CADERNOS
VÍDEOS
CLIMA
fale com o DIÁRIO
+55 (18) 3652.4593
Assuntos gerais: info@diariodepenapolis.com.br
ARTIGOS
27/07/2024
Perfeição é utopia
A sociedade competitiva que se instaurou na modernidade impõe o comando do perfeccionismo. Todos têm de ser “os melhores”. Estabelecem-se rankings, cobra-se performance, critica-se o insucesso.
O resultado é uma geração ansiosa, angustiada, deprimida e suicida. O fenômeno é examinado pelo psicólogo Thomas Curran, da London School of Economics, em seu livro “A Armadilha da Perfeição”.
Os pais, querendo acertar, muitas vezes erram. Exigem dos filhos que sejam perfeitos, às vezes até com a melhor inspiração, baseados no “sede perfeitos, como Meu Pai é Perfeito”. Aprendemos que Deus “é um espírito perfeitíssimo, eterno criador do céu e da terra”. E persistimos no pecado de Adão e Eva: queremos igualar a divindade.
A cobrança está na escola, pois o que interessa é ser “o primeiro da classe”. A vida mostra que o primeiro da classe nem sempre é o primeiro na vida. Na escala do que realmente vale a pena: ser feliz. Muita exigência gera baixa autoestima. Como diz Curran, “a vida se torna um tribunal infinito para nossos defeitos”. Há três espécies de perfeccionismo: orientado para si mesmo, com padrões pessoais excessivamente elevados, orientado aos outros, com as comparações que sempre frustram e o prescrito socialmente. Estar de bem com o “politicamente correto”, com o padrão de beleza, com a moda do momento imposta pelo mercado.
A catástrofe se torna maior com a utilização das redes sociais que ridicularizam aquilo que consideram fora do padrão. O bizarro, o exótico, o diferente, é tido como suscetível de zombaria e escárnio. Não é fácil admitir que o fracasso faz parte da vida. Viver é uma batalha permanente. Nem sempre somos vencedores. Mentira que a perfeição é o caminho do sucesso. De que adianta “chegar lá” e ser infeliz?
Reconheçamos nossos limites, nossa fragilidade e nossa finitude. Não queiramos ser sempre os campeões. Admitamos nossas falhas. Não precisamos nos amparar nelas para não procurar o aprimoramento. Mas a existência é uma sucessão de fatos, alguns poucos dos quais sob nosso controle. A imensa maioria deles, ocorre independentemente de nossa vontade. Saber disso torna a vida mais digerível. Menos cobrança, mais satisfação consigo mesmo e menos expectativas em relação aos demais.
(*) José Renato Nalini é Reitor da UNIREGISTRAL, docente da Pós-graduação da UNINOVE e Secretário-Executivo das Mudanças Climáticas de São Paulo.
José Renato Nalini (*)
- O Poder e a liberdade no futuro
- O direito do trabalho e o setor de transporte rodoviário de cargas
- Analisando as despesas correntes da Prefeitura Municipal
- Música Sertaneja: O menino da Porteira, a história por trás do clássico
- Se os Prefeitos calculassem...
- Supremo versus Musk: não confundamos alhos com bugalhos
- ICMS em transferências de mercadorias
- Analisando as receitas correntes da prefeitura
- Música Sertaneja: Negrinho Parafuso
- Busca e apreensão: entenda seus efeitos jurídicos
- O mito da educação brasileira - Parte II
- Vai acabar a demissão sem justa causa e o trabalho intermitente?
- Ser cristão é ser ambientalista e preocupado com justiça social
- A importância do testamento: garantindo o futuro da sua família
Imagens da semana
© Copyright 2024 - A.L. DE ALMEIDA EDITORA O JORNAL. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução parcial ou total do material contido nesse site.