Classificados

VÍDEOS

Saudoso Tachinha e seu Ford 29 - entrevista de 2008 - por Ricardo Alves (Cacá)
Penápolis no programa Cidade contra Cidade do SBT em 1989

CLIMA

Tempo Penápolis

fale com o DIÁRIO

Fone Atendimento ao assinante & comercial:
+55 (18) 3652.4593
Endereço Redação e Comercial: Rua Altino Vaz de Mello, 526 - Centro - CEP 16300-035 - Penápolis SP - Brasil
Email Redação: redacao@diariodepenapolis.com.br
Assuntos gerais: info@diariodepenapolis.com.br

ARTIGOS

29/10/2024

Música Sertaneja: Délio e Delinha

Imagem/Reprodução
Detalhes Notícia

Amigo amante da música sertaneja hoje você vai conhecer um pouco sobre a a duo Délio e Delinha. Com ajuda da jornalista Sandra Peripato, grande pesquisadora cultural.
José Pompeu e Delanira Gonçalves Pompeu são naturais de Vista Alegre, no município de Maracaju, no estado do Mato Grosso do Sul.
Primos e também marido e mulher, iniciaram a carreira artística profissional na década de 50, na mesma época em que haviam se casado. Cantando de início, em festas e programas de auditório, foram conquistando uma rápida e merecida popularidade, que incentivou o casal a seguir em frente com maiores desafios.
Pouco tempo depois de se unirem pelos laços matrimoniais, Délio e Delinha trocaram o interior do Mato Grosso do Sul (na época, Maracaju ainda pertencia ao estado do Mato Grosso) pela capital paulista, onde atuaram nas Rádios “Bandeirantes” e “Nove de Julho”.
Delinha tinha apenas 19 anos de idade, na época. A mudança para São Paulo foi incentivada pelo compositor sul matogrossense Zacarias Mourão e, além de atuarem nas duas emissoras de rádio, a dupla assinou contrato com a gravadora Califórnia, na qual foi gravado no dia 26 de março de 1959, o primeiro disco 78 rpm, com os rasqueados “Malvada” e “Cidades Irmãs”.
No ano seguinte, gravaram também na Califórnia o segundo disco 78 rpm, com o rasqueado “Prenda Querida” e a guarânia “Meu Cigarro”.
Délio e Delinha foram ganhando fama a nível nacional e eram conhecidos carinhosamente pelo grande público como o “Casal de Onças do Mato Grosso” (na época, o Mato Grosso e o Mato Grosso do Sul eram ainda o mesmo estado).
A grande maioria do repertório de Délio e Delinha é de composições próprias, tendo eventualmente parceria com compositores como Constantino Gallardi, Joaquim Marcondes e o Comendador Biguá.
Délio e Delinha também participaram da gravação da trilha sonora do primeiro filme de Tonico e Tinoco: “Lá No Meu Sertão” de Eduardo Llorente, em 1961.
Apesar da dupla ter se realizado artisticamente na capital paulista, a saudade foi muito maior e Délio e Delinha decidiram retornar ao estado do Mato Grosso, ainda na década de 60. Após 25 anos de casamento, Délio e Delinha se divorciaram. A dupla porém chegou a se reunir novamente em 1978, ocasião na qual lançou o disco independente “O Sol e a Lua”. Em 1993, influenciados por antigos admiradores, somados a uma numerosa geração jovem, que veio aos poucos descobrindo seu belíssimo repertório, a dupla reapareceu em algumas apresentações públicas.
O final do casamento não foi o final da dupla caipira Délio e Delinha, apesar de alguns anos de interrupção da carreira musical. Ao longo da carreira gravaram 14 discos 78 rpm, 19 LP’s e 4 CD’s.
Em dezembro de 2007 foi lançado o CD e o DVD comemorando os 50 anos de carreira da dupla Délio e Delinha no Clube União Beneficente dos Sub-Tenentes e Sargentos das Forças Armadas, em Campo Grande/MS, o qual foi gravado no mesmo local, no dia 02 de junho de 2007, e que contou com a participação de Maciel Corrêa e Zézinho Nantes. O DVD apresenta diversas músicas que marcaram a trajetória da dupla, intercaladas com imagens de arquivo, fotos e depoimentos de amigos, músicos e profissionais de emissoras de rádio que sempre acompanharam a carreira da dupla. 
Em linguagem agradável e poética, é contada a trajetória de Délio e Delinha e seu repertório, cujas letras retratam amores impossíveis, sentimentos nativos e sofrimentos apaixonados. Composições musicais que permanecem na memória dos que conhecem os sucessos de Délio e Delinha.
Esse trabalho resultou do empenho do repórter cinematográfico José Eduardo Moraes (o Zédu), e também de João Paulo, filho de Délio e Delinha. De início, eles foram em busca de financiamento do FIC (Fundo de Investimentos Culturais) do Governo anterior, no entanto, não conseguiram o recurso.
Resolveram então ir em busca de recursos junto à iniciativa privada em Campo Grande. Os recursos levantados, no entanto, foram muito abaixo do que se necessitavam, em relação aos custos da gravação, levando-se também em conta a importância da dupla Délio e Delinha para a Cultura Sul-Mato-Grossense.
Mesmo assim, o projeto foi levado adiante e foi gravado o DVD, prestando justa homenagem à dupla Délio e Delinha, proporcionando também à nova geração de apreciadores o contato com o trabalho da dupla que não pode ser jamais esquecida.
Délio morreu, aos 84 anos, em 08 de fevereiro de 2010, em Campo Grande/MS, vítima de câncer de pulmão. Delinha continuou cantando sozinha até o seu falecimento ocorrido em 16 de junho de 2022 em Campo Grande/MS, em decorrência de uma insuficiência respiratória.
Tive o privilégio de estar junto com a Delinha em várias ocasiões inclusive em sua residência onde contava muitas histórias de sua trajetória musical.
Semana que vem tem mais curiosidades e histórias da nossa música sertaneja, grande abraço.

 

(*) LUIZ HENRIQUE PELÍCIA (Caipirão) tem o programa “Clube do Caipirão” transmitido para mais de 450 rádios em todo o Brasil diariamente. Apresenta de segunda a sábado das 04h às 08h da manhã o programa “Diário no Campo” pela FM DIÁRIO 89,9 de São José do Rio Preto/SP. Caipirão escreve às terças-feiras para o jornal DIÁRIO DE PENÁPOLIS.

Luiz Henrique Pelícia (Caipirão) (*)



© Copyright 2024 - A.L. DE ALMEIDA EDITORA O JORNAL. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução parcial ou total do material contido nesse site.

Política de Privacidade