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ARTIGOS
20/08/2025
Os golpes de todo dia
No Brasil, é difícil encontrar alguém que tenha telefone fixo ou celular e não receba, quase diariamente, muitas tentativas de golpes financeiros. Eles começaram de forma mais simples e presencial, como o famoso golpe do bilhete premiado ou a troca de cartões de crédito no momento do pagamento.
Com o tempo, evoluíram para as ligações telefônicas, hoje, entre os mais comuns e preferidos pelos golpistas. Nessas chamadas, prometem benefícios urgentes, alegam que a vítima precisa se proteger de supostas ações da Receita Federal, do INSS, de bancos, de operadoras ou de qualquer grande instituição. Muitas vezes, inventam problemas para “facilitar” procedimentos burocráticos e, assim, arrancar dinheiro rapidamente.
A tecnologia abriu ainda mais espaço para o crime: golpes pela internet se diversificaram numa velocidade da luz. Há páginas falsas de bancos, mensagens fraudulentas por aplicativos de conversa, links maliciosos enviados por e-mail, perfis falsos nas redes sociais e até clonagem de contas para pedir dinheiro a familiares e amigos. Em todos os casos, o roteiro é o mesmo: criar urgência e convencer a vítima de que está agindo para seu próprio benefício.
O resultado dessa escalada é que, apenas em 2024, foram mais de dois milhões de casos noticiados. E isso representa apenas a parte visível, porque muitos golpes nem sequer são registrados oficialmente.
Enquanto os criminosos se aperfeiçoam, a reação das autoridades segue pífia. A “cartilha de prevenção” se resume a instruções que transferem toda a responsabilidade às vítimas: não atender ligações desconhecidas, não clicar em links, não usar celular na rua, não fotografar em pontos turísticos, não filmar em eventos ao ar livre. É semelhante a uma recomendação preventiva para não sair de casa para evitar assaltos. E nem isso resolveria. Os bandidos invadem tranquilamente condomínios e shoppings de luxo.
O mais grave é que nunca se ataca o ponto central: identificar e punir os golpistas com celeridade. Cada ligação tem origem em um número rastreável. Cada mensagem parte de um dispositivo conectado. Cada transação deixa um rastro. Mas o “Calcanhar de Aquiles” das autoridades parece ser justamente agir com rapidez e eficiência para investigar, processar e condenar os criminosos. Não devem alegar falta de recursos tecnológicos. Talvez falte competência, Ou há, como muitos suspeitam, envolvimento e corrupção de agentes?
Enquanto isso, milhões de golpes se repetem todos os anos e vão sendo naturalizados, como se fossem parte inevitável da vida no país. Aceitar que a principal defesa contra os golpistas seja “não utilizar o celular na rua” é ignorar que ele foi inventado para justamente ser usado em qualquer lugar, principalmente em deslocamento, fora de casa.
(*) Pedro Cardoso da Costa é Bacharel em Direito. Atualmente mora em Interlagos/SP
Pedro Costa (*)
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