06/03/2022

Outro trabalho da “antologia” de escritores de 1988, repassado neste momento por mim Vó Maria ao Diário de Penápolis...

APOREMA

........ Valor igual a duas demonstrações diferenciadas (silogismo).

Segui o vento
Me perdi no espaço
Segui no espaço
Me perdi no tempo...........

Busquei a luz
E vi estrelas!........

Ah! As eremitas do espaço e do tempo! Como são tornar a vê-las?!
Serão a Mercury de Alan e Shepard ou o Sputinik de Juri Gagarin – o grande príncipe do espaço.  E John Glen por onde andou? Armstrong, Collin e Aldrin onde passaram! Christa Mac Autiffe cadê sua Challanger?

Heróis da mitologia moderna, que é de vocês?
Deuses espaciais elaborados, produzidos, condicionados no Olimpo “das Nasas” – será que conseguirão voltar pelo rabo de foguete “ Rodstones” junto a Ellis Regina? Disquem 007, digitem seu fone... Gigantes siderais que romperam a barreira do som e do espaço após “os Church Jagger’s”.

O que procuram agora?

Porventura a hidra celeste de ventosas enormes, basculantes e de ventre brilhante, cujas antenas giratórias suportam grandes tenazes, fosforescentes, onde seres intrínsecos de ordem transcendental, mentores da segurança orbital que detectam emanações letais de outras galáxias?

Ainda que lhes pergunte: procuram solucionar o lixo atômico ou similares? Entre a órbita solar e o planeta Vênus ninguém o quer! E em orbita alguma, vai bem! “Shernobyl” já sujou sua casa, seu quintal, seus vizinhos com esse terrível mal. Nada lhe valendo a cortina de ferro, agora tão impessoal!!!

Goiânia, hibernada ainda no seu sono colonial, mesmo nascida em flancos e artérias auríferas e sentada sobre pedras preciosas – irmã gêmea univitelina da garbosa mineira vizinha – cabocla trigueira e inzoneira como diria Cora Coralina – agora estuprada, violentada pelas chagas corrosivas deste mal infernal – um monstro capital, Cesio 137. O CNEN, com suas cobras pentagonais, do alto do seu podium científico que o descuidaram numa indisciplina irreverente e deixaram-no a solta assim como através de seus transportes por todos os lugares e depósitos de suas sucatas clandestinas..................

Por quê? Porque os tempos são chegados pela mão cataclítica do homem no seu processo de busca interminável?!

Os Zeus, os Zoroastros, dessa mitologia moderna, serão amontoados pela areia da devastação, como a humanidade toda.

E mãos santa dos Anchietas não mais renascerão para trabalharem nessa areia, os versos a Virgem, assim como sensibilidades poéticas dos Vinicios, que jamais cantarão suas musas praianas aqui ou em alhures qualquer do planeta.

Vó Maria Cândida Virgílio Galli, Penápolis/SP, por e-mail