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26/06/2016

Memórias do Carboni: O conserto da trave

Imagem/Arquivo Pessoal
Detalhes Notícia
A foto mostra um descontraído bate-bola com jogadores e torcedores do Fátima Futebol Clube junto a trave, em julho de 1974

Em uma tarde de meados da década de 70, passando pelo campo do Curtume, notamos que o pé direito da trave de entrada do campo, também conhecida como “gol de cima”, estava corroído pelo tempo, e, talvez até com cupins. Parecia tão mal que até um vento mais forte a derrubaria e se levasse uma bolada então nem se fala. Era uma sexta-feira e como estávamos de jogo marcado para domingo, o conserto teria que ser feito no dia seguinte, sem falta. No sábado de manhã lá estávamos novamente ao redor da trave planejando como consertá-la e a única solução encontrada seria comprar uma vigota nova e usá-la como travessão e com o travessão velho fazer o pé direito, já que aquele que lá estava não tinha nenhuma condição de ser aproveitado. O Antonio Zanuto ficou encarregado de ir desenterrando o toco quebrado, enquanto íamos comprar a vigota. O grupo era composto por mim, Frajola, Cassinho e Canela. Atravessamos a cidade a pé e chegamos a antiga Serraria do Bento Saraiva, que ficava uma quadra acima do Postão de Saúde. Depois de alguma conversa compramos uma vigota de 7,10 metros de comprimento, 16cm de largura e 6cm de espessura pelo preço de CR$ 60.000,00 para ser paga em 30 dias. Após a negociação apareceu um pequeno problema para a entrega da vigota. Não tinha nenhum meio de transporte disponível e talvez isso só seria possível na segunda-feira, e, para nós não era nada interessante. Como fretar uma carroça não estava em nossos planos e nem nos nossos bolsos, resolvemos levá-la nas costas. O pessoal da serraria até se assustou com nossa decisão, visto que o trajeto era bem longo e a vigota bem pesada. Realmente, do lugar onde estávamos até o campo do Curtume era uma boa caminhada. Não havia tempo a perder, então acomodamos a vigota nos ombros de nós quatro e partimos. De vez em quando dávamos uma parada para mudar de ombro e descansar um pouco. Passamos pelo centro da cidade e muitas pessoas até paravam para ver e permitir o cortejo passar. Pouco a pouco fomos vencendo a distância e após algumas paradas e muitos gemidos, chegamos ao campo e encontramos o Zanuto sentado e descansando, com sua tarefa já terminada. Cortamos, furamos a madeira, apertamos os parafusos e íamos montando a trave. Aí ficamos sabendo que naquele sábado haveria um churrasco para os funcionários do Curtume, que naquela época ainda pertencia aos antigos donos. Um dos funcionários, ao passar de bicicleta pelo campo, em direção a empresa, notou aquela movimentação toda e a trave no chão. Como a relação da nossa equipe com os funcionários do Curtume não era lá muito amistosa, esse rapaz logo que chegou ao barracão da firma, apressou-se em contar ao seu chefe o que vira, só que relatou bem diferente do que realmente estava acontecendo. Como estava programada uma partida de futebol para depois do churrasco, o cara já foi dizendo que o pessoal do Fátima havia derrubado a trave para atrapalhar a realização da partida. É claro que com essa notícia os ânimos deles se acirraram e combinaram de ir tirar satisfação. Só que quebraram a própria cara, pois quando chegaram ao campo, a trave já estava montada e bonitinha em seu lugar e até se admiraram ao ver a vigota novinha. Foi aí que vazou a notícia das intrigas e fofocas, mas, o pessoal do Curtume desconversou e mudou de assunto. Enquanto era realizada a partida de futebol entre eles, nós fomos embora almoçar orgulhosos daquilo que havíamos realizado.

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