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ARTIGOS

17/11/2021

A educação como foco da estratégia de desenvolvimento econômico

O nosso sistema educacional é completo e confiável no que diz respeito à base de dados. Isso envolve mapeamento das escolas e do corpo docente e discente. Não nos falta, portanto, referências que sinalizem adequadamente o que pode ser feito para melhorarmos o desempenho de nossos alunos na absorção de conhecimento, desenvolvimento de raciocínio e do uso de ferramentas de aprendizagem para que tenham autonomia em suas vidas e, desta forma, contribuam para o crescimento de nosso país. É um círculo virtuoso.
Os parâmetros para esta constatação se dão pelos exames de proficiência, sejam internos ou externos, para que possamos avaliar resultados em relação a outras escolas, municípios, estados e países. Nesse caminho, os mais relevantes são o IDEB (Índice de Desenvolvimento da Educação Básica); o ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio); e o PISA (Programme for International Student Assessment).
É por meio dessas métricas que podemos verificar a qualidade de nosso sistema educacional e como estamos quando comparamos os resultados de nossos alunos com os demais jovens de países da OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico).  E o constatado é que estamos mal.  
Na comparação interna entre os sistemas público e privado, vemos a diferença entre os resultados, sendo a educação privada muito melhor avaliada. Podemos observar ainda como somos pouco exigentes com as metas definidas para melhoria de desempenho do sistema público. São objetivos fracos e pouco desafiadores.
No âmbito internacional, os resultados do Pisa 2018, última edição realizada, mostram que os estudantes brasileiros obtiveram uma pontuação abaixo da média da OCDE em Leitura, Matemática e Ciências. Apenas 2% dos estudantes alcançaram os níveis mais altos de proficiência (5 ou 6) em pelo menos um domínio (média da OCDE: 16%). E 43% dos estudantes obtiveram uma pontuação abaixo do mínimo de proficiência (nível 2) em todos os três domínios (média da OCDE: 13%).
No Brasil, o desempenho médio em Matemática evoluiu entre 2003 e 2018, no entanto, essa evolução se concentrou nos ciclos iniciais do Pisa. Depois de 2009, o desempenho médio não mudou significativamente. E chama atenção para como o nível socioeconômico foi um forte preditor do desempenho também em Leitura e Ciências, além da Matemática.
Para se ter uma ideia, em Leitura, o desempenho de estudantes em vantagem socioeconômica superou em 97 pontos (média da OCDE: 89 pontos) o de estudantes em desvantagem socioeconômica. No Pisa 2009, a lacuna no desempenho em Leitura, relacionada ao nível socioeconômico, foi de 84 pontos no Brasil (média da OCDE: 87 pontos).
Quando comparamos nossos dados aos demais países vemos como estamos longe de atingir um nível de aproveitamento adequado, e, como esse desempenho acadêmico está ligado ao desenvolvimento do Brasil no rumo de se tornar uma potência econômica. É somente através da conversão do potencial humano que teremos riqueza se constituindo na prática. Nesse sentido, continuamos patinando enquanto outros deslancham.
E os países mais ricos não estão necessariamente à frente nos resultados dos exames. Verificamos pelos dados que os países asiáticos, notadamente a China, apresenta o melhor desempenho, bem como outros países do continente como Coréia e Japão. Isso é explicado por uma visão mais alinhada com um projeto de longo prazo destas economias, sendo a educação o foco da estratégia de desenvolvimento destas nações.

(*) Ricardo de Jesus é especialista em Gestão, mestrando pela EAESP-FGV e sócio da MRD Consulting.

Ricardo de Jesus (*)



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