CADERNOS
VÍDEOS
CLIMA
fale com o DIÁRIO
+55 (18) 3652.4593
Assuntos gerais: info@diariodepenapolis.com.br
ARTIGOS
14/12/2019
Conspiração nas entranhas
Vivemos uma época instigante. Trabalhamos com um esquema teórico sem qualquer conotação com a realidade. Nossas proclamações dogmáticas já não iludem ninguém. Nem os alienígenas.
Um exemplo é a presunção de boa-fé. Ela presidiria os negócios. Deveria presidir. Na prática, presumimos é a má-fé. Há sempre alguém querendo nos enganar, puxar o tapete, nos lesar.
Quando não temos argumentos, ridicularizamos o adversário. Assim tem acontecido com certa frequência em relação a temas gravíssimos. Talvez o mais angustiante deles seja a ameaça das mudanças climáticas.
Desde a década de 60 do século passado, alertava-se para o desastre que resultaria da inclemente ação humana sobre o planeta. Raquel Carson escreveu a sua “Primavera Silenciosa” e logo os interessados em desmentir suas profecias a folclorizaram.
A ciência comprovou que ela estava certa. Os Estados Unidos evidenciaram o seu bom senso e aprovaram atos essenciais para a salvaguarda da natureza.
Só que os tempos são outros. Tudo regride, tudo se putrefaz. Hoje, por mais que os cientistas reafirmem que o aquecimento global é fatal, a indústria dos combustíveis fósseis impõe a sua vontade. Para os que tiram proveito disso, o que interessa é receber em dólares as trinta moedas com que venderam o futuro. Seus descendentes estão incluídos no pacote.
A ignorância compra a versão que eles querem transmitir. Há uma conspiração dos “donos do mundo” que, invejosos das potencialidades de países bem dotados de recursos naturais, não querem o desenvolvimento de suas populações. Por isso, “inventam” que a emissão de gases do efeito-estufa causa a grave enfermidade do planeta. Assim como essas forças ocultas inventam inundações, terremotos, incêndios por combustão espontânea, desaparecimento de corais, extinção de ilhas no Pacífico, partes significativas das áreas litorâneas tomadas pelo avançar do Oceano.
São criativos os nossos “inimigos”. Inventam que os furacões estão cada vez mais fortes, assim como dizem que as calotas polares derretem. Já chegaram a inventar que as abelhas estão desaparecendo e deixam de polinizar, a extinção de milhares de espécies animais e que o problema migratório tem vinculação com tudo isso.
Prevalece, portanto, a inércia. Argumentos são fabricados e com o poder do dinheiro, certas inteligências se prestam a elaborar teses, ensaios e a fazer palestras pelo mundo, para desmentir que haja qualquer perigo.
As teorias conspiratórias residem nas entranhas do ser humano neste perigoso Século XXI, que poderá assistir, muito mais cedo do que se esperava, ao desaparecimento da vida na Terra.
Se num futuro longínquo, seres extraterrestres vierem a descobrir nossos despojos, virão que não foi por falta de aviso. Tudo estava disponível. Mas teimamos em não querer enxergar.
(*) José Renato Nalini é Reitor da Uniregistral, docente da Uninove, autor de “Ética Ambiental” e Presidente da Academia Paulista de Letras -2019-2020
JOSÉ NALINI (*)
- Música Sertaneja: Lourenço e Lourival
- A importância do cumprimento da pensão alimentícia: responsabilidade e consequências
- OAB SP e os 40 anos das "Diretas Já": nosso compromisso com a democracia continua!
- Agora é a exclusão do PIS/COFINS do cálculo do ICMS
- O mercado religioso e a comercialização da fé
- Música Sertaneja: José Mendes - parte 2 de 2
- Inclusão e diversidade no ambiente de trabalho: valorizando as pessoas com deficiência
- Marcas de um passado ainda presente
- Os riscos à saúde dos trabalhadores em call center
- Censo mostra falta de senso na gestão do lixo
- Música Sertaneja: José Mendes - parte 1 de 2
- O epidêmico assédio moral nas empresas: um mal que persiste
Imagens da semana
© Copyright 2024 - A.L. DE ALMEIDA EDITORA O JORNAL. Todos os direitos reservados. Proibida a reprodução parcial ou total do material contido nesse site.