CANTINHO DA SAUDADE

Memórias do Carboni: Tutcha

Seu nome era Augusto Teixeira, mas, era conhecido por Tutcha, não sei dizer o porque. Ele era mais conhecido por seu vasto bigode, que até motivou o pessoal a fazer uma paródia da música de Roberto Carlos, “debaixo dos caracóis de seus cabelos”, por uma intitulada “debaixo dos caracóis de seu bigode”. Ele jogou na equipe do Fátima na década de 70 e era um bom meio-campista e um bom companheiro, mas, às vezes era um pouco rabugento, principalmente com os juízes. Certo domingo fomos jogar na Fazenda Torres, município de Coroados, e o juiz do jogo titular era caseiro e fazia de tudo para nos prejudicar e nem o fato de estarmos perdendo por 3 a 0 o comovia. Ele era juiz e diretor da equipe, pois alternava alguns apitos com algumas instruções aos jogadores. Como disse, o Tutcha era um tanto nervosinho e reclamava da atitude do árbitro que em dado momento não aguentou e expulsou-o do campo. O Tutcha sentou no campo e disse que não ia sair de jeito nenhum. Ficamos todos ao lado dele e o incentivamos a não sair. O juiz diretor não se abalou e simplesmente disse que se ele não saísse o jogo seria encerrado e não receberíamos a garantia em dinheiro. Faltavam poucos minutos para o final do jogo e logo compreendemos que não seria lógico botar tudo a perder depois de sermos tão prejudicados e voltarmos para a casa de mãos abanando. Era preciso pegar a quantia e descontar tudo quando eles fossem pagar o jogo em nosso campo, que naquela época era no Curtume Atlântica. De repente, todos nós que estávamos apoiando a atitude de nosso colega, mudamos de opinião e em uníssomo falamos “ele vai sair sim, sai Tutcha”. E resmungando ele saiu. Tempos depois a Fazenda Torres foi pagar o jogo e foram tratados com a maior educação. Augusto Teixeira, o Tutcha, morreu no dia 6 de abril de 1983, com 33 anos de idade.