Dedicação: Éderson tenta dar a volta por cima no futebol

Apontado como um dos principais jogadores do Clube Atlético Penapolense, o atacante Éderson, 1,66 metros e 65 Kg, não teve uma infância feliz. Em algumas ocasiões não teve sequer o leite para se alimentar.

Ederson viveu na zona rural de Araraquara antes de ir para a cidade. Teve aos 11 anos a sua maior perda, quando do falecimento de sua mãe, D. Valdevina, ficando então seu pai totalmente responsável pelo sustento dos 9 filhos. Ederson aprendeu então a dura realidade da vida.

Iniciou sua vida futebolística aos 12 anos quando foi aprovado, juntamente com seu irmão gêmeo Eder, numa peneira da Ferroviária de Araraquara, ficando por lá durante dois anos até ser levado para o Guarani, de Campinas, pelo técnico Donizete Lima.

Com muita velocidade e bom drible, o jogador foi convocado para a Seleção Brasileira Sub-17 e pelo time canarinho disputou jogos em diversos paises como Itália e França. Corintiano de coração, Ederson disputou e venceu no Rio de Janeiro a famosa Copa Zico – Categoria Sub-20. Na final contra o Vasco da Gama fez o gol do título, ganhando juntamente com seus companheiros de clube o direito de ir ao Japão, onde no país do sol nascente teve oportunidade de aprender um pouco da cultura e ver a estrutura futebolística do país oriental. Promovido pelo técnico Carlos Alberto Silva ao time principal do Bugre, Ederson fez jogos pelo Campeonato Brasileiro e Copa do Brasil, tendo trabalhado também com os treinadores Hélio dos Anjos, Zé Mário, Luís Carlos Ferreira, além de Carlos Alberto Torres. Com o time rebaixado no Paulistão, Ederson foi emprestado para o São Bento de Sorocaba, América de Rio Preto e Paranoá de Brasília, voltando então ao Bugre onde ganhou passe livre. 

Desempregado

Por um ano e meio Ederson ficou na cidade de General Salgado (onde conheceu sua esposa Cíntia). Desempregado e passando dificuldades, os falsos amigos de outrora se afastaram e teve em sua esposa o pilar emocional que tanto precisava. “Vendendo roupas ou mesmo cosméticos ela me ajudava a sustentar o nosso filho”, disse. Jogando apenas por equipes amadoras ele pensou em encerrar sua carreira. Sentindo o peso do esquecimento, mas com fé em Cristo, Ederson conseguiu um teste no Primavera de Indaiatuba, onde teve a infelicidade de se machucar no primeiro treino, ficando duas semanas em tratamento sem contrato com o clube. Quando se recuperou, arrasou nos coletivos e foi prontamente aprovado, ficando na equipe no primeiro semestre de 2007. “Agradeço ao professor Tadeu Martins que garantiu a minha permanência quando me machuquei no Primavera”, disse. Fã de carteirinha do capetinha Edílson, Ederson conta que quando do convite feito pelo presidente Claúdio Tiradentes, aceitou-o tenho em vista a boa fama que a equipe tem no interior. “Adorei a cidade, calma, de boa estrutura, típica do interior que tanto gosto, onde pessoas de bem estão sempre prontas a ajudar o próximo”. Fazendo parte de um elenco onde predomina o coletivo e não o individual, Ederson diz o que pensa do grupo: “ele é abençoado”, revelou. O fato alegre em sua vida foi o nascimento do filho Ederson Lucas hoje com 4 anos. “Ele me completa, é minha alegria”, disse. Mas a tristeza vem aos seus olhos quando ele relembra da morte de sua mãe: “Eu não tive tempo de curtir a felicidade ao lado dela”, lamenta o jogador.

Eu sou abençoado por Deus e quero agradecer algumas pessoas que muito me ajudaram: o Donizete do Guarani, o Tadeu Martins, o Renato Creato ambos do Primavera e  toda comissão técnica do CAP. Ederson completa 25 anos no dia 20 de julho e quer de presente o Tenentão lotado na 2ª fase do Campeonato Paulista de 2ª Divisão. (colaborou Ricardo Prates).