Classificados

VÍDEOS

Residência pega fogo em Penápolis
Penápolis no programa Cidade contra Cidade do SBT em 1989

CLIMA

Tempo Penápolis

fale com o DIÁRIO

Fone Atendimento ao assinante & comercial:
+55 (18) 3652.4593
Endereço Redação e Comercial: Rua Altino Vaz de Mello, 526 - Centro - CEP 16300-035 - Penápolis SP - Brasil
Email Redação: redacao@diariodepenapolis.com.br
Assuntos gerais: info@diariodepenapolis.com.br

ESPORTES

18/11/2018

CANTINHO DA SAUDADE

Imagem/Arquivo Pessoal
Detalhes Notícia

Memórias do Carboni: Uma carreira abortada

Há alguns anos atrás tinha um rapaz que costumava freqüentar o campo do Fátima nos dias de jogo e dizia que gostava de jogar, mas nunca aceitou fazer parte da equipe. Quando muito participava de alguns eventuais treinos, mas sempre ia embora mais cedo dizendo que sua mulher tinha imposto a ele um horário para voltar para casa. Na verdade, segundo ele, ela cerceava muito as atividades dele. Era da casa para o serviço, ir a igreja, de vez em quando à casa da mãe e esporadicamente a outros locais. Pescar, jogar futebol ou freqüentar um bar, só raramente e mesmo assim com hora para voltar rigorosamente marcada e cumprida. Durante os vários anos em que estou lidando com futebol, eu encontrei muitos rapazes que até jogavam bem, mas que não compareciam quando o jogo era fora de Penápolis e mesmo quando o jogo era em nosso campo, quando a tarde ia avançando, eles saiam de campo quase que apavorados, dizendo que a mulher estava esperando, o pastor ou padre da igreja estava esperando e não havia nada que conseguisse demovê-lo. É que alguns deles faziam parte de comunidades religiosas e também tinham horário a ser cumprido. Um dia eu conversei com o rapaz a que eu me referi no começo do artigo e falei a ele que eu tinha lido em uma revista geográfica que os habitantes de um grupo de ilhas situada no meio do Oceano Pacífico, tinham um costume, no mínimo curioso. Em algumas épocas do ano, os homens se sentavam em um banquinho, colocavam suas esposas no colo, deitadas, e usando suas sandálias feitas de fibra de coco, davam algumas batidas no bumbum delas. Era um costume tribal já de várias gerações, cujo propósito não era punir e nem judiar, mesmo porque era feito com um objeto leve e macio, e acontecia apenas simbolicamente para mostrar que o homem era o cabeça daquele clã. O rapaz respondeu que ia tentar fazer o mesmo em sua casa, isto se o medo que tinha da esposa não o impedisse. Ele foi embora e eu nunca mais o vi. Só tive notícias dele algum tempo depois e através de outros colegas. Segundo a história que me foi contada, o rapaz tinha chegado em casa e comunicou à esposa que ia jogar futebol no “campo do Marião”. Naturalmente que a mulher estrilou e respondeu que ele não ia e pronto. Aí começou um pequeno tira-teima. “Você não vai”, dizia a mulher. “Eu vou”, ele respondia um pouco timidamente. E ficou aquele “eu vou, você não vai” até que ele sentou-se em uma cadeira, colocou a mulher, um tanto surpresa em seu colo, pegou seu Ridder 44 e achou que ia ser fácil fazer o ritual, já que ela estava de saia. Só que aconteceu algo surpreendente e inesperado. Quando ele ergue a saia da mulher, ele olhou, tornou a olhar, pensou um pouco refletindo o que viu, jogou o chinelo em um canto da cozinha e disse: o “Marião que me desculpe e arrume outro jogador em meu lugar, porque hoje e agora eu mudei e vou fazer outro programa. E foi assim que terminou a carreira de um jogador, sem mesmo nunca ter começado. 

VEJA TODAS AS NOTÍCIAS>

© Copyright 2024 - A.L. DE ALMEIDA EDITORA O JORNAL. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução parcial ou total do material contido nesse site.

Política de Privacidade