que tenham uma visão do conjunto e, ao mesmo tempo, uma atitude mais agressiva e preocupada com sua performance individual.

* Mary Fontaine, diretora de talentos e liderança do Hay Group: as empresas que agora tratarem mal seus funcionários vão perder os melhores no pós-crise

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