Classificados

VÍDEOS

Residência pega fogo em Penápolis
Penápolis no programa Cidade contra Cidade do SBT em 1989

CLIMA

Tempo Penápolis

fale com o DIÁRIO

Fone Atendimento ao assinante & comercial:
+55 (18) 3652.4593
Endereço Redação e Comercial: Rua Altino Vaz de Mello, 526 - Centro - CEP 16300-035 - Penápolis SP - Brasil
Email Redação: redacao@diariodepenapolis.com.br
Assuntos gerais: info@diariodepenapolis.com.br

ESPORTES

04/02/2018

CANTINHO DA SAUDADE

Imagem/Arquivo Pessoal
Detalhes Notícia

Memórias do Carboni: Saneamento básico rural – parte 1

No Brasil de antigamente, toda fazenda e até várias empresas urbanas possuíam as chamadas “colônias”, que eram casas geralmente germinadas uma ao lado da outra, formando uma longa fila. O saneamento básico era geralmente composto de um poço para fornecer água e de uma fossa negra ou privada, como era mais conhecida, para as necessidades físicas. O poço ficava perto da cozinha e a privada um pouco distante da casa, e as crianças, que eram contadas às dezenas, eram proibidas de chegar perto desses lugares e por motivos óbvios. O poço se resumia a um buraco de pouco mais de um metro de diâmetro e com fundura variável, e, tinham como proteção um caixão de tijolos ou madeira. Todos tinham suas tampas, mas, como moleque é bicho arteiro, se os pais descuidassem eles subiam na caixa e de vez em quando um deles caia no poço. Na casa onde morava o proprietário ou o capataz, usava-se bomba elétrica para puxar água, mas, nas demais moradias o método usado era um sarilho, uma corda e um balde com um peso amarrado nele para que afundasse na água. Na hora de descer o balde, o sarilho girava a toda velocidade e ao puxar o balde cheio de água a situação ficava duplamente perigosa devido ao peso e o puxador não podia facilitar, pois se as mãos escorregassem ou a força dos braços não fosse suficiente e o sarilho escapasse das mãos, a velocidade de rotação dele de volta ao fundo do poço era dobrada e não foram poucos os acidentes com gravidade e alguns até fatais, deixando a vítima com ombro ou braço quebrado e até com traumatismo craniano. Também houve casos de mulheres que se atiraram para dentro do poço para se suicidarem, geralmente por motivos conjugais ou sentimentais. Desavenças com o marido, abandono do namorado, proibição de namorar pelos pais ou gravidez fora do casamento, eram situações consideradas insustentáveis e que geravam motivo para esse tipo de comportamento. Já nas fossas negras ou privadas, o perigo rondava mais as crianças porque o local se constituía em um buraco quase da mesma largura, só que um pouco mais raso que o poço. Rente ao solo era feito um tablado de madeira, tendo ao centro um buraco quadrado de cerca de 30 cm de lado onde as pessoas aliviavam o intestino de cócoras, como as conhecidas bacias de penitenciária ou bacia turca. Algumas famílias colocavam uma cadeira sem o assento ou faziam um artefato de madeira para maior comodidade. Paredes de tijolos ou de madeira e cobertos de telhas de cerâmica ou lata protegiam o usuário naquele ato tão nobre. As vezes o vento tinha arrancado o telhado e ele não fora refeito, mas, o que não podia faltar era a porta, peça indispensável para a segurança das crianças e dos animais (cachorro, pato, galinha, porco) e que ficava sempre trancada ou amarrada com arame ou corrente. Se alguma criança ou animal caísse ali, o salvamento era praticamente impossível. Devido a esses perigos, as crianças de ambos os sexos faziam suas necessidades no quintal, sempre atrás de algum pé de fruta, pois eram comum todas as casas terem um pomar. O local mais procurado era o pé de limão galego que possuía generosos galhos formando uma “saia” e era um bom esconderijo. Como eu disse anteriormente, havia muitos animais soltos no quintal e as galinhas podiam ser contadas as dezenas. Como se sabe, as galinhas caipiras não são de ficar escolhendo comida e comem tudo o que aparecer, desde ervas e gramas, insetos, grãos e sementes de quase tudo, e, até pequenos reptéis. Se você quer fazer uma galinha feliz, dê a ela uma barata ou uma cobra cega e ela, juntamente com suas colegas, fará a mais festa. Outra iguaria que as galinhas não dispensam é cocô de criança. Quando notavam alguma criança abaixadinha se “aliviando”, elas nem esperam essa criança terminar e já atacam em bando, bicando o que consideram uma boa degustação. Na próxima semana faremos a conclusão desse artigo. 

VEJA TODAS AS NOTÍCIAS>

© Copyright 2024 - A.L. DE ALMEIDA EDITORA O JORNAL. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução parcial ou total do material contido nesse site.

Política de Privacidade