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29/04/2018

CANTINHO DA SAUDADE

Imagens/Arquivo Pessoal
Detalhes Notícia

Memórias do Carboni: Qual a melhor idade?

Aquele grupo de homens sexy se reunia toda tarde na pracinha do bairro. Eram amigos há muito tempo e as conversas giravam sobre o cotidiano de suas vidas e inevitavelmente relembravam o passado. Ah, eu já ia me esquecendo de dizer que a palavra sexy não se referia a perfomance sexual e sim a idade deles, pois já haviam passado dos 60 anos e por isso eram sexagenários, daí o fato de falarem do passado. Certa tarde as conversas giravam sobre um programa que haviam assistido na televisão na noite anterior, que falava sobre a Terceira Idade, que de uns tempos para cá convencionou-se chamar de Melhor Idade. Praticamente toda cidade grande ou pequena tem o seu clube denominado Terceira Idade ou Melhor Idade, que resgata a auto estima dos idosos, livrando-os da depressão própria da idade e também do isolamento e discriminação dos jovens. Além dos clubes propriamente dito, ainda há programas com várias atividades físicas e mentais. Mas, sempre existem aqueles que discordam dessas ideias e as opiniões começaram a surgir, onde cada um deixava fluir sua veia filosófica. Um dizia que esse negócio de chamar a velhice de melhor idade era conversa de psicólogo para tentar erguer a moral dos velhinhos que, diga-se de passagem, não estava lá essas coisas. Mesmo com a garantia de um salário da aposentadoria, ter bastante tempo para fazer outras atividades, definitivamente esta não é a melhor idade. Ele dizia que a melhor idade era quando ainda jogava futebol. Ia jogar nos sítios e cidades da região, de caminhão, tomando sol ou chuva, e depois a noite, após um banho “mastuquela” ainda tinha fôlego para ir a praça do jardim (Carlos Sampaio Filho) paquerar as garotas e depois assistir a segunda sessão do Cine São Joaquim. Hoje, não assiste nem o final do Jornal Nacional, pois dorme sentado no sofá. Quando ia jogar no Estádio Municipal subia e descia correndo os degraus da arquibancada só que agora precisa mudar os passes bem devagar e se escorar nos corrimões para não cair. Já um outro pediu a palavra e disse que para ele a melhor idade era quando se ajuntava com os colegas para “bater peneira” (pescar) nos córregos da região. Cada um com uma peneira na mão pulava dentro do rio sem o menor medo. De vez em quando aparecia uma cobra junto com os peixes, fato que não assustava ninguém já aquela espécie de reptil não tem veneno. Uma vez um colega levou uma mordida e em represália deu-lhe várias mordidas e depois soltou-a. Esse e outros fatos eram alegremente comemorados com um bom gole de cachaça, que era o primeiro item a ser colocado dentro da sacola antes da partida. Os “filósofos” iam se sucedendo e um outro afirmou que para ele a melhor idade era quando ainda era jovem e solteiro, ganhava bem (a aposentadoria cortou o salário pela metade) só que dava apenas uma “merreca” para ajudar nas despesas da casa e torrava o resto do dinheiro sem a preocupação de pagar conta de água, luz ou mercado. Todo final de semana dançava forró a noite inteira e atualmente, nas raras noites em que vai, dança apenas uma seleção musical e precisa ficar outras duas ou três sentado, descansando. Agora, já aposentados e nessa tal de melhor idade, não precisam, ou melhor, não precisariam trabalhar, mas tem de fazer “bicos” para complementar o ganho; ainda precisam levantar cedo para pegar fila no SUS, agendar consultas na Especialidade ou então embarcar na ambulância ou “busão” para ir até o AME. Não tem filhos pequenos, mas com eles crescidos a preocupação é maior com o espectro das drogas, bebidas, DST e violência. Tem também o problema dos netos, porque hoje em dia é comum as filhas gerarem filhos numa produção independente e deixarem para os avós criarem. O governo os considera um peso morto e reluta em dar-lhes um mísero real de aumento que seja. Na maioria dos casos, metade ou mais do salário é gasto com remédios. Ao fim quase todos deram suas opiniões, sendo uns contra e outros a favor de estarem ou não na melhor idade. No finalzinho da tarde foram se despedindo para irem embora. Um dizia que estava na hora de tomar remédio contra o diabetes, outros tinham de tomar comprimido para controlar a pressão e um outro já disse que tinha de passar pomada nas costas e pernas. Cada um tinha uma “avaria” a ser controlada. Despediram-se com o compromisso de se encontrarem no dia seguinte como o faziam já há vários anos. E para você caro leitor(a) qual a sua melhor idade? A turma sexy (genária) da foto é Zé Gordo, Marião, João do Gesso, Rubinho Pinto e Luizão. 

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