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ARTIGOS

30/07/2022

Temas proibidos

Imagem/Arquivo Pessoal
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Em entrevista para a TV Cultura, no Programa “Linhas Cruzadas”, em 23 de setembro de 2021, o filósofo Luiz Felipe Pondé abordou temas considerados pela sociedade como proibidos, como mães que se arrependeram de ter tido filhos e sobre o discernimento ou não da maioria dos eleitores no regime democrático. Sobre este segundo assunto, houve alusão à frase polêmica do escritor e jornalista Nelson Rodrigues: “Os idiotas vão tomar conta do mundo; não pela capacidade, mas pela quantidade. Eles são muitos”. São alguns dos chamados tabus, assuntos que em princípio não se pode ou não se deve falar. A história de Adão e Eva do Antigo Testamento também foi mencionada pelo filósofo, como outro tema proibido, por ser na ótica religiosa um erro da humanidade perante Deus. Os tabus são temas considerados intocáveis e quem os aborda pode provocar uma alteração daquilo que está previsto ou certo, podendo até ser punido ou censurado. Uma consequência disso, segundo Pondé, é a obrigatoriedade que a sociedade nos impõe de sermos sempre otimistas e politicamente corretos, como se o mundo fosse perfeito e as pessoas fossem sempre felizes. O tabu possui também o efeito nocivo de deter ou impedir o conhecimento, já que não se pode discutir um assunto pela sua proibição, colocando um limite no ser humano. Tabus estão surgindo atualmente, mesmo diante de um mundo globalizado e sob a égide da internet e das redes sociais. O livro do Inglês George Orwell (escritor e jornalista, 1984), mencionado na entrevista, é considerado como um dos maiores clássicos sobre o Estado Totalitário na Europa da primeira metade do século XX. Esse livro na época “quebrou um tabu” denunciando as mazelas do Totalitarismo na Europa e tornou essa obra literária (romance), uma das mais influentes do mundo. No livro, o autor chama a atenção que nesse tipo de Estado – Totalitário ou Absolutista, pretende-se que o governo não somente comande as pessoas, mas que estas absorvam o conhecimento da maneira como quer o Estado. Assim, as pessoas deixariam de se manifestar como seres individuais, para serem obrigadas a terem um conhecimento coletivo determinado (como se deu no Nazismo). O conhecimento, desse modo, seria “plantado” nas pessoas pelo Estado e elas o aceitariam, como se robôs fossem. A polarização política em inúmeros países do mundo pode ser consequência disso. A mensagem que se extrai deste último tabu é que o Estado Totalitário interdita o conhecimento e não permite às pessoas pensar com liberdade. Importante é que tenhamos a consciência de refletir sempre sobre qualquer tema. A atitude crítica e reflexiva dificulta a ação de quem busca manipular pessoas com ideias ou projetos falsos. A opinião livre e consciente é direito de toda pessoa e contribui para a formação de uma sociedade mais politizada, justa e igualitária. 

(*) Adelmo Pinho é promotor de Justiça do Tribunal do Júri. em Araçatuba/SP. Escreve aos sábados para o DIÁRIO DE PENÁPOLIS. E-mail: adelmopinho@terra.com.br    

 

Adelmo Pinho (*)



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