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08/04/2018

CANTINHO DA SAUDADE

Imagens/Arquivo Pessoal
Detalhes Notícia

Memórias do Carboni: O curioso

No artigo de hoje eu vou contar um pouco da história de um colega cuja maior peculiaridade era ser curioso. Quase tudo o intrigava e ele sempre procurava saber o porque disto e daquilo. Ele gostava muito de circo e era um frequentador assíduo de todos que se instalavam na cidade para breves turnês. Ele se babava todo ao ver as lindas mulheres artistas que faziam o espetáculo. Tinha as trapezistas, os equilibristas, a fogosa loira assistente do mágico ou aquela gostosona que entrava na jaula dos leões e tigres, ocasião em que até os animais lhe prestavam homenagem. Outra garota que lhe tirava o fôlego era aquela que servia de alvo para o atirador de facas, fazendo com que ele até fechasse os olhos. No dia seguinte ele voltava ao circo e ficava rondando em busca das tais mulheres para ver se conseguia de alguma delas ao menos um pequeno sorriso ou um relés olhar que fosse. Como não tinha muito compromisso com o trabalho ele podia ir todos os dias e ficar quase o dia todo sentado em uma bicicleta, mas, tudo em vão, porém. E ele ficava imaginando onde estariam aquelas gostosonas, mas, o máximo que conseguia ver eram crianças brincando debaixo das carretas, uma senhora de idade trocando a água dos animais ou duas gordas conversando e escolhendo arroz para o almoço. De vez em quando, uma ou outra magrela passava de um lado a outro, carregando uma criança no colo e outra na barriga. Das tais artistas, nem sombra ou cheiro. Nem quando o circo estava sendo desmontado para ir para outra cidade, elas apareciam, só que nas noites de espetáculo, quando as cortinas se abriam, lá estavam todas elas radiantes. Aí o cara pensava: “Será que as artistas se escondem o dia todo ou na verdade elas são essas que eu vi e a noite se transformam? É bem possível, já que a noite todos os gatos são pardos e o circo é um lugar de magia e ilusão”. Esse rapaz tinha duas irmãs e sua casa era bem frequentada pelos colegas que ficavam horas a fio dentro do quarto experimentando roupas, sapatos, penteados e maquiagens. Não seria preciso nem dizer que ele ficava escondido observando por uma fresta da porta apenas encostada e não entendia o exótico ritual que era feito por elas. Quando uma delas colocava um vestido ou uma blusa, ficava de perfil em frente ao espelho e observava o bumbum. Um penteado diferente era feito e lá era o bumbum sendo observado e não o penteado. Por incrível que possa parecer, até quando um sapato ou um tênis era colocado, o foco era o bumbum. Era só acabar de passar o batom ou fazer as sobrancelhas para levantar-se, ficar de perfil e examinar o bumbum. Pena que antes de descobrir o porque daquele ritual, ele foi descoberto e daí em diante a porta do quarto ficava sempre trancada. De todas suas dúvidas e incertezas, apenas uma vez ele obteve uma resposta, aliás, meia resposta, já que ela não foi totalmente satisfatória. É que ele ficava intrigado ao notar como as mulheres ficavam encarando os motoristas de carros e motos que passam na rua. É mesmo uma coisa incrível. Se você quiser ser visto pelas mulheres a receita infalível é transitar de carro ou moto, pois as mulheres encaram mesmo. Pode acreditar que não falha. Esse procedimento banal e corriqueiro tanto intrigou o rapaz que um dia ele não se conteve e perguntou a uma de suas colegas o porque desse costume. Seria interesse no veículo ou no condutor? A moça respondeu não saber exatamente o motivo e julgava aquilo como se fosse um impulso feminino. Esticando a conversa ele então perguntou a ela se algum dia ele passasse de carro ou moto, ele mereceria a atenção dela e ficaria mais bonito. Sem pestanejar, ela respondeu: “É bem possível que sim, pois outro dia eu vi você de bicicleta e sabe que já melhorou um pouco”. 

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