12/07/2017

Porões e suas serventias

Porão é um espaço, abaixo de um imóvel, tem serventia para várias finalidades. Quando fui trabalhar em Susano, na grande São Paulo, nos anos de 1988, como não encontrava pensão ou quarto para o meu alojamento, fui morar com mais dois colegas em Pôa; era um porão dividido por placas de Duratex. Nosso dormitório. Saíamos de manhã e retornávamos à noite. Durante o dia, galinhas, gatos e outros animais, faziam dele o espaço para seu aconchego. Enfrentávamos a situação com humor. 
Existem porões sofisticados, como por exemplo o do Palácio do Jaburu, em Brasília, residência do atual intrometido, usurpador do governo, senhor Temer. Lá, é o escritório particular, onde são recebidos seus cúmplices mais importantes. O horário do expediente é o da calada da noite, bem ao estilo dos lobisomens. Interessante, os frequentadores do escritório presidencial, não precisam ser agendados, são todos da casa. 
Recentemente, reportagem do “Jornal Folha” mostrou em primeira página, o centurião, “senhor Temer”, na maior desfaçatez, comandando seus centúrias, constrangidos, receosos, já que todos estão no mesmo barco, o da corrupção. 
A democracia brasileira está a poucos passos de um precipício ou fundo do poço: o presidente da República denunciado por corrupção passiva, com possível perda do mandato; muitos deputados federais recebendo cargos e outros benefícios, com a finalidade de arquivar o processo; ex-deputado preso por ter recebido uma mala de dinheiro, talvez destinado ao Presidente, é solto; um senador, recebe dois milhões, provavelmente de propinas alegando que é empréstimo, foi afastado do cargo e reconduzido, por um membro do STF que ainda enalteceu as qualidades e a moral pública desse político corrupto, só faltando solicitar ao Papa, sua beatificação em vida. 
O Brasil ainda não é um país sério. 

Natal Passafaro, Penápolis/SP, por e-mail