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CIDADE & REGIÃO

20/03/2015

28 anos: Acusado de matar João Torres é condenado

Arquivo/DIÁRIO
Detalhes Notícia
A ossada de João Torres foi encontrada dentro de um poço na fazenda pertencente a ele

DA REPORTAGEM

O Tribunal do Júri de Penápolis condenou nesta quarta-feira (18) Geraldo César da Silva Rocha a 28 anos e três meses de prisão. Ele foi acusado de matar o advogado João Torres, que estava desaparecido desde 2004 e teve sua ossada encontrada em junho de 2012 em um poço na chácara pertencente ao advogado, localizada no “Pico do Papagaio”, às margens da rodovia Marechal Rondon, em Penápolis. Além de homicídio triplamente qualificado, Rocha foi acusado de fraude processual e ocultação de cadáver. Na época do crime ele era capataz de uma fazenda de João Torres e após o fato manteve relacionamento com a ex-mulher da vítima, que faleceu há pouco tempo. Hoje, Rocha mantém ainda um relacionamento com a filha mais velha de João Torres e de sua a ex-mulher, uma jovem de 21 anos. Os trabalhos dos jurados iniciaram por volta das 09h00, sendo conduzido pelo juiz responsável pela 1ª Vara do Fórum de Penápolis, Marcelo Yukio Misaka. Diversas pessoas foram ouvidas, entre elas o delegado que investigou o caso, Mauro Gabriel. Um dos depoimentos mais marcantes foi o da filha mais velha de João Torres com a ex-mulher. Ela relatou que seu pai tinha um relacionamento muito frio com os filhos e que sempre discutia com sua mãe.
No dia em que a ossada da vítima foi encontrada, a filha disse que tentou falar com a mãe, mas ela somente se mostrava preocupada em sair de casa para que a polícia não a prendesse, pois negava ter cometido qualquer ato contra Torres. Ainda em seu depoimento no Tribunal do Júri, a jovem revelou que em um dia de visita à mãe em uma penitenciária onde estava presa, ela teria revelado o crime para a filha, alegando que havia matado Torres. Entretanto, este relato foi bastante questionado pela Promotoria durante o Júri. Ela disse também que quando Rocha começou a se relacionar com sua mãe, que o via como um pai e que o mesmo havia lhe dado muitas coisas que até então nunca tinha ganhado de Torres, alegando mais uma vez que o pai lhe privava de muitas coisas. Ainda segundo ela, ao fim do relacionamento de Rocha com sua mãe, foi ela quem começou uma relação com ele e acabaram se casando. Hoje eles possuem dois filhos.
Ao fim dos trabalhos, os jurados preferiram votar pela acusação de homicídio triplamente qualificado contra Rocha, sendo ele quem teria praticado o crime. 
Na sentença proferida pelo juiz, ele cita que o réu possui maus antecedentes e “personalidade reprovável” já que a “vítima nutria confiança na pessoa do denunciado”. O juiz citou ainda que “Ademais, além de envolver-se amorosamente com a mulher da vítima, posteriormente assumiu romance com a filha”. Rocha já estava preso por outro crime e também passou a ficar detido preventivamente após ser acusado de envolvimento na morte de Torres. Ele não poderá recorrer da decisão do Júri em liberdade. Além do juiz responsável, participaram dos trabalhos os promotores Rodrigo de Moraes Moralo e Gabriel Marson Junqueira. Os advogados de defesa do réu foram Diego Ortiz Oliveira e André Bazan Tarabini. 

Entenda o caso

Os restos mortais de João Torres foram encontrados no dia 14 de junho de 2013 após denúncia anônima. Junto com a ossada foram encontrados os documentos do advogado, que estava desaparecido desde 2004, quando estava com 75 anos. Ele tinha escritório em São Paulo, e uma fazenda em Penápolis, local onde foram encontrados os ossos. De acordo com o delegado da época, investigadores já estavam escavando o local há cerca de duas semanas. Os trabalhos iniciaram depois que a polícia recebeu a informações com detalhes sobre onde estaria enterrado o corpo do advogado. João Torres havia desaparecido em dezembro de 2004, quando sua esposa procurou a polícia de São Paulo para registrar a ocorrência. Alguns meses depois a investigação havia apontado que ele poderia ter sido morto e que o crime teria acontecido em Penápolis. Na oportunidade, a polícia da cidade realizou diversas buscas na fazenda que era de sua propriedade, mas nada foi encontrado. Durante as investigações, a polícia descobriu que a esposa de Torres havia tido um relacionamento com um caseiro da fazenda e que após o desaparecimento da vítima, ambos começaram a administrar seus pertences, o que chamou a atenção para as investigações. Outro fator que também chamou a atenção foi a do caseiro possuir uma atenção especial por um pedaço de terra onde o corpo foi enterrado, até mesmo uma árvore e outras espécies de plantas foram plantadas no local. Segundo já publicado pelo DIÁRIO DE PENÁPOLIS, quando a ossada foi encontrada, um exame de DNA comprovou que era de João Torres. Na ocasião, um mandado de prisão temporária havia sido expedido contra a ex-mulher do advogado, que era suspeita do crime, sendo presa em seguida. Na ocasião, ela alegou apresentar problemas mentais. O capataz da fazenda, Rocha, já estava preso por outro crime, mesmo assim teve seu mandado de prisão preventiva expedido pela Justiça.

Espancamento
O delegado Mauro Gabriel informou à imprensa na época que os laudos dos exames técnicos feitos na ossada encontrada no poço artesiano revelaram que Torres teria sido morto por espancamento. Segundo divulgado, os laudos apontaram que a vítima sofreu fraturas na base do crânio, além de apresentar vértebras quebradas e fraturas nos arcos costais. 
“Estes são indícios de que a vítima foi espancada, mas ainda temos que investigar o que realmente teria acontecido, bem como ocorreu o espancamento”, disse na ocasião. Os laudos indicaram que Torres foi enterrado no poço vestindo um pijama, o que aponta que o fato ocorreu quando ele estaria dormindo.

(Rafael Machi)

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