Classificados

VÍDEOS

Saudoso Tachinha e seu Ford 29 - entrevista de 2008 - por Ricardo Alves (Cacá)
Penápolis no programa Cidade contra Cidade do SBT em 1989

CLIMA

Tempo Penápolis

fale com o DIÁRIO

Fone Atendimento ao assinante & comercial:
+55 (18) 3652.4593
Endereço Redação e Comercial: Rua Altino Vaz de Mello, 526 - Centro - CEP 16300-035 - Penápolis SP - Brasil
Email Redação: redacao@diariodepenapolis.com.br
Assuntos gerais: info@diariodepenapolis.com.br

ARTIGOS

26/03/2024

Música Sertaneja: Helena Meirelles

Imagem/Reprodução
Detalhes Notícia

Amigo amante da música sertaneja hoje você vai conhecer um pouco da história da violeira Helena Meirelles, agradecendo sempre nossa amiga jornalista e pesquisadora Sandra Peripato pelo apoio e pesquisas.
Helena Meirelles nasceu em 13 de agosto de 1924 na Fazenda Jararaca, no estado de Mato Grosso do Sul, na beira da estrada boiadeira antiga que ligava Campo Grande ao Porto 15 no Rio Paraná, divisa com o estado de São Paulo. Filha do boiadeiro paraguaio Ovídio Pereira da Silva e da mato-grossense Ramona Vaz Meirelles, cresceu no meio da peãozada, escutando o berrante das comitivas de gado. Desde criança começou a se interessar pelo toque da viola, aprendeu a tocar sozinha observando seu tio e também os paraguaios (amigos de seu avô) que se hospedavam em sua casa.
Enfrentou grande resistência dos pais que tentaram, a todo custo, impedir que ela se tornasse violeira. Mas o destino de Helena Meirelles estava traçado e seu caminho se construiu no braço da viola. Seu pai lhe ameaçava dizendo que iria cortar seus dedos, no que ela respondia sem medo que poderia cortar que ela tocaria com o que sobrasse da mão.
Fugiu de casa com 15 anos e teve seu primeiro filho com 17. No total foram 11 filhos em 3 casamentos.
Sua identidade musical foi construída com os ritmos do Mato Grosso e com influências da música paraguaia. Desde jovem começou a tocar viola nas festas juninas que aconteciam na beira da estrada boiadeira, na época em que o salão era iluminado por lampião e o chão era de terra batida. Helena dizia que gostava das festas familiares, mas preferia tocar na zona, na casa das mulheres da vida. Helena contava ainda que nunca foi desrespeitada nos bordéis, mas cansou de ver os peões na zona do Porto 15 mexerem a cerveja com o cano do 38 e bater nas mulheres com guaiaca e espora.
Helena Meirelles subiu ao palco pela primeira vez em 1992, aos 68 anos, quando teve a oportunidade de se apresentar ao lado de Inezita Barroso e da dupla Pena Branca e Xavantinho, no Teatro do Sesc, em São Paulo. Neste mesmo ano um sobrinho enviou uma fita com gravações amadoras de Helena Meirelles tocando viola para uma revista especializada dos Estados Unidos.
Embora fosse bastante conhecida e admirada na região do Pantanal, o reconhecimento artístico só aconteceu em 1993 quando a revista norte americana “Guitar Player” elegeu Helena Meirelles, aos 69 anos de idade, como Instrumentista Revelação do Ano. Foi eleita uma das 100 melhores instrumentistas do mundo, por sua atuação nas violas de seis, oito, dez e doze cordas. A publicação norte americana comparou Helena Meirelles a Keith Richards, guitarrista do Rolling Stones, e a Eric Clapton. Numa destas injustiças difíceis de serem explicadas, a valorização de nossa maior violeira aconteceu primeiro no exterior e depois aqui no Brasil.
Analfabeta (não sabia ler nem escrever), autodidata, benzedeira, parteira, lavadeira e apaixonada pelo Pantanal, assim foi Helena Meirelles, uma mulher de fibra, dona de um talento musical inquestionável.
Faleceu aos 81 anos, em 28 de setembro de 2005 na cidade de Campo Grande, vítima de parada cárdio-respiratória.
Amigos semana que vem amigos tem mais curiosidades e histórias da nossa música sertaneja, grande abraço.

 

(*) LUIZ HENRIQUE PELÍCIA (Caipirão) tem o programa “Clube do Caipirão” transmitido para mais de 200 rádios em todo o Brasil diariamente. Apresenta de segunda a sábado das 05h às 08h da manhã o programa “Diário no Campo” pela FM DIÁRIO 89,9 de São José do Rio Preto/SP. Caipirão escreve às terças-feiras para o jornal DIÁRIO DE PENÁPOLIS.

Luiz Henrique Pelícia (Caipirão) (*)



© Copyright 2024 - A.L. DE ALMEIDA EDITORA O JORNAL. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução parcial ou total do material contido nesse site.

Política de Privacidade