Curta "Silêncio" estreia com reflexão sobre relações efêmeras

DA REDAÇÃO

Um homem, uma mulher e uma ausência. Com apenas sete minutos de duração, o curta-metragem “Silêncio” lança um olhar íntimo sobre as relações digitais e o impacto impetuoso dos vínculos passageiros. 
A produção estreia no dia 20 de maio, gratuitamente, no YouTube, com exibições também programadas para escolas públicas da cidade de Penápolis (SP) e uma oficina online sobre acessibilidade no cinema.
Dirigido por Ricardo Faria, que também assina o roteiro ao lado de Amanda Ribeiro, o filme acompanha a relação entre João e Marina, dois desconhecidos que se conhecem por meio de um site de encontros. 
Ele, um homem de 40 anos, reservado e apaixonado por literatura; ela, uma mulher de 37, com espírito livre e olhar curioso. O vínculo entre os dois cresce até que, subitamente, Marina desaparece — e o silêncio transforma a conexão em memória.
A narrativa do filme é conduzida pela narração de João e por imagens que revelam a intimidade do cotidiano dos personagens. A ausência sonora e o tempo dilatado ressaltam o incômodo e a poesia do silêncio. 
“Nos interessava explorar aquilo que permanece depois da conexão — as marcas que ficam mesmo quando o outro já não está”, afirma Ricardo Faria, diretor e intérprete do protagonista. 
Com classificação indicativa de 14 anos, “Silêncio” é uma produção viabilizada com recursos da Lei Paulo Gustavo, por meio de apoio da Prefeitura de Penápolis, da Secretaria Municipal de Cultura e Turismo, do Ministério da Cultura e do Governo Federal.

Exibição
Além da exibição online, o curta será apresentado em duas escolas públicas de Penápolis: na E. E. Luiza Maria Bernardes Nory, no próprio dia 20, e na E. E. Carlos Sampaio Filho, em 22 de maio, ambas às 10h. 
Após cada sessão, haverá um bate-papo com os estudantes sobre o tema das “relações líquidas”, conceito desenvolvido pelo sociólogo Zygmunt Bauman para descrever a fluidez e fragilidade dos vínculos humanos na sociedade contemporânea.
Bauman argumenta que, na modernidade líquida, os laços afetivos tornaram-se mais voláteis e descartáveis, refletindo uma era marcada pelo individualismo e pela busca constante por novidades. 
“O curta “Silêncio” incorpora essa perspectiva ao retratar como conexões intensas podem surgir e desaparecer rapidamente, deixando os envolvidos a lidar com o vazio e a incerteza que permanecem”, explica Ricardo Faria. 

Oficina
No mesmo dia da segunda exibição, às 19h, será realizada a oficina online “Acessibilidade Comunicacional para Cinema”, ministrada pelo jornalista e audiodescritor Luís Daniel, da LD Conteúdos, com mais de 15 anos de atuação na área.
“A acessibilidade no cinema não é só uma questão de presença física; é garantir que todos possam ver, ouvir e compreender plenamente uma obra”, explica Daniel. 
A palestra abordará técnicas como audiodescrição, legendagem para surdos e ensurdecidos e Libras, ampliando o debate sobre cultura inclusiva desde o roteiro até a exibição.
A comunicação do projeto é assinada pela Chica Social Media, com design gráfico de Silvana Gallinari e interpretação em Libras de Luzia Guedes. O curta também pode ser acompanhado pelas redes sociais @silenciofilme, no Instagram e Facebook. 

(Com AI/Silêncio)