Classificados

VÍDEOS

Residência pega fogo em Penápolis
Penápolis no programa Cidade contra Cidade do SBT em 1989

CLIMA

Tempo Penápolis

fale com o DIÁRIO

Fone Atendimento ao assinante & comercial:
+55 (18) 3652.4593
Endereço Redação e Comercial: Rua Altino Vaz de Mello, 526 - Centro - CEP 16300-035 - Penápolis SP - Brasil
Email Redação: redacao@diariodepenapolis.com.br
Assuntos gerais: info@diariodepenapolis.com.br

ARTIGOS

01/04/2020

O sistema capitalista está em crise

“Entretanto, não habita o altíssimo em casas feitas por mãos humanas; o céu é o meu trono, e a terra o estrado dos meus pés, que casa me edificareis, diz o Senhor, ou qual é o lugar do meu repouso?” (Atos 7:48-49)

Que casa está sendo edificada pelos seres humanos? É a resposta que buscamos questionando os governantes. O símbolo do capitalismo mundial, o país mais rico do mundo, atacado pelo Covid-19 ficou nu. Estava sendo insuportável ouvir o presidente Donald Trump, antes da pandemia tomar conta do país de maneira violenta e rápida. Arrogante ele se considerava um gênio da medicina, um talento nato e se vangloriava de saber muito sobre o vírus e suas consequências. Minimizou a gravidade do corona-vírus dizendo, no dia 26 de fevereiro, que era como uma gripe. Agora mudou rapidamente de opinião.
Contribuiu para a mudança radical, o fato de em apenas duas semanas o EUA ter, até quando escrevi este artigo, mais de 140 mil infectados e 2,4 mil mortes. Antes Trump, preocupado com a influência do Covid-19 na economia do país e na sua reeleição, não queria reconhecer o risco de a pandemia atacar o seu país. Assim, antes do ataque do vírus as pesquisas científicas eram ignoradas. No país símbolo do capitalismo, com tudo é privatizado, Trump não investiu em saúde pública, razão pelo qual existe uma falta crônica de testes para o vírus. Assim, o número de infectados pode ser maior. 
No Brasil não é diferente. Em meio à crise da saúde pública, Bolsonaro lançou a campanha “O Brasil não Pode Parar”, na contramão de tudo que está acontecendo no mundo, e despreocupado com o que a população precisa neste momento. No Brasil todo organizaram passeatas, tendo à frente gente rica. Em destaque o dono da Riachuelo (Flávio Rocha); da Havan (Luciano Hang) e do Madero (Junior Dursky). O objetivo político é angariar adesões da população para esta atitude irresponsável.  
Penso que sair do isolamento social e voltar normalmente à rotina, pode representar as mortes de milhares se seres humanos. O mote “O Brasil não pode parar”, foi difundido por inúmeros robôs pagos para espalhar “fake news” pela internet, gastando milhões de reais. Dinheiro público que falta para a compra de alimentos para os pobres, vítimas do Covid-19.  
O Estado brasileiro tem dinheiro suficiente para atender as necessidades dos pequenos e micros empresários, que são os que mais empregam no Brasil. Bolsonaro anunciou a abertura de uma linha de empréstimo com juros, para os pequenos e micros empresários, o que não está correto. Tem que enviar o dinheiro diretamente para os empregados que estão em isolamento social, sem cobrar juros. Para os autônomos e informais Bolsonaro queria pagar R$ 200,00 por mês. Após pressão o Congresso alterou para R$ 600,00. Entendo que continua sendo muito pouco. Deveria ser, pelo menos, um salário mínimo. 
Somente no ano de 2019 o governo Bolsonaro destinou aos Bancos o montante de R$ 561 bilhões, a título de pagamento de juros e amortização da dívida. O corona-vírus vem claramente colocando o sistema capitalista em crise. O avanço da tecnologia, da informática, da cibernética e robótica tem assustando os trabalhadores, preocupados com o desemprego. 
O Covid-19 também vem mostrando que o capital aplicado em bens imóveis, máquinas e equipamentos tecnologicamente avançados, sistemas informatizados, estoques, por si só não geram riqueza. Todo esse Ativo, sem o trabalho dos empregados, muitos explorados e sem condições dignas de trabalho, é inútil. 
As carreatas pedindo as aberturas do comércio, sob o argumento de que o Brasil não pode parar, não estão preocupadas com a vida, inclusive a deles. Penso que para eles os trabalhadores são peças de uma diabólica máquina de moer pessoas, gerando riquezas para uma minoria. Imaginem os trabalhadores apinhados nos péssimos e fedorentos transportes coletivos nas grandes e médias cidades, transportando o corona-vírus. Os organizadores das carreatas orientaram os participantes a não saírem dos seus carrões, com certeza com medo do Covid-19. Eles não sabem o que é estar sujeito às péssimas condições de transportes públicos, em ônibus e metrôs super lotados.
Espero que a maioria dos trabalhadores obedeçam a orientação da OMS (Organização Mundial da Saúde) e não atendam as orientações irresponsáveis do presidente Bolsonaro. Todas as centrais sindicais brasileiras estão unidas em defesa da classe trabalhadora. Exigem rapidez na liberação dos recursos aprovados pelo Congresso. O sistema capitalista está em crise no Brasil e no planeta Terra, abalado por um minúsculo ser vivo, denominado vírus.

(*) WALTER MIRANDA é Presidente do Sindifisco Nacional - Sindicato dos Auditores-Fiscais da Receita Federal/Delegacia Sindical em Araraquara, Pós-graduado em Ciência Contábeis pela PUC/SP, militante da CSP-CONLUTAS-Central Sindical e Popular. Escreve as quartas-feiras para o DIÁRIO - E-mail: wmpenapolis@gmail.com

WALTER MIRANDA (*)



© Copyright 2024 - A.L. DE ALMEIDA EDITORA O JORNAL. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução parcial ou total do material contido nesse site.

Política de Privacidade