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30/07/2017

CANTINHO DA SAUDADE

Imagem/Arquivo Pessoal
Detalhes Notícia

Memórias do Carboni: COZIDOS DE CARNE EXÓTICOS

Num artigo anterior eu narrei como acontecia um tipo de cozido de carne nada tradicional e considerada exótica, carne de gato, e neste artigo de hoje, vou narrar outro tipo de cozimento mais exótico ainda. Era um domingo de manhã e eu e mais alguns colegas estávamos no campo do Curtume plantando algumas mudas de árvores, quando meu sobrinho Júnior chegou meio esbaforido avisando que um gambá aparecera no telhado da varanda dos fundos de minha casa e estava causando grande alvoroço. Nós já estávamos de saída e com esta notícia apertamos o passo. Ao chegarmos em casa tudo estava tranquilo, pois meu irmão Pardal já tinha  matado o animal e jogado no fundo do quintal. Logo vários curiosos observavam o corpo inerte no chão e o Rapadura opinou que era um grande pecado desperdiçar um pedaço de carne tão apetitoso. Pediu um pouco de álcool, jogou sobre o gambá e ateou fogo, e, daí a poucos segundos começou a rapar os pelos usando uma faca e segurando-o pelo rabo. A poucos metros dali minha mãe observava tudo e antevendo a intenção do Rapadura já foi avisando que não ia emprestar qualquer vasilha que fosse, seja panela ou frigideira. Só que isto não era problema algum, pois o Bijú possuía a sua famosa panela “frita gato” e de dispôs a ir buscá-la. Quando voltou, o Rapadura já tinha destrinchado e limpado o animal, cujas entranhas foram enterradas lá mesmo no quintal. Logo foi improvisado um fogão com alguns tijolos e aceso um belo fogo com gravetos catados ao redor. Pelo menos o óleo e o sal minha mãe forneceu e não demorou muito para ouvirmos o barulho da fritura e o doce aroma da carne frita. O pessoal já estava comendo, quando chegou outro colega, o Pio, e perguntou que carne era aquela e falaram que era de porco, então ele pegou um pedaço e comeu com satisfação, mas, quando mostraram o couro do gambá ele fez ânsia de vômito, mas, nada saiu de volta. Só sei dizer que a panela esvaziou-se em questão de minutos, mesmo porque o bicho não era tão grande. O Chiquinho Belussi, que era nosso goleiro, apareceu com um pedaço de cateto (porco do mato) ainda com alguns chumbos resultantes do tiro que o matara. Como já estava na hora de voltarmos ao campo, pois estávamos de jogo marcado, o cateto ficou temperado para ser frito após a partida. A notícia se espalhou e quando voltamos para casa, o quintal encheu-se de jogadores e torcedores parecendo uma nuvem de gafanhotos em uma plantação. Era gente que ia e vinha no maior converseiro. Eu acredito que tinha gente na maior confiança de encher a barriga com a carne de cateto e mal sabiam ou imaginavam a decepção que iam ter. Usamos o mesmo fogão e como de praxe o mestre cuca era o Bijú, pois todos confiavam na sua experiência e habilidade em fazer carne de gato e gambá e sem nenhuma surpresa a carne ficou no ponto, saborosa. Digo que ficou saborosa pela boca dos outros, já que para mim sobrou mesmo um mísero ossinho pobre de carne, que eu chupei até ele ficar branco. Sobrou também o encargo de lavar e guardar a panela, pois após poucos minutos de duração do “churrasco”, o pessoal evaporou-se como por encanto, inclusive o dono da panela.

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