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17/09/2017

CANTINHO DA SAUDADE

Imagem/Arquivo Pessoal
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Memórias do Carboni: Sede voraz

É costume dos times oferecerem um aperitivo aos jogadores visitantes e este aperitivo se resume quase sempre a uma garrafa de pinga ou mesmo um litro. Houve uma época em que resolvemos usar de um estratagema para faturar umas garrafas a mais. A primeira vez que isto aconteceu foi no Juritis e foi assim: o motorista era o Nivaldo Gordo, que sempre carregava uma moringa de barro na cabine do caminhão. Deixamos a moringa na carroceria, rodeada de vários jogadores, cuja função era sempre pedir pinga. Entre esses jogadores havia até quem não gostava de bebida alcoólica, mas, em solidariedade aos colegas ajudava no coro de “queremos pinga, queremos pinga” mal era aberta uma garrafa. Duas ou três pessoas tomavam um pequeno gole e a garrafa era passada ao pessoal da carroceria, que despejava o líquido dentro da moringa, cuja capacidade era de cinco litros. Um dos moradores locais disse “poxa, vocês bebem uma pinga danada”, ao que outro jogador respondeu “eu conheço essa turma e sei que eles bebem bastante”. Quando retornamos à Penápolis e paramos no Bar do Romualdo, a turma bebeu a saideira e ainda sobrou quatro garrafas para o domingo seguinte. Passados alguns dias fomos jogar no Bairro do Araponga e resolvemos trazer alguma pinga de lá, só que o truque não funcionou. Pegamos um litro e o despejamos na moringa com o pessoal no mesmo refrão de “queremos pinga”, mas por infelicidade nossa o diretor local foi logo avisando que não tinha mais e tivemos de nos contentar com o que tínhamos. Depois de muito tempo resolvemos usar o mesmo golpe quando fomos jogar no São Martinho, no dia 14 de março de 1982. Dessa vez o motorista era o Nina, que também tinha a sua moringa de água. O pessoal fez o mesmo ritual de sempre, só que conseguimos apenas três garrafas, sendo que bebemos uma e trouxemos duas, e, mesmo assim, não foi fácil. O pessoal de lá é gente boa, só que estavam mordidos por terem perdido de 3 a 0 dentro de casa. Devido a este largo placar, o jogo ia se estendendo porque o adversário ainda tinha a esperança de marcar pelo menos o gol de honra. Já estava escurecendo quando o Luis Pinga acertou um “petardo” que passou rente a trave e foi derrubar algumas galinhas que se ajeitavam para dormir em um galho de laranjeira, no pomar atrás do gol. Mas, não adiantou nada o acréscimo no tempo de jogo e o placar ficou no 3 a 0. Mesmo com a parcimônia dos dirigentes locais a turma não ficou sem beber, mas foi as próprias custas. Durante o jogo do aspirante não houve bebida alguma, mas no titular a coisa pegou fogo. Nossos aspirantes estavam contentes pela vitória de 2 a 1, e além do mais, como eu disse, o titular vencia por 3 a 0 e a cada gol a torcida exultava. Foram feitas várias coletas de dinheiro e as garrafas de pinga iam surgindo rápidas e mais rápidas ainda ficavam vazias. Foram mais ou menos de 6 a 7 garrafas. Após o jogo montamos no caminhão e paramos em um bar quase em frente a igreja local. O pessoal fazia muita algazarra e um policial pediu silêncio, pois o barulho estava atrapalhando a missa. Quase no mesmo instante a missa acabou e a alegria continuou. Teve gente que até misturou cerveja e vinho ofertados por alguns fregueses do local. Felizmente apenas um componente da turma passou mal. Foi o Moisés, chamado de “papa aleluia” pelos colegas, por estar em tratamento dentário e estar quase banguelo. No trajeto de volta ele teve de ser transferido da carroceria para a cabine do caminhão. Ao chegarmos, alguns colegas o levaram até a sua casa e no dia seguinte ele já estava de novo em forma. Quanto ao pessoal do São Martinho, quando eles vieram pagar o jogo, beberam a vontade e descontaram o que deram a nós. Esta foi, porém, a última vez em que tentamos ganhar um aperitivo a mais.

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