29/11/2018

Histórias da vida
Dia 13 de agosto de 1958, às 10 horas da manhã de um dia qualquer, um caminhão da marca Mercedes Bens de cor azul encostou na Rua Goiás, nº 609, Bairro de Fátima, Penápolis/SP onde carregou nossa mudança e seguiu viagem para o norte paranaense, mais precisamente para um pequeno lugarejo por nome de Marumbi, que na época ainda era distrito de Jandaia do Sul/PR, aonde meu pai havia adquirido 15 alqueires de terra ainda em mata virgem, onde desbravamos e plantamos lavoura de café. Findou-se a década de 1950, 60, 70, 80, 90, no ano de 2000 virou-se o século e só no ano de 2017 foi convidado pelo meu grande amigo José Maria do Valle para rever minha Penápolis querida. Em junho daquele ano, quando já havia passado exatos 59 anos,  tive o privilégio de voltar ao Bairro Araponga (Penápolis/SP) justamente a terra que me viu nascer. Ao chegar no sítio que até 1962 pertencia a nossa família e hoje é propriedade da família Andrade, o (Zezinho Andrade) já me aguardava com a porteira que acessava a fazenda, aberta. Ao rever minha terra querida confesso que foi grande a emoção, pois o terreiro de "ladril" que havia sido construído nos anos de 1940 se encontrava em perfeitas condições, a mangueira que meu saudoso avô havia plantado a mais de 90 anos, produzindo mangas de qualidade, e meu pé de jabuticabeira ao lado da casa onde eu nasci estava carregado de frutos. Após décadas sem rever meu Bairro Araponga foi que tive a certeza que de fato nossa vida passa rápido demais e talvez  por isso que procuro trazer na minha mente somente boas recordações, pois pensamentos positivos acabam por edificar a nossa alma, até porque recordar é viver.

Virgílio Melhado Passoni, Jandaia do Sul/PR, por e-mail