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ESPORTES
08/10/2017
CANTINHO DA SAUDADE
Memórias do Carboni: Abelhas e açude
A Fazenda Fertiflora dista poucos quilômetros da cidade de Penápolis e tempos atrás possuía um time de futebol contra o qual jogamos muitas vezes. Lá existia uma grande e centenária árvore, possivelmente uma paineira, sob a qual estacionávamos o caminhão. Nossa condução já estava quase parando quando alguém deu o alarme de que havia uma grande caixa de marimbondos em um galho bem baixo, logo em cima da carroceria. Nosso barulho agitou os insetos que saíram curiosos e bravos da colmeia, transformando-a em uma bola preta. É claro que o pessoal não ficou esperando para saber qual a intenção dos insetos e se mandaram para longe rapidinho. Apenas o Rapadura não correu e não se conformava em ver aqueles marmanjos correndo de medo de uns bichinhos tão pequenos. Se aproximou quietinho da caixa de marimbondos e deu um forte tapa esparramando a colméia e começou um grande revoada. Anteriormente o Rapadura tinha zombado do medo de seus colegas, só que depois de seu ato quem não esperou para ver foi ele, pois pulou do caminhão e se pôs a uma boa distância. Quanto os marimbondos, depois da irritação de serem atacados, se reagruparam em outros galhos. O caminhão foi levado um pouco mais a frente e as duas partes ficaram tranquilos. Perto do campo tinha um grande e fundo açude e resolvemos dar alguns mergulhos e também dar algumas voltas em um pequeno barco ali estacionado, pois o calor estava bem forte. Além do mais, o time local não se fazia presente, e, portanto, nada melhor que um salutar banho. Nossos jogadores Cassinho, Delton e Sanduca Preto resolveram cruzar a nado o açude, não no sentido horizontal, mas, sim no vertical, que transformava a travessia mais longa e difícil. Os demais ficaram olhando de cima do aterro ou dentro da água brincando. Nossos colegas iam avançando aos poucos. Já estavam no meio do açude quando o Sanduca se cansou e quis desistir, só que se apavorou ao tentar sair da água. Ele tentou um atalho em direção a margem, mas o caminho estava repleto de capim e demais plantas aquáticas, que se enleavam em seu corpo. Aí ele se apavorou mais ainda e batia braços e pernas um tanto desesperado. E todos nós lá observando, torcendo por ele, mas sem poder ajudá-lo mais efetivamente, pois não dispúnhamos de corda ou qualquer outro objeto e é claro que ninguém ia entrar na água para ter o mesmo problema. Os gritos de apoio tiveram bons resultados, pois foi com grande alívio (nosso e dele) que daí a poucos minutos vimos nosso colega pouco a pouco vencendo as dificuldades e chegar a margem cansado e ofegante. Como o apelido já diz, ele é afrodescendente, mas estava branco de susto e amarelo de medo, fazendo crer que tão cedo ele não tentaria outra aventura semelhante. Quanto ao Delton e o Cassinho, eles conseguiram chegar sem problemas até a cabeceira do açude e voltaram a pé margeando a água.
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