12/12/2021

PARA REFLETIR
Hoje me lembrei de como a vida é tênue.
Um dia como outro qualquer, voltava da minha caminhada. Chegando perto da piscina, me deparei com uma mãe passarinho desesperada naquela fina borda entre a grama verde e a água cristalina.
Quando fui me aproximando pude perceber o quão grande era sua angústia. Seu pequenino filhote já com suas penas em seu primeiro voo de liberdade, caiu na água rasa. Água rasa que para ele seria como um mar sem fim. Sua ânsia pela vida era tanta, dado o bater de suas asinhas contra a água, mas sua mãe nada pode fazer. No momento em que me aproximei, pude presenciar seus últimos momentos. Tentei resgatá-lo, mas era tarde demais. Fiquei alguns minutos com ele em minhas mãos tentando de alguma forma reanimá-lo, mas sua vida já  estava  se esvaindo. Tão pouco pude fazer. Por que um ser tão pequenino, indefeso e feliz em alçar seu primeiro voo teve esse final trágico? Não sei dizer.
O que sei é que aquilo me tocou tão profundamente que não consigo parar de pensar naquela cena. Da sua mãe perdendo seu filhote. Da impotência perante a morte e de que precisamos aproveitar e amar profundamente nossa vida que é tão frágil como o silêncio, que basta um suspiro para quebrá-lo. Suspiro esse que silenciou aquela pequena vida.

Autor: Álex Favari, por e-mail