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ARTIGOS

14/12/2019

Conspiração nas entranhas

Vivemos uma época instigante. Trabalhamos com um esquema teórico sem qualquer conotação com a realidade. Nossas proclamações dogmáticas já não iludem ninguém. Nem os alienígenas.
Um exemplo é a presunção de boa-fé. Ela presidiria os negócios. Deveria presidir. Na prática, presumimos é a má-fé. Há sempre alguém querendo nos enganar, puxar o tapete, nos lesar.
Quando não temos argumentos, ridicularizamos o adversário. Assim tem acontecido com certa frequência em relação a temas gravíssimos. Talvez o mais angustiante deles seja a ameaça das mudanças climáticas.
Desde a década de 60 do século passado, alertava-se para o desastre que resultaria da inclemente ação humana sobre o planeta. Raquel Carson escreveu a sua “Primavera Silenciosa” e logo os interessados em desmentir suas profecias a folclorizaram. 
A ciência comprovou que ela estava certa. Os Estados Unidos evidenciaram o seu bom senso e aprovaram atos essenciais para a salvaguarda da natureza. 
Só que os tempos são outros. Tudo regride, tudo se putrefaz. Hoje, por mais que os cientistas reafirmem que o aquecimento global é fatal, a indústria dos combustíveis fósseis impõe a sua vontade. Para os que tiram proveito disso, o que interessa é receber em dólares as trinta moedas com que venderam o futuro. Seus descendentes estão incluídos no pacote.
A ignorância compra a versão que eles querem transmitir. Há uma conspiração dos “donos do mundo” que, invejosos das potencialidades de países bem dotados de recursos naturais, não querem o desenvolvimento de suas populações. Por isso, “inventam” que a emissão de gases do efeito-estufa causa a grave enfermidade do planeta. Assim como essas forças ocultas inventam inundações, terremotos, incêndios por combustão espontânea, desaparecimento de corais, extinção de ilhas no Pacífico, partes significativas das áreas litorâneas tomadas pelo avançar do Oceano.
São criativos os nossos “inimigos”. Inventam que os furacões estão cada vez mais fortes, assim como dizem que as calotas polares derretem. Já chegaram a inventar que as abelhas estão desaparecendo e deixam de polinizar, a extinção de milhares de espécies animais e que o problema migratório tem vinculação com tudo isso.
Prevalece, portanto, a inércia. Argumentos são fabricados e com o poder do dinheiro, certas inteligências se prestam a elaborar teses, ensaios e a fazer palestras pelo mundo, para desmentir que haja qualquer perigo.
As teorias conspiratórias residem nas entranhas do ser humano neste perigoso Século XXI, que poderá assistir, muito mais cedo do que se esperava, ao desaparecimento da vida na Terra.
Se num futuro longínquo, seres extraterrestres vierem a descobrir nossos despojos, virão que não foi por falta de aviso. Tudo estava disponível. Mas teimamos em não querer enxergar. 

(*) José Renato Nalini é Reitor da Uniregistral, docente da Uninove, autor de “Ética Ambiental” e Presidente da Academia Paulista de Letras -2019-2020

JOSÉ NALINI (*)



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