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17/12/2017

CANTINHO DA SAUDADE

Imagem/Arquivo Pessoal
Detalhes Notícia

Memórias do Carboni: Uma vitória suada

No dia 20 de dezembro de 1970, um domingo, a equipe do Fátima esteve em visita ao Bairro do Jatobá.  Este jogo esteve para ser adiado, mas, como já o fora por duas vezes, todo esforço foi feito para que ele se realizasse. Só que tudo levava a crer que seria adiado mais uma vez. Primeiramente a forte chuva que caía fez com que muitos jogadores não comparecessem, mas, mesmo assim os que foram, estavam dispostos a ir. Antes mesmo de sairmos, o caminhão que nos levaria apresentou problemas mecânicos e ficou impossibilitado de sair e isto dividiu a turma em ir ou não, mas no fim todos entraram em acordo. Saímos então a procura de outro caminhão e o Rapadura achou um de propriedade do Senhor João, morador do bairro, e o motorista foi o Valdevino Preto e o frete ficou em CR$ 40,00. Finalmente saímos sob uma chuva fina às 14h30 com 16 jogadores. Atualmente é bem fácil se deslocar até o Jatobá, pois a estrada é toda asfaltada, mas naquele tempo era bem difícil. O bairro não é tão longe, mas os buracos, a lama e as curvas e subidas e descidas escorregadias dificultavam muito a viagem. Quando chegamos já eram quase 16h00 e como o campo ficava um pouco além do vilarejo e o tempo chuvoso, demorou um pouco para o pessoal de lá ir chegando. Devo salientar, porém, que o local tinha uma paisagem muito bonita. No jogo do aspirante perdemos de 1 a 0, gol levado no primeiro tempo. O time formou com Laércio, Tatá, Pé de Canoa, Dico, Alceu, Queijinho, Rapa, Mané, Carlinho (Bijú), Adão e Perereca. O titular, ou melhor, o outro time, jogou com Alceu, Gripina, Marião, Tatá, Dico, Rapa, Tutcha, Brancão, Carlinho, Vadô e Adão. Todos estavam conscientes que seria um jogo difícil, mas, não impossível de vencer e já que estávamos ali o negócio era lutar. Nosso adversário estava com um time bem reforçado e tinha um motivo a mais para nos derrotar, pois ali ao lado do campo tinha uma Kombi cheia de chuteiras novas, e cada jogador local pegava aquela que se adaptasse melhor aos seus pés, além de estarem estreando um uniforme completo novinho em folha. Só que este aparato todo não nos intimidou nem um pouco e jogando com desenvoltura vencemos por 3 a 1. Vadô fez 1 a 0 e logo em seguida deu uma bolada na trave, Adão aproveitou o rebote e fez o segundo gol. Não demorou muito e Vadô voltou a marcar e o primeiro tempo terminou 3 a 0 no placar. Para o segundo tempo, nosso adversário veio bem mais disposto a tentar virar o resultado, mas íamos resistindo. Num lance em que Marião e Rapa prensaram um adversário, o juiz viu a oportunidade de ajudar seu time e marcou pênalti que foi convertido em gol. Isto não nos abalou e Vadô, Carlinho e Brancão faziam a defesa adversária passar por maus momentos e quase faturaram mais gols. Depois veio o segundo pênalti, mais injusto ainda que o primeiro, já que Alceu levou um chute nas costas, mas o juiz, vendo a oportunidade de diminuir o placar, marcou a penalidade. Só que desta vez não adiantou nada sua ajuda porque Alceu não deixou. Durante alguns jogos ele tinha levado alguns gols defensáveis, mas naquele dia ele estava bem inspirado. Além de ter feito boas e importantes defesas durante o jogo, ainda defendeu o pênalti e contribuiu bastante para a nossa vitória. A bola foi para escanteio e logo após o jogo acabou. O Alceu ficou tão emocionado que logo após a defesa ficou bem em frente ao batedor do pênalti e disse-lhe em voz grossa e alta que não adiantava roubar e o outro nem reagiu. Quando éramos atacados, nossa defesa chutava a bola para fora e bem longe, tentando obter algum alívio enquanto iam buscá-la, mas isso de nada adiantava, pois havia bolas a vontade. Mal saía uma e já aparecia outra e os próprios torcedores ali ao lado do campo ironizavam dizendo que bolas havia aos montes, mas, no fim, a torcida ficou do nosso lado e aplaudiu. Quem ganhou um apelido novo foi o Perereca. Nosso já saudoso colega era magro e de pequena estatura e então quando ele pegava na bola a torcida o chamava de “homem da lua”. Entre nós esse novo apelido durou poucos dias, voltando a prevalecer o antigo. Sem dúvida alguma aquela foi realmente uma vitória suada. 

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