
CADERNOS


VÍDEOS

CLIMA
fale com o DIÁRIO

+55 (18) 3652.4593


Assuntos gerais: info@diariodepenapolis.com.br
ARTIGOS
18/06/2022
Ser e parecer

Analisemos a seguinte situação: você encontra uma pessoa conhecida na rua, conversa com ela, mas quando a vê novamente no mesmo dia, numa festa, ela finge que não te conhece. Por que isso ocorre? A sociologia pode explicar o porquê disso. Eduardo Giannetti, no livro “Trópicos Utópicos”, Editora Companhia das Letras, discorre sobre o ser e o parecer de forma bem interessante. Nas relações pessoais de amor e amizade, no trabalho e no social há sempre mais coisas que pensamos do que expressamos. Cita o autor acima Volteire (filósofo iluminista francês), com a frase: “os homens inventaram a linguagem com o intuito de ocultar seus pensamentos”. É fato. Na vida prática haverá sempre uma distância entre aquilo que é ser – aquilo que genuinamente pensamos, e o parecer – aquilo que efetivamente externamos. Muitas vezes agimos como se estivéssemos de máscara, nos ocultando dos outros ou até de nós mesmos. São os papéis que a sociedade nos impõe, que faz com que deixemos de nos reconhecer e até busquemos uma terapia. Giannetti menciona Kant (filósofo prussiano): “quanto mais civilizados se tornam os homens, mais eles se tornam atores; eles desejam montar uma cena e fabricar uma ilusão”. Existe, assim, uma linha muito tênue entre a falsidade – que é o contrário à verdade, e o exercício de um “papel social”. A hipocrisia ou a dissimulação não são equivalentes a um papel social. O equilíbrio entre o voluntário – aquilo que se pensa, e o artificial – como exteriorizo o pensamento, é o ideal para a convivência consigo mesmo e com terceiros. É certo que, não é necessário dizer sempre o que realmente se sente, mas também não se pode ocultar de todo o pensamento ou o sentimento, senão o “eu” seria anulado. Em síntese, podemos, assim, exercer os diversos papéis que a sociedade nos impõe para vivermos de forma civilizada, mas nem por isso precisamos ser hipócritas.
(*) Adelmo Pinho é promotor de Justiça do Tribunal do Júri em Araçatuba/SP. Escreve aos sábados para o DIÁRIO DE PENÁPOLIS. E-mail: adelmopinho@terra.com.br
Adelmo Pinho (*)
- Medida protetiva de urgência na violência doméstica e seus efeitos
- Papa Francisco: o serviço pela escuta
- O direito à desconexão, uma necessidade do mundo digital
- O que representa a Páscoa para os cristãos
- Descontos no salário do empregado - limitações e possibilidades à luz da CLT
- Riscos psicossociais adiado por 1 ano - NR-1
- Avaliação pelo MEC dos cursos de medicina no Brasil
- Música Sertaneja: Sete Palavras
- STJ confirma anulação de paternidade por ausência de vínculo afetivo
- "Adolescência": a responsabilidade individual em meio ao caos estrutural
- Por que a Rússia não aparece na lista do tarifaço dos EUA?
- Música Sertaneja: Zé Tapera e Teodoro
- Isenção do Imposto de Renda para portadores de doenças graves: um direito pouco conhecido
Imagens da semana
© Copyright 2025 - A.L. DE ALMEIDA EDITORA O JORNAL. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução parcial ou total do material contido nesse site.