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CARTA DO LEITOR

07/10/2017

NA PRAÇA ACONTECE CADA UMA!

As caras pintadas e os caras pintudos, marcharam resolutos para a praça. Lá haveria uma grande manifestação pelo Impeachment. Notáveis oradores fervorosos, defensores da democracia aguardavam o momento de discursarem para aquela plateia que chegava aos montes. Pelo caminho, palavras de ordem eram ouvidas: “Fora ladrão! Fora corrupto! Queremos esse cara bem longe do Brasil.”, mais e mais pessoas engrossavam o cortejo. Um casalzinho todo esfreguento, com seus trajes coloridos, também participava da passeata. Canções eram improvisadas, todas rimando com “ladrão, canalha” e outros impropérios. Após uma longa e pacífica caminhada chegaram à praça, cada um disputando um pedacinho da grama do jardim para se acomodar. No coreto improvisado de palanque, autênticos guardiães da democracia se revezavam naquela vigília cívica. Todos defendiam o Impeachment com bravura. Aquele casalzinho, como tantos e tantos que lá estavam, continuava com seu chamego. Os homens em cima do palanque falavam, falavam, e o povo gritava: “Ladrões, ladrões. Impeachment, impeachment.” Os discursantes pensando que o xingamento fosse só para “ele” também gritavam: “Fora corrupto!”. Falou o representante do maior partido político da cidade tentando explicar os escândalos domésticos. Falaram o médico e o profissional liberal, esses que não fornecem recibos para seus clientes. Falou o vereador que defende a irredutibilidade do seu salário. Falou o empreiteiro das obras superfaturadas. Falou o comerciante que não emite nota fiscal. E quando a plateia gritava “Pega ladrão”, os do palanque disfarçavam, como se não fosse também para eles. Nenhuma voz se levantou em defesa do acusado. Todos gritavam: “Um, dois, três, quatro, cinco mil, queremos vocês todos para bem longe do Brasil”. A manifestação terminou com uma sonora vaia aos interlocutores. A praça foi ficando vazia, permanecendo somente os casais de namorados, quando, então, a bela rapariga observou “como o show está demorando para começar”.
NA PRAÇA, OH... NA PRAÇA ACONTECE CADA UMA!

Completando ou atualizando este texto: Crônica escrita por mim, publicada em 11/09/1992 “há 25 anos”, por ocasião da renúncia do Presidente Fernando Collor.
Pergunto aos abnegados brasileiros, mudou alguma coisa desde então?
É urgente pensar em atualizar e rever nossa democracia. Eliminar reeleições, hereditariedade na política, foro privilegiado e muitas outras coisas, fazendo dessa, uma democracia para os brasileiros e não para os corruptores e corruptos.

Natal Passafaro, Penápolis/SP, por e-mail

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