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18/12/2025

FELIZ 2026!? Análise do cenário do mercado de trabalho brasileiro em 2026

Imagem/Arquivo Pessoal
Detalhes Notícia

O mercado de trabalho para 2026 no Brasil é caracterizado por um crescimento moderado, mas com fortes tendências de transformação impulsionadas pela tecnologia, especialmente a Inteligência Artificial (IA). Setores como Tecnologia, Sustentabilidade, Saúde, Logística e Engenharia despontam com alta demanda por profissionais qualificados. No entanto, persistem desafios como a informalidade, a dificuldade em encontrar talentos com as novas habilidades necessárias e a adequação do ambiente regulatório para acompanhar essas mudanças.
O mundo do trabalho está em profunda e acelerada transformação. Em 2026, essa dinâmica não será diferente. Relatórios e análises de especialistas indicam que a capacidade de adaptação, a busca por novas competências e a compreensão das macrotendências serão cruciais para profissionais e empresas. O desafio é conciliar um cenário econômico ainda com incertezas com a revolução tecnológica que redesenha as funções e as exigências do mercado.
A economia brasileira em 2026 projeta um cenário de estabilidade, mas com crescimento moderado. A Confederação Nacional da Indústria (CNI) estima um crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) de 1,8% para 2026, o que seria o menor em seis anos, influenciado por juros altos e pelo enfraquecimento do mercado de trabalho. No entanto, a taxa de desocupação pode encerrar o ano em 5,6%, com a massa de rendimento real dos trabalhadores aumentando 3,4%.
Apesar do baixo desemprego, a confiança no mercado de trabalho pode estar em queda, pois tanto empregados quanto desempregados percebem dificuldade em encontrar novas oportunidades. A política econômica, com a possível redução da taxa de juros e a estabilização da inflação, pode impulsionar o mercado de crédito e a atividade econômica. Além disso, eventos políticos e globais, como eleições presidenciais e a Copa do Mundo, também podem moldar o cenário de empregabilidade no país.
A Inteligência Artificial (IA) é, sem dúvida, a principal força motriz de transformação. Sua integração no dia a dia das equipes híbridas, com o objetivo de reduzir tarefas administrativas e liberar tempo para atividades estratégicas e criativas, será cada vez mais comum. Profissionais que dominam IA e *machine learning*, bem como aqueles que atuam em cibersegurança e análise de dados, continuarão em altíssima demanda. Estima-se que 87% das empresas já incentivam seus colaboradores a usar IA, e 47% dos funcionários a utilizam diariamente.
A transformação digital também acelera a demanda por qualificação e requalificação profissional, especialmente em competências digitais básicas e avançadas. Novas profissões serão criadas, enquanto ocupações tradicionais podem ser reconfiguradas ou até desaparecer. As áreas que mais devem gerar empregos em 2026, com base em pesquisas como o Guia Salarial 2026 da Robert Half e Catho, incluem:

- Tecnologia e Dados: Especialistas em IA e *machine learning*, analistas de dados, analistas de segurança da informação, arquitetos de *cloud*, desenvolvedores de software. Carreira de TI e suporte (help desk) também aparecem como porta de entrada.
- Sustentabilidade e Economia Verde (ESG): Gestores de sustentabilidade, especialistas em energias renováveis e analistas de crédito de carbono ganharão relevância com a agenda ESG.
- Saúde e Bem-Estar: Com o envelhecimento da população e a crescente preocupação com a saúde mental, profissões como especialistas em telemedicina e psicólogos focados em saúde corporativa terão demanda constante.
- Engenharia: Gerentes de melhoria contínua, técnicos de manutenção industrial, programadores CNC e especialistas em automação e robótica.
- Finanças: Analistas de M&A, *controllers*, analistas de crédito e risco, analistas atuariais em seguros.
- Recursos Humanos e Gestão: Analistas de seleção, gerentes de projetos, líderes preparados para ambientes digitais e colaborativos.
- Logística e Serviços: Setores que continuam a impulsionar a criação de empregos no país.

Mais do que diplomas, o mercado buscará profissionais com um conjunto de habilidades específicas:
- Competências Técnicas: Domínio de Inteligência Artificial, automação, *machine learning*, análise de dados, tecnologia imersiva, e inglês.
- Competências Comportamentais (*Soft Skills*):** Pensamento analítico e sistêmico, criatividade, resiliência, flexibilidade, liderança, influência social, alfabetização tecnológica, aprendizado contínuo, empatia e escuta ativa.

A necessidade de microcertificações orientadas para competências específicas ganha relevância, permitindo que as empresas desenvolvam internamente as habilidades que não encontram disponíveis no mercado. O trabalho híbrido e flexível se consolida como uma das tendências principais, com 64% dos trabalhadores preferindo modelos flexíveis. Isso, contudo, gera um dilema entre flexibilidade e visibilidade para promoções, especialmente para quem trabalha remotamente. A crescente demanda por flexibilidade, bem-estar e uma cultura organizacional saudável por parte dos profissionais exige das empresas políticas de gestão de pessoas mais inovadoras e transparentes. 
Conexão com Fundamentos Jurídicos: A consolidação do trabalho híbrido e o avanço da IA levantam questões importantes para o Direito do Trabalho. A adaptação da legislação trabalhista brasileira para abarcar a realidade do teletrabalho, as responsabilidades em plataformas digitais, a proteção de dados em sistemas de IA e a regulamentação do uso de ferramentas de monitoramento são desafios que o ordenamento jurídico precisará enfrentar. Profissionais do Direito Trabalhista, inclusive, são citados como uma das profissões em alta para 2026, refletindo a complexidade dessas relações. A necessidade de se debater “como adaptamos nossas leis às demandas atuais da sociedade” é evidente.
Apesar das oportunidades, o mercado de trabalho em 2026 enfrentará desafios. Há uma dificuldade notável em encontrar mão de obra qualificada em todos os níveis, desde o básico até o executivo. O Brasil, embora forme bons profissionais tecnicamente, ainda peca em habilidades como o inglês, o que diminui a competitividade em escala global. A informalidade ainda é um problema significativo, com mais de 39% da força de trabalho dependendo de ocupações menos estruturadas. Além disso, a qualidade dos empregos gerados é uma preocupação, com muitos caracterizados por baixos salários e ausência de proteção social, especialmente em serviços pessoais.
As perspectivas de abertura de empregos para 2026 no Brasil apontam para um mercado dinâmico e em constante evolução, impulsionado principalmente pela tecnologia. A criação de vagas estará concentrada em setores que exigem alta qualificação e adaptação às novas ferramentas digitais e modelos de trabalho.
Por fim, a busca pela Justiça do Trabalho representa um direito essencial à defesa dos interesses do trabalhador, mas tanto empregados quanto empregadores devem contar com a assessoria de um profissional qualificado, que possa fornecer a melhor estratégia para o adequado resguardo dos direitos envolvidos.

(*) Luis Fernando de Castro. OAB/SP 156.342.Especialista contencioso civil e trabalhista, parceiro da Advocacia Eduardo. Queiroz - Araçatuba/SP. E-mail: lc@luiscastro.adv.br | Fone: (18) 3424-8121 / Whats: (18) 99749-4554

Luis Fernando de Castro (*)



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