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ARTIGOS

03/09/2024

Música Sertaneja: Negrinho Parafuso

Detalhes Notícia

Amigo amante da música sertaneja hoje vamos conhecer um pouco da história do “Negrinho Parafuso”, música de sucesso gravado pela dupla Tião Carreiro & Pardinho em 1978.
Antônio Cândido, o “Negrinho Parafuso”, nasceu em 19 de fevereiro de 1920, no Distrito de Recreio, município de Piracicaba/SP e faleceu em 2 de dezembro de 1973.
O nome “Parafuso”, segundo ele mesmo “Porque deixava a gente confuso virava roda que nem fuso sem tirá o pé do lugá”. 
Teve 22 filhos. Foi aposentado do “Engenho Central” de Piracicaba-SP, começou a cantar em 1938, compôs mais de 1000 cururus.
O cururu é uma manifestação cultural baseada no canto do improviso, com alguns traços semelhantes ao repente da Região Nordeste. A prática foi levada como espetáculo ao público pela primeira vez em 1910, por Cornélio Pires, um defensor da cultura caipira no interior do estado de São Paulo.
Os artistas que executam o cururu recebem o nome de cururueiros ou centuriões. As apresentações são acompanhadas por instrumentistas que ditam o ritmo e a melodia na viola caipira de 10 ou 12 cordas. A manifestação cultural é encontrada principalmente nas cidades de Conchas, Laranjal, Piracicaba, Porto Feliz, Tietê, Sorocaba e Tatuí.
Em 1983, o compositor e cururueiro Nhô Chico, junto com Tião Carreiro escreveram a canção em homenagem que imortalizou para sempre o “Negrinho Parafuso” na canção gravada no mesmo ano por Tião Carreiro e Pardinho. Abaixo a Letra:

Existe uma velha casa
Perto da linha fepasa
Antiga sorocabana
Lembrança que ainda resta
De quem foi o rei das festas
Das noites interioranas
Era ele um trovador
Renomado cantador
De versos improvisados
Por esse interior afora
Muita gente ainda chora
O Parafuso afamado
Vivia aquele negrinho
Rodeado de carinho
Todos lhe queriam bem
Quando o povo lhe cercava
Parafuso não negava
Um sorriso pra ninguém
No lugar que ele cantava
O povão aglomerava
Para ouvir seu repente
Além de bom repentista
Era também humorista
Divertia toda gente
Na cidade ou na fazenda
Onde houvesse uma contenda
Era sempre convidado
Das pousadas do divino
Velhos moços e meninos
Amanheciam acordados
Tietê, Capivari
Sorocaba, Tatuí
Laranjal, Botucatu
Em qualquer localidade
Era ele na verdade
O Pelé do cururu
Depois de tantas viagem
Tantas noites na friagem
Parafuso adoeceu
Nem mesmo estando doente
Ele cantava contente
E nunca se retrocedeu
Mais um dia eu me lembro
Naquele 2 de dezembro
A sua hora chegou
A região toda chorava
Quando o rádio anunciava
A morte do cantador
Naquela tarde chuvosa
Uma multidão chorosa
Cabisbaixa e contristada
Carregava seu artista
O maior dos repentista
Pra derradeira morada
No mundo tudo se acaba
A linda Piracicaba
Perdeu mais um trovador
O negrinho idolatrado
Que também foi convocado
Pra seleção do senhor.

Amigos semana que vem tem mais sobre a nossa musica brasileira, grande abraço.

(*) LUIZ HENRIQUE PELÍCIA (Caipirão) tem o programa “Clube do Caipirão” transmitido para mais de 450 rádios em todo o Brasil diariamente. Apresenta de segunda a sábado das 04h às 08h da manhã o programa “Diário no Campo” pela FM DIÁRIO 89,9 de São José do Rio Preto/SP. Caipirão escreve às terças-feiras para o jornal DIÁRIO DE PENÁPOLIS.

 

Luiz Henrique Pelícia (Caipirão) (*)



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