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ARTIGOS
26/09/2025
Sob o domínio das redes sociais
As redes sociais nunca dormem, não descansam, não param para comer, e é pura atividade. Com um celular e internet, alguns toques na tela e você já está dentro da rede. É sempre novidade, colorido, sons, tudo para seduzir nossa atenção. As redes estão nos domesticando.
São inegáveis as maravilhas e revoluções causadas pelo celular. Não corremos mais o risco de perder a hora porque acabou a pilha do despertador no meio da madrugada. Qual deveria ser o tamanho da sua biblioteca para encontrar tudo que está disponível na tela do seu celular? E a IA? A revolução digital não para.
As redes sociais nos conectam ao mundo. Tem muita informação sobre todos os lugares. Parece que foi na pandemia que essa conexão enlaçou a todos. Fechados em casa, assistíamos o que as pessoas faziam nas suas, fosse na Itália, no Japão, no Turcomenistão e em todos os lugares do Brasil. Se perdemos o contato com alguém que não vemos há décadas, de repente, aquela pessoa aparece como sugestão de amizade, adicionamos e pronto, ficamos sabendo até demais: onde mora, suas relações, seu humor, seus amores, seus ódios, o dia do seu aniversário e como foi a comemoração, qual o gosto musical.
São muitas vozes. Na rede social, não faz sucesso quem ouve e sim quem fala. Todo mundo falando muito. Em um minuto é possível encontrar um monte de gente fazendo coisa interessante, é um verdadeiro vale tudo. Idioma não é problema, tá tudo legendado e dublado. Nos podcasts, os entrevistados raramente conseguem terminar um frase sem interrupções do entrevistador. No mercado dos likes, é preciso encontrar o corte perfeito, um trechinho de segundos pode dar mais views que a produção completa. Seria muito mais interessante se os influencers, antes de começarem a nos dizer algo, respondessem para si mesmos: quem tá perguntando isso?
Aos poucos, tudo está nas malhas da redes sociais. Livros, ideias, sentimentos, sensações, desejos, precisam ser explorados para entreter, encantar, seduzir. É como se tudo que sentimos e pensamos só tem sentido se estiver representado nas telas. A memória do aparelho é cada vez maior e está sempre cheia.
Assim que para de rolar sua timeline, se assiste, curte, comenta ou compartilha uma publicação, o algoritmo calcula que é daquilo que você gosta, e recomenda sem parar no seu feed sugestões com base nos seus interesses. Parece até que ouve o que falamos; ou será que falamos o que aparecerá daqui a pouco na tela porque a rede social nos induziu a isso? Somos guiados pelo canto das sereias. É comum ver pessoas fazendo suas atividades usando apenas uma mão, com a outra segurando o celular; não é só uma mão ocupada, mas o cérebro. É isso que é ser multitarefa, realizar as tarefa com o celular na mão? Nunca usamos tanto os polegares opositores como agora para tocar na tela.
E, de repente, notamos que estamos há mais de uma hora colados na tela. Aquelas chamadas de reels, storys, com “viralizou nas redes sociais...”; “o final vai te surpreender”; “com quantos anos você descobriu...”, por mais cretinas que sejam, nos capturam. Vemos produções geradas por inteligência artificial. Por mais interessante que seja, raramente algo ou alguém prende nossa atenção por mais de dois minuto, melhor ainda se puder acelerar em velocidade 2x. Em meio um minuto vemos quantas coisas diferentes no on-line? Nesse turbilhão, nossa atenção é cada vez menor, picotada. Lemos cada vez menos livros e jornais impressos estão desaparecendo.
Não há tempo de tédio, aquela sensação de aborrecimento ou cansaço, de ficar sem nada para fazer, foi tudo dominado pelas redes sociais. O tempo de tela tem devorado nosso ócio, nossas horas, sugado nosso cérebro, moldado nossa maneira de ver e interagir no mundo. As redes sociais fazem tanto sucesso porque preenchem lacunas, respondem à falta de interações sociais off-line, fazem as pessoas sentirem que não estão sozinhas. Temos ainda muita coisa para ver e aprender com as redes sociais.
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(*) Luiz Antonio Albertti, professor, Penápolis/SP. Contato: lalbertti@yahoo.com.b
Luiz Albertti (*)
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