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02/12/2018

CANTINHO DA SAUDADE

Imagem/Arquivo Pessoal
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Memórias do Carboni: Por enquanto tem

Você vai ao mercado e ao passar na seção de frutas e legumes fica assustado com o preço destes produtos. Para as pessoas jovens não existe um parâmetro, ou seja, eles não tem como comparar os preços de hoje com os de outrora, porém os mais velhos podem fazer esta comparação. Há alguns anos atrás estes produtos eram encontrados em abundância. A população era menor e uma grande parte dela vivia na zona rural, onde era bem diversificada a plantação de alimentos. Na cidade, os terrenos eram grandes e mais conhecidos como “datas” onde havia pés de limão, abacate, manga, laranja, etc... Ainda sobrava terreno para uma pequena horta com alface, almeirão, jiló, quiabo e esparramado pelo chão um pé de abóbora. Uma lata ou um grande vaso comportava cebolinha e salsa. Um pé de chuchu, misturado com um pé de melão de São Caetano cobria uma cerca de balaustre que fazia a divisa com o terreno do vizinho, que normalmente também tinha o mesmo tipo de plantação. Na zona rural as fazendas tinham várias casas de moradia para os funcionários e que também tinham suas plantações particulares com horta e pomar. Nas fazendas de café era possível encontrar vários tipos de fruta por entre a plantação: melancia, mamão, maxixe, pimenta e outras, disseminadas por pássaros e morcegos. Em certas épocas do ano as pessoas faziam “caveiras” com mamão, abóbora ou moranga e acendiam uma vela dentro para tentar assustar alguém. Hoje isto não é mais possível porque a molecada não conservou a tradição, mesmo porque a matéria-prima ficou escassa e cara e ninguém vai querer tal prejuízo. Quando íamos jogar na zona rural, o caminhão ia lotado de jogadores e torcedores. Além de gostarem do time, de futebol e conhecer novos lugares e pessoas, todos sabiam que lá onde íamos por certo haveria frutas e era o que realmente acontecia. Muitos já iam até apetrechados com um canivete ou uma faquinha. Quando chegávamos lo local a maioria se esparramava e já aconteceu até de quando eu ia escalar o time, geralmente o aspirante, não conseguia localizar o jogador, porque simplesmente ele estava no meio do pomar. Bem mais tarde o pessoal voltava com frutas nos bolsos. Quem não conseguisse ou não levasse uma sacolinha, o jeito era desabotoar a camisa, amarrar as duas partes de baixo delas e encher de frutas. A pessoa ficava bem gordinha. Perto do antigo Curtume Canta Galo havia uma chácara com um grande pomar de poncãs. A gente conversava com o caseiro e comprava uma dúzia, pagávamos e eram autorizados a entrar e nós mesmo colhermos as frutas. Só que o pessoal chupava até mais não poder mais e depois passávamos na casa do caseiro com aquela dúzia de poncãs e falando “muito obrigado”, íamos embora. As vezes até havia uma disputa para ver quem chupava mais fruta. Um dia o Tarzã, que era ainda bem mais magro do que hoje é, ganhou a aposta e com um detalhe: enquanto todos só chupavam o suco, ele chupava o suco e ainda comia o bagaço. Atualmente o tal do agronegócio vai abocanhando terras férteis e as vai ocupando com imensas plantações de soja e cana-de-açúcar. Antes havia muita abundância, os produtos eram baratos, muita coisa era jogada fora e desperdiçada por excesso, mas o produtor ganhava pouco. Hoje os preços são altos pela pouca oferta e os produtores continuam ganhando pouco. Não sei se serve de alívio, mas enquanto os preços estiverem subindo, podemos diminuir a quantidade de compra ou mudar de produto, mas a situação vai apertar quando daqui alguns não ter o que comprar. A foto é de quando fomos jogar em Garcia/MS em 1982.

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