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03/12/2017

Cantinho da Saudade

Imagem/Arquivo Pessoal
Detalhes Notícia

Memórias do Carboni: Buscando Tijolos

O primeiro poço que nós fizemos no campo do Curtume estava em péssimas condições de uso, apesar dos cuidados tomados para conservá-lo. Resolvemos então construir outro, a mais ou menos 10 metros abaixo, e não seria nem preciso salientar que o pessoal que ajudou foi o mesmo das vezes anteriores. No geral foi um serviço sem problemas, e, apenas uma vez houve um momento de perigo, quando o Bijú estava puxando no sarrilho e a corda com o balde cheio de terra quebrou, mas, o Bijú foi bem ágil e conseguiu segurar o balde, ficando o Tarzã de levar uma pancada talvez fatal na cabeça, lá no fundo do poço. A terra que era retirada do poço novo ia sendo jogada no poço velho. Depois de alguns finais de semana, começamos a notar a proximidade da água e ao cabo de mais algumas horas de serviço demos por terminada a tarefa. No primeiro poço não tínhamos colocado nenhum tijolo para proteger as paredes da erosão, daí o termos perdido tão precocemente. Não podíamos cometer o mesmo erro novamente e então ficamos a matutar onde conseguir os tijolos, pois não havia dinheiro para comprá-los. Lembramos então que no pasto do Pereirinha, um antigo pouso de boiada ali perto (hoje é o bairro 2 Irmãos), estavam abandonados há alguns ano, centenas de tijolos novos, só que um pouco desgastados pelo tempo. Logo ideamos ir buscá-los e só restava resolver como fazê-lo. Num certo domingo fomos a casa do Severino, ali ao lado do campo e pedimos sua carroça emprestada. Dissemos que tínhamos ganhado os tijolos de um colega do sítio, que aos domingos ia ao cinema e por isso teríamos de pegar a carroça após às 22h00, quando acabasse a primeira sessão. O Severino concordou em emprestar a carroça, só que o seu cavalo estava doente e sem condições de fazer força. Viemos embora pensando em como arrumar outro animal e ao passarmos pelo Ginásio Marcos Trench vimos a solução de nossos problemas pastando ali perto. Era o cavalo branco do Nani, um conhecido nosso e morador ali perto. Tínhamos certeza que se pedíssemos a ele não seríamos atendidos, então resolvemos pegá-lo emprestado sem autorização e demos o problema como resolvido. Depois do banho e do jantar nos reunimos na praça da Fátima, eu, Bijú, Tarzã, Dito Cola e Banha. Estava um vento frio e ficamos sentados dentro de um buraco que servia como um pequeno lago, mas, que tinha sido desativado porque a molecada ia lá tomar banho e agora estava seco. Ficamos ali nos protegendo do frio e esperando ficar mais tarde, quando encontraríamos menos pessoas na rua e quando chegou as 22h00, achamos que era hora de agir. Pegamos o cavalo do Nani, que tinha até uma corda amarrada no pescoço, o que facilitou um pouco para nós. Só que o cavalo parecia ter adivinhado o que o esperava e estava disposto a não  ir, pois empacava a toda hora e só andava a base de algumas lambadas no traseiro, só que não podíamos fazer muito barulho para não despertar a curiosidade de alguém. Chegamos a casa do Severino e tivemos de bater palmas para chamá-lo, visto que ele estava deitado. Depois de arriada a carroça, saímos eu e o Bijú sentados no banco e os demais agachados atrás. Já no local, abrimos a porteira de arame e para subir um pequeno barranco foi preciso descer todo mundo, menos o Bijú que cuidava das rédeas, e ainda demos uma força ao cavalo empurrando o veículo. Havia cupinzeiros em abundância e os tropeções eram constantes, pois a noite estava bem escura. Chegamos aos tijolos e ficamos decepcionados ao notar que não havia tanto como imaginávamos. Era evidente que alguém tivera a mesma idéia que nós e levara quase tudo. O pouco que restou estava quase todo encoberto por terra de formigueiro e tivemos de cavar um pouco para retirá-los. Conseguimos cerca de 250 tijolos e ficamos satisfeitos. Voltamos a pé para agradar o cavalo que demonstrara estar ali contrariado. Deixamos a carga perto da cerca de arame do campo e devolvemos a carroça, mas sem acordar o Severino, e, logo depois o cavalo também foi devolvido ao seu pasto. Na manhã seguinte, o Tarzã e o Baixinho levaram os tijolos para perto do poço e no final de semana foram colocados no fundo do poço. Dentro de pouco tempo houve novo desmoronamento de grande parte do poço e ele teve de ser abandonado. A busca dos tijolos foi em vão, valendo apenas como uma aventura.

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