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ARTIGOS
24/05/2025
A involução humana

Michel Foucault, filósofo francês, foi certeiro quando afirmou que não há progresso na história. Friedrich Nietzsche, filósofo alemão, é autor da frase: “Ao contrário do que hoje se crê, a humanidade não representa uma evolução para algo melhor, de mais forte ao mais elevado”. Acredito que esses pensadores têm razão. Penso que, com ou sem a crença no mito do pecado original, ou mesmo na teorização de Darwin (teoria da evolução biológica por seleção natural) o ser humano veio com “defeito de fábrica”. O pior é que, talvez, não tenha conserto. O progresso do ser humano é uma farsa. A decadência do homem é fato e a história a confirma. A ética – busca do bem comum - segue em escala descendente. O abandono da moral, enquanto seguir normas estabelecidas, é violado pela maioria, sendo normalizado. Quem fala a verdade ou é espontâneo, atualmente, torna-se alvo de chacota, porque o “normal” é mentir ou falsear a verdade. As relações de confiança estão sendo minadas: tente comprar um produto fiado no mercado. Foi-se a boa época em que a palavra bastava para assegurar o cumprimento de uma obrigação. Hoje, mesmo o pactuado em contratos, comumente não se cumpre, e o caso vai parar no Judiciário. A empatia, então, é atitude rara: simule estar acidentado à beira de uma rodovia e verás! Hodiernamente se mata por qualquer motivo; a vida foi banalizada e a violência normalizada. Ser um grande traficante de drogas, em muitas comunidades, tornou-se sinônimo de “status” e poder. O fundamentalismo religioso impera: a fé mistura-se com a política, e ela com a fé, tudo para a garantia de poder e influência. A obrigatoriedade do dízimo em certos espaços religiosos, inclusive com desconto de percentual do salário do “crente cadastrado”, tornou-se comum e aceito. Precisa-se “reservar o lugar no Paraíso”. Ser honesto, hoje, tornou-se sinônimo de idiotia. Falar de sentimentos é motivo para julgamentos de toda ordem, ou é considerado uma demonstração de fraqueza. Agir nos bastidores tornou-se praxe na política, no mundo dos negócios e no âmbito do trabalho, porque a transparência e o diálogo sincero diminuem espaço para quem busca a obtenção de vantagens espúrias ou pessoais. O homem contemporâneo, assim, pode ser definido pelo saldo de sua conta bancária, ou pelo número de seguidores nas redes sociais, não mais pelo seu caráter. No Brasil e mundo afora é progressivo o aumento da violência contra as mulheres, mesmo com a maior punição dos agressores. A explicação é que a cultura machista está arraigada, desde que atribuíram a Eva o “Pecado Original”. As telas digitais fazem milhares de doentes mentais diariamente, mas os seus produtores as ovacionam. A Inteligência Artificial tem poderio para extinguir a humanidade, mas seus idealizadores não querem controle sobre ela. O livre arbítrio – tese de Santo Agostinho – que explicaria o porquê de o homem praticar o mal, e Deus permitir que ele ocorra, é questionado pela filosofia, sob o seguinte fundamento: se o homem erra, circunstâncias o levam a isso, logo, o livre arbítrio não seria, exclusivamente, responsabilidade do indivíduo errante ... Algumas religiões e doutrinas pregam a evolução espiritual do ser humano, mas no mundo fenomênico, a desgraça e o mal são recorrentes. O meio ambiente está em crescente destruição, sob o pretexto humano da necessidade de desenvolvimento. As guerras não cessam e inocentes são as vítimas delas, não quem as promove. Enquanto milhões passam fome, governantes promovem despesas despidas de interesse público. Enfim, o mundo é e sempre foi injusto, palco de maldades, distorções e atrocidades. Nesse contexto dantesco (do inferno), humano, demasiado humano (Nietzsche), sinto pena dos animais e dos vegetais. Com isso, a “humanização” de “bebês” reborn está explicada.
Adelmo Pinho (*)
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