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06/01/2019

CANTINHO DA SAUDADE

Imagem/Arquivo Pessoal
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Memórias do Carboni: 1ª viagem de bicicleta à Aparecida do Norte

Era o dia 7 de janeiro de 1975, mais ou menos cinco horas da tarde, quando eu e meus três colegas subimos o viaduto que cruza a Via Dutra e entramos com nossas bicicletas na cidade de Aparecida do Norte por uma calçada de paralelepípedos e com grande alegria e emoção vimos parte da Basílica Nacional, ainda em construção, surgir por detrás dos montes. Era terça-feira e já faziam 10 dias do início dessa viagem, contando um dia e meio que ficamos na cidade de São Paulo. Mas, para que isso acontecesse tivemos de enfrentar muitas dificuldades. Já havia algum tempo que estávamos planejando uma viagem de bicicleta até Aparecida do Norte, mas sempre acontecia algum imprevisto atrapalhando. Marcamos para o final de 1973, mas não foi possível devido a um novo emprego que consegui e cuja última data para assumir o cargo era 24 de dezembro. O projeto teria de ser adiado pelo menos um ano até começar as férias. O Bijú conhecia uma benzedeira e ledora de sorte, e, por sugestão dela e pela nossa habitual curiosidade por assuntos esotéricos, fomos fazer uma consulta com ela para saber se nosso plano daria certo. Fomos bem recebidos e ela nos fez várias perguntas e em todas as respostas que dávamos éramos incentivados por palavras animadoras. De início ele disse que iríamos naquele ano (1973) e ao saber que pensávamos que a viagem iria durar 12 dias ela respondeu que 12 era o número dos apóstolos, o que nos favorecia, e o melhor veio quando falamos que o nosso grupo seria composto de 5 pessoas, pois ela disse que 5 era o número das chagas de Jesus. Pelo jeito tudo ia dar certo, só que não. Não fomos em 1973 e sim no ano seguinte. A viagem demorou 10 dias não 12 e o nosso grupo foi de 4 e não 5 pessoas. Pelo menos em uma coisa ela acertou, pois a viagem em si deu certo. Marcamos então para dezembro de 1974. No início quando começamos a comentar a idéia, apareceram muitos candidatos dispostos a enfrentar tal aventura, mas com o passar dos dias e a aproximação da data pré-fixada para a partida, os interessados foram rareando e sobraram apenas 4 que eram eu, o Bijú, seu irmão Cassinho e o primo deles o Cirsão. Tinha gente que duvidava que teríamos coragem de empreender tal viagem que, segundo constava, ninguém ainda havia feito em Penápolis. É bem verdade que em nossa cidade já tivemos grandes ciclistas, ganhadores de provas importantes e conhecidos em boa parte do Brasil. Mas, fazer uma viagem longa com bicicletas comuns, levando uma bagagem e sem nenhum treinamento específico, era uma grande novidade e um desafio. Afinal, chegou o grande dia, 29 de dezembro de 1974, um domingo. O plano era sair no máximo às 08h30, mas alguns percalços me atrasaram. A bicicleta que seria usada pelo Cirsão pertencia ao Tigrão, irmão do Bijú e do Cassinho e precisava de alguns consertos e não ficou pronta a tempo e foi preciso usar uma parte da manhã para terminar os reparos. Outro acontecimento que poderia assustar os supersticiosos foi que o pneu traseiro da minha bicicleta amanheceu murcho, sendo que era um pneu novo comprado no sábado. Mas, com muita confiança fomos solucionando os problemas e tudo ficou pronto para partirmos às 11h50 e a saída se deu defronte o conhecido Bar do Cabo, na esquina da Avenida Antonio Veroneze com a Rua Giácomo Paro. Não fizemos muita divulgação e nem pedimos patrocínio a ninguém porque no fundo estávamos receosos do projeto não vingar e nós ficarmos com a pecha de aproveitadores. Sem compromisso, estávamos livres para agir. Não que não tínhamos confiança em nosso taco, mas como era uma coisa inédita, não sabíamos o que poderia acontecer. Como eu disse, as bicicletas não eram novas e poderiam não aguentar. Eu levava uma quantia em dinheiro que não era muita e o Cassinho um pouco menos, já o Bijú e o Cirsão foram com a cara e coragem. Havia poucas pessoas prestigiando nossa partida. Até que com tudo pronto, demos as pedaladas iniciais sob os aplausos e palavras de incentivo dos colegas ali presentes. 

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