09/04/2017

Aurora do Tempo

Eu comparo a vida como as águas serenas 
Que seguem mansinhas rumo ao oceano
A soma dos janeiros nos dão experiências
E também nos trazem muitos desenganos
 
Feliz são aqueles que em sua infância
Puderam nadar nas belas cachoeiras
Armar arapucas para capturar os pássaros
E ver periquitos nos galhos das paineiras 
 
Sobre a madrugada no romper da aurora
Os raios de sol surgirem no horizonte
O orvalho da relva brilhando nas folhas
E vão enfeitando os vales e montes 
 
Sobre os verdes campos o cheiro da relva
O inhambu piando nos confins das palhadas
Cachorros latindo naqueles grotões
E o gado pastando sobre as invernadas 
 
Logo de manhã sair pelos campos
Onde frutas silvestres eu ia colher
São essas lembranças que trago na mente
Que jamais na vida irei esquecer
 
O meu cajueiro de folhas amarelas
Que no meio do dia me protegia do sol
Já de tardinha eu descia pro riacho
Onde eu fazia minha pesca de anzol
 
Passaram-se os anos eu envelheci
Nas trilhas da infância nunca mais pisei
Eu rogo a DEUS que me dê vida longa
E com sua permissão um dia voltarei.

Virgílio Melhado Passoni, Jandaia do Sul/PR, por e-mail