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ARTIGOS

23/12/2021

Votar e agir por um 2022 mais verde

Em 2022, o brasileiro terá decisões históricas a tomar. A mais importante delas é assumir uma postura responsável diante das eleições para presidente da República, governadores, senadores, deputados federais e estaduais. Cada voto será estratégico para definir os rumos do país neste momento tão crítico. A busca pela sustentabilidade deve abraçar não só o desafio das mudanças climáticas, causadas pelo aquecimento global, mas também a redução da desigualdade, a sina que envergonha o país.
Para tentar desacelerar o aquecimento, o próximo mandatário brasileiro deverá ter a coragem, com apoio do Congresso Nacional, de zerar o desmatamento na Amazônia e dar os rumos da transição para uma economia verde. Para que isso ocorra, o brasileiro precisa eleger um presidente que demonstre ser capaz de cumprir compromissos reais com o meio ambiente. Governos são fundamentais para agir contra o aquecimento global e é por isso que votar de forma consciente torna-se, a cada ano que passa, uma atitude mais decisiva para a vida na Terra. 
Os políticos são fundamentais, mas não são os únicos responsáveis por salvar o planeta. Além do voto na urna, há diversas outras decisões individuais e coletivas que temos que adotar para tornar 2022 um ano mais verde. No livro “Mudanças no clima: tudo o que você queria e não queria saber”, mostramos como é possível ter uma vida mais sustentável. Há muitas práticas e comportamentos que ajudam a reduzir as emissões de gases do efeito estufa. 
Antes de tudo, é preciso dizer que a maioria das emissões está relacionada ao consumo, especialmente nos níveis de renda mais altos. Portanto, a regra geral é evitar o consumismo. A todo momento, somos bombardeados por propagandas de roupas, produtos descartáveis, acessórios, embalagens excessivas. No fundo, temos consciência de que grande parte disso é desnecessária. Por isso, dê preferência a empresas e lojas certificadas ou que apoiem abertamente o combate ao aquecimento global, adotando práticas sustentáveis e outras posturas verdes.
O consumo de carne bovina também precisa ser reavaliado em 2022. Essa é uma das ações mais efetivas contra o aquecimento global. As emissões de carne bovina são cinco vezes maiores do que as equivalentes da carne de frango, por exemplo. Se tirar o boi do prato é difícil, diminuir seu consumo é bem possível. Podemos definir “segundas-feiras sem carne” e levar isso a sério – acredite, já será uma importante contribuição.
Em casa, são inúmeras as ações que ajudam a preservar o meio ambiente, como reciclar o lixo, separando materiais reaproveitáveis (alumínio, papel, plásticos), usar aparelhos mais eficientes (com selo de eficiência energética), tirar equipamentos da tomada quando não estão em uso, utilizar o ar-condicionado com moderação, reduzir a duração do banho quente e dar preferência às escadas sempre que possível. Sua saúde e seu bolso também agradecem.
Ao sair de casa, a decisão mais importante é evitar ao máximo o transporte individual, especialmente os carros a gasolina. O transporte coletivo é muito menos poluidor, pois dividimos as emissões de gases de efeito estufa com outros passageiros. Andar a pé ou ir de bicicleta são as melhores opções. Se tiver que usar o carro, abasteça-o com etanol. Carros híbridos ou elétricos emitem muito menos, e definitivamente é preciso escolher carros menores e eficientes.
Em relação ao mundo do trabalho, o ideal é trabalhar de casa, sempre que possível. A pandemia nos trouxe uma lição: a de que podemos substituir viagens de negócios por reuniões virtuais. Os aviões consomem enormes quantidades de querosene, e as emissões são gigantescas. Caso não seja possível se reunir de modo virtual, tenha em mente que os voos sem escalas emitem menos.
Um novo ano se aproxima e traz a possibilidade de uma vida mais sustentável. Todos temos que mudar de atitude e rever hábitos. O planeta está com febre e precisa do esforço de todos os governos e nós cidadãos para evitar danos irreversíveis. Dê o primeiro passo e comece. Escolher governos sérios e comprometidos com o planeta é uma escolha em nossas mãos.

(*) Sergio Margulis é autor do livro “Mudanças no clima, tudo o que você queria e não queria saber”. Foi economista do meio ambiente do Banco Mundial em Washington por 22 anos, trabalhando com o tema em mais de 40 países. É matemático com doutorado em Economia Ambiental pelo Imperial College, de Londres, e desde 2005 estuda e trabalha com temas ligados ao aquecimento global. Exerceu diversos cargos federais e hoje é pesquisador sênior do Instituto Clima e Sociedade (iCS).

Sergio Margulis (*)



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