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ARTIGOS

02/09/2025

Música Sertaneja: Geraldinho Nogueira

Imagem/Reprodução
Detalhes Notícia

Amigo amante da música sertaneja hoje você vai conhecer um pouco sobre a história de Geraldinho Nogueira, também conhecido como Geraldinho de Goiás. 
Geraldo Policiano Nogueira nasceu em 18 de dezembro de 1918, na Fazenda Aborrecido, localizada no município de Bela Vista de Goiás. Filho de uma família de trabalhadores rurais, viveu boa parte de sua vida na Fazenda Nuelo, onde trabalhava como sitiante e trabalhador braçal. Casou-se com Joana Bonifácio, com quem teve oito filhos: Alcides, João, Divino, Dalva, Benedita, Sebastiana, Aparecida e Sebastião. Sem escolaridade formal, Geraldinho afirmava que sua “caneta era a enxada na saroba”, destacando sua conexão com o trabalho rural e a oralidade como forma de expressão.
Geraldinho tornou-se conhecido localmente por contar histórias humorísticas, os chamados “causos”, em contextos sociais como roças, festas, botecos, quermesses e velórios. Sua habilidade narrativa chamou a atenção do apresentador e pesquisador Hamilton Carneiro, do programa Frutos da Terra, da TV Anhanguera, em 1983. Sua estreia no programa, em 1984, marcou o início de sua fama regional e, posteriormente, nacional.
Geraldinho Nogueira destacou-se como narrador oral por sua autenticidade e pela capacidade de traduzir a essência da cultura caipira goiana em suas histórias. Seus causos, narrados em primeira pessoa, relatavam episódios fictícios ou inspirados no cotidiano rural, abordando temas como situações cômicas, relações familiares e a introdução de tecnologias no campo. Entre suas histórias mais conhecidas estão “O Causo da Bicicleta”, “O Causo do Marimbondo”, “O Causo do Osso”, “O Causo do Rádio” e “O Causo do Porquinho”.
Sua linguagem era marcada por regionalismos, coloquialismos e expressões únicas, como “recursinho de minguar a toada” (freio da bicicleta), que, dentro do “gênero causo, possui uma função sociocomunicativa, consistindo em símbolo identitário de uma determinada comunidade linguística”. Apesar da espontaneidade, Geraldinho passou por adaptações para a mídia, com orientação de Hamilton Carneiro e José Batista, que sugeriram ajustes em regionalismos para alcançar o público urbano, mantendo sua essência. 
Além do Frutos da Terra, Geraldinho participou de programas nacionais, como o Som Brasil da Rede Globo, e de campanhas publicitárias, incluindo uma para a Caixego (Caixa Econômica do Estado de Goiás) em 1986. Ele também gravou discos, como os volumes 1 e 2 de Trova, Prosa e Viola, com faixas como “A Namoradinha” e “O Causo do Carro de Boi”, e se apresentou em shows culturais. Suas apresentações eram marcadas por um visual caipira, com roupas simples, chapéu desgastado e cigarrinho de palha. 
Geraldinho Nogueira faleceu em 1993, mas sua obra permanece um símbolo da cultura goiana. Considerado um dos últimos grandes narradores artesanais do Brasil, seus causos são estudados em artigos acadêmicos que analisam sua contribuição para a história cultural, linguística e sociológica. Pesquisas destacam como suas narrativas refletem a cultura sertaneja, abordando humor grotesco, religiosidade e a relação com a modernidade. 
Em Bela Vista de Goiás, Geraldinho é homenageado com um busto erguido em 1996, na confluência da Avenida Pedro Ludovico e Rua Domingos Arantes. Seus causos continuam acessíveis em plataformas como YouTube, com vídeos como “O Causo da Bicicleta” e “O Causo do Porquinho” atraindo admiradores. Materiais educacionais, como o Portal do Professor do Ministério da Educação, recomendam seus causos para o ensino do gênero textual “causo” e da variante caipira. 
Semana que vem tem mais curiosidades e histórias da nossa música sertaneja, grande abraço.

 

(*) LUIZ HENRIQUE PELÍCIA (Caipirão) tem o programa “Clube do Caipirão” transmitido para mais de 500 rádios em todo o Brasil diariamente. Apresenta de segunda a sábado das 04h às 08h da manhã o programa “Diário no Campo” pela FM DIÁRIO 89,9 de São José do Rio Preto/SP. Caipirão escreve às terças-feiras para o jornal DIÁRIO DE PENÁPOLIS.

Luiz Henrique Pelícia (Caipirão) (*)



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