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CIDADE & REGIÃO

15/04/2025

Com salários de até R$ 10 mil, cidade conhecida como "capital do jeans" no interior de SP tem 300 vagas abertas

Foto: Divulgação/Prefeitura de Urupês
Detalhes Notícia
A estrutura do curso é capaz de atender até 400 alunos

DA REDAÇÃO

Conhecida como a “capital do jeans”, Urupês, cidade a 130km de Penápolis, se tornou um polo têxtil de destaque no Brasil e produz cerca de 1 milhão de peças por mês na alta temporada. Com salários de até R$ 10 mil e 60 fábricas, a cidade, de aproximadamente 14 mil habitantes, está com 300 vagas de emprego abertas e oferece cursos gratuitos de qualificação. A falta de mão de obra é um desafio constante para os empresários do setor.
Para tentar sanar essa deficiência, a Prefeitura de Urupês deu início a oficinas gratuitas de corte e costura em jeans e tecidos finos, realizadas na Casa da Juventude. O objetivo é capacitar novos profissionais e garantir que as fábricas locais continuem atendendo à crescente demanda do mercado.
Entre as oportunidades disponíveis estão: recolhedor, costureiros em geral, passadeiras, revisadeiras, marcador de corte, mecânicos e arrematadeiras.
Reconhecido como Arranjo Produtivo Local (APL) pelo Governo de São Paulo, o município conseguiu acessar recursos estaduais para projetos de formação, como a fábrica-escola.
Em entrevista ao g1, Wellington Aveiro, sócio-proprietário de uma fábrica de jeans, diz que a produção no município se destaca pelo alto volume e pela grande concentração de oficinas de costura.
“Nossa fábrica, por exemplo, produz cerca de 50 mil peças por mês, que são enviadas para diversas regiões do Brasil, com uma grande concentração no Brás, em São Paulo”, afirma.
A cadeia produtiva do jeans em Urupês tem impacto direto na economia local. Além de gerar empregos, fortalece o comércio da cidade.
“Cem por cento da nossa mão de obra é local. Os números mostram que o setor do jeans movimenta R$ 13 bilhões por ano no Brasil, alcançando 90% da população. Somos o segundo maior país produtor de jeans no mundo”, destaca Aveiro.
Com o crescimento da indústria, encontrar trabalhadores qualificados se tornou um obstáculo para os empresários. Para atuar na área, é necessário ter experiência e um bom aprendizado prático.
Welligton reforça que os principais requisitos para conseguir uma vaga em uma fábrica são foco, força de vontade e comprometimento.
“O maior desafio para os empresários do setor é a falta de mão de obra qualificada. Por isso, lutei para conquistar uma fábrica-escola, que será essencial no longo prazo”, afirma o empresário. Atualmente, a fábrica de Aveiro emprega cerca de 60 funcionários e tem cinco vagas abertas.

Crescimento profissional
A história de Gabrielly Ribeiro Silva, de 26 anos, ilustra o potencial de crescimento dentro da indústria do jeans. Ela entrou em uma fábrica em 2020, em meio à pandemia, após se formar em uma área diferente e não encontrar oportunidades no mercado. Inicialmente, ela começou como recolhedora e depois foi promovida a encarregada.
“No começo, foi muito difícil aceitar que estava ali, porque eu tinha estudado para outra coisa. Mas, com o tempo, fui me adaptando, aprendendo e evoluindo, até pegar gosto pelo trabalho”, conta Gabrielly.
Antes de assumir o cargo de encarregada, Gabrielly passou por treinamentos e aprendeu a lidar com desafios da produção e da gestão de equipe. Para ela, a falta de interesse em crescer profissionalmente é um dos fatores que limitam muitos trabalhadores.
“Acredito que falta um olhar mais profissional para a fábrica. Já trabalhei em duas empresas de jeans e, na primeira, não tive oportunidades de crescimento porque não havia esse pensamento de que a indústria têxtil também é um ambiente profissional. Isso faz diferença”, enfatiza.

Capacitação profissional
Atendendo a essa demanda, a Prefeitura de Urupês criou cursos gratuitos de qualificação. Recentemente, o curso teve 130 inscritos na primeira turma. No entanto, a estrutura montada tem capacidade para atender até 400 alunos, o que abriu espaço para beneficiar trabalhadores de cidades vizinhas.
Yasmin Isique, coordenadora de projetos da Assistência Social do município, explica que a iniciativa surgiu para suprir a necessidade das indústrias locais.
"A mão de obra não estava conseguindo acompanhar a demanda. Então, decidimos oferecer cursos para especializar a população e atender as fábricas”, conta.
A formação tem carga horária de até 180 horas e duração de três meses. O curso abrange todas as etapas da produção do jeans, desde o corte até o acabamento da peça. Qualquer pessoa interessada pode se inscrever, sem restrições. Após a conclusão, os alunos recebem um certificado reconhecido pelo setor industrial.
A taxa de empregabilidade dos formados é alta: 90% dos alunos conseguem uma vaga, enquanto 10% optam por não seguir na área. Algumas pessoas buscam a capacitação para trabalhar como autônomas.

Remuneração
Os salários iniciais na área variam conforme a função: um recolhedor, por exemplo, ganha cerca de R$ 1.674,20, enquanto um costureiro recebe R$ 1.850,20. Profissionais experientes podem alcançar salários de até R$ 10 mil, dependendo da produção. Algumas fábricas também oferecem benefícios como seguro de vida, cesta básica, registro em carteira e carga horária reduzida mediante metas atingidas.
As inscrições para os cursos gratuitos seguem abertas e podem ser feitas pelo site (https://forms.gle/zgYiefsVWxDURkpg7) ou presencialmente no Departamento de Desenvolvimento Social, no prédio da Prefeitura, que está localizado na rua Gustavo Martins Cerqueira, 463, bairro Centro.

(Com g1 Rio Preto e Araçatuba)

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