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23/03/2024

Normose

Imagem/Arquivo Pessoal
Detalhes Notícia

Para Pierre Weil, Jean-Yves Leloup e Roberto Crema, normose é a patologia da normalidade. No livro com esse título os autores acima discorrem com maestria sobre o intrigante tema. Pierre Weil definiu normose como o conjunto de normas, conceitos, valores, estereótipos, hábitos de pensar e agir, que são aprovados por consenso ou pela maioria de uma determinada sociedade e que provocam sofrimento, doença ou morte, possuindo as seguintes características: é um hábito de pensar, sentir e agir; aceito como normal por consenso social; tem natureza patogênica ou letal; e gênese pessoal ou coletiva, mediante um processo introjetivo. É, assim, uma normalidade doentia. Uma crença que possa levar pessoas a um suicídio coletivo ou uma ideologia que possa gerar uma política genocida (nazismo) são exemplos de normose. Roberto Crema discorrendo sobre os fundamentos da normose e a sua relação com o cientificismo, aponta que os grandes representantes da ciência do século XIX buscaram centralizar suas teorias na competitividade: Darwin apontou para o determinismo biológico e competição entre espécies; Marx, para o determinismo econômico e competição entre classes; Freud, para o determinismo psíquico e competição entre as potências psicológicas. Crema pondera com sapiência que nenhum desses cientistas falou de cooperação, solidariedade, fraternidade e sinergia. Para Basarab Nicolescu, “a fonte da barbárie moderna não é a ciência, mas a proliferação anárquica da tecnologia e o predomínio do pensamento binário, o do sim ou não”. A história registra que para muitos representantes da normose cientificista o espiritual não existe e Cristo ou Buda são ilusões ou o “ópio do povo ignorante”, o que é lamentável. Crema foi feliz, ainda, na seguinte indagação: que outro líder que, com apenas 12 colaboradores, redefiniu toda a história, a exemplo do que Cristo fez há dois milênios? A ciência e a fé podem e devem caminhar juntas, como pregaram Santo Agostinho e São Tomás de Aquino. Lembremos que a repressão histórica da mulher pelo homem é uma normose machista. Neste livro, Normose, mencionam-se outras espécies dessa patologia (normose): do consumismo; do alcoolismo; do tabaco; da política; bélica, da fofoca, da estética etc. Jean-Ives Leloup lembra como Cristo disse não à normose do apego ao material, na sua primeira tentação no deserto, sobre a transformação de pedras em pão (parábola no sentido de que as satisfações materiais dos seres humanos resolveriam todos os seus problemas): “O homem não vive apenas de pão”.  

 

(*) Adelmo Pinho é promotor de Justiça do Tribunal do Júri em Araçatuba/SP. Este articulista escreve periodicamente para o jornal DIÁRIO DE PENÁPOLIS. E-mail: adelmopinho@terra.com.br

Adelmo Pinho (*)



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